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Chile | Familiares pedem que Congresso aprove anistia aos "prisioneiros da revolta", detidos nos protestos do ano passado

As forças de direita se juntam ao governo para rejeitar de forma definitiva qualquer medida que leve à libertação dos detidos. Porém, a maioria dos membros da Convenção Constitucional se declarou a favor da soltura
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Santiago

Tradução:

Os familiares das pessoas detidas após os protestos populares que eclodiram no Chile em outubro de 2019, garantiram que continuarão exigindo a aprovação de um perdão que hoje permanece no Congresso Nacional. 

Em declarações recolhidas pelo site biobio, Jaime Fuentes, porta-voz da Assembleia Nacional de Familiares de Presos Políticos da Revolta, destacou que se o projeto legislativo que prevê o perdão não for aprovado, os protestos vão se multiplicar nas ruas do país.

Na semana passada, centenas de pessoas se manifestaram em vários pontos do centro de Santiago, o que deixou vários feridos entre civis e policiais, e um número desconhecido de detidos, após confrontos violentos com as forças policiais.
As forças de direita se juntam ao governo para rejeitar de forma definitiva qualquer medida que leve à libertação dos detidos. Porém, a maioria dos membros da Convenção Constitucional se declarou a favor da soltura

Prensa Latina
Protestos nas ruas tem aumentado em todo Chile

Fuentes garantiu que as famílias pedem apenas a libertação de jovens que não tinham antecedentes criminais, que não cometeram crimes e que foram detidos apenas por exercer o direito de manifestação.

Acrescentou ainda que a violência das últimas manifestações é fruto da indignação que se acumula entre a injustiça que se comete contra estes jovens e a impunidade que, pelo contrário, prevalece para com os agentes do Estado que cometeram violações dos direitos humanos.

O polêmico tema vem ocupando cada vez mais espaço na agenda política em que as forças de direita se juntam ao governo para rejeitar, de forma definitiva, qualquer medida que leve à libertação dos chamados prisioneiros da revolta.

O argumento reiterado é que esses internos, em sua maioria jovens, cometeram crimes, portanto, foram punidos pelos tribunais, mas, na realidade, muitos permanecem em prisão preventiva sem o devido processo, segundo seus familiares.

No Congresso, uma parte dos parlamentares considera que a aprovação da Lei do Perdão seria uma solução política necessária para um problema que permanece latente apesar de todo o tempo decorrido desde a eclosão social de 18 de outubro de 2019.

Convenção Constitucional

A maioria dos 155 membros da Convenção Constitucional, que redigirá a nova Carta Magna do país, se declarou a favor da liberdade dos presos e da aprovação do perdão para quem não cometeu crimes, como expressaram em comunicado.

Nesse sentido, asseguram que é uma contradição que fiquem atrás das grades jovens que com sua participação nas manifestações ajudaram o país a ter uma nova Constituição.

Precisamente esta semana, a Comissão de Constituição do Senado terá de se pronunciar sobre o projeto legislativo que institui o perdão, que já foi aprovado nas comissões de Direitos Humanos e Segurança daquele órgão legislativo.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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