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ToggleEntre furacões no sudeste, incessantes incêndios no noroeste e uma pandemia nacional, a batalha eleitoral continua com as campanhas presidenciais acusando que seus opositores representam uma ameaça existencial ao país, enquanto explodia outro escândalo sobre maus-tratos aos imigrantes.
“Temos que recordar-lhes que este é SEU PAÍS e NÃO DELES”, é a mensagem de um comunicado a simpatizantes da campanha de Donald Trump, continuando com o argumento de que candidato democrata Joe Biden é manejado pela “esquerda radical” de Bernie Sanders e outros “socialistas”, “anarquistas” e “marxistas” que estão promovendo o “caos” nas ruas.
De fato, o procurador geral William Barr teria sugerido apresentar acusações por “sedição” contra manifestantes em protestos violentos, reportou esta noite o New York Times.
Por sua parte, Sanders, que ainda é a figura política progressista mais influente do país e está promovendo o voto em Biden, enviou sua própria mensagem: “Tudo do que estamos falando nesta eleição é o futuro de nossa democracia, o futuro de nossa economia, o futuro do nosso sistema de saúde – ah! E por certo, o futuro do planeta. Além disso, não há muito mais em jogo”.
Sanders tem sublinhado que não há maior ameaça a esta república que Trump.
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“Tudo do que estamos falando nesta eleição é o futuro de nossa democracia e de nossa economia"
Antidemocrático, anticientífico e anti-vida: Trump continua o mesmo
Trump parece estar disposto a comprovar o argumento dos democratas ao continuar com sua extraordinária postura de que não está disposto a se comprometer a respeitar os resultados do voto (se não forem favoráveis ele).
A cada dia reitera sem evidências que o voto por correio – que terá dimensões inéditas como resultado das condições causadas pela pandemia – será instrumento de fraude massiva.
Ao mesmo tempo, Trump continua insistindo em que seu manejo da pandemia salvou milhões e rechaça o consenso científico e médico, mesmo o de seu próprio governo.
Trump contradisse, outra vez, ao diretor do Centro de Controle de Enfermidades (CDC) declarando que Robert Redfield “cometeu um erro” e que “estava confuso” quando afirmou na quarta-feira ante o Senado que provavelmente não haverá uma vacina para distribuição ampla até meados de 2021, e sustentou que uma delas poderia estar pronta em meados de outubro.
O presidente também questionou o diretor sobre o uso de máscaras, depois que o doutor havia declarado que eram a melhor ferramenta à mão para proteger a saúde pública. Com isso se nutriu a crescente preocupação de que Trump deseja poder proclamar que há uma vacina justamente antes das eleições de 3 de novembro, dando prioridade à sua estratégia política sobre o desenvolvimento de uma vacina segura.
E a campanha de Biden continua usando o manejo irresponsável da pandemia do presidente como uma das suas principais armas. “Eu confio nos cientistas. Mas não confio em Donald Trump”, afirmou Biden em um discurso.
Mentiras, auto elogios e uma profusão de novos escândalos
As mentiras e distorções que já são parte da narrativa oficial de Trump o levaram a momentos incômodos quando em um programa da ABC News na Filadélfia na terça-feira, aceitou responder perguntas de eleitores ainda indecisos, e assombrou ao assegurar que não tem nenhuma dúvida sobre a forma em que manejou a resposta à pandemia, de que estava seguro que a Covid-19 se desvanecerá com ou sem vacinas, e em outro momento, diante da pergunta de porque não reconheceu que existe um problema de racismo neste país respondeu; “bem, espero que não haja um problema de raça. Posso dizer que não o há comigo porque tenho respeito por todas as raças, para todos”. Isso é notícia.
Enquanto isso, em meio à aceleração das medidas anti-migrantes que multiplicaram relatos de violações dos direitos humanos de imigrantes, outro escândalo estourou na segunda-feira sobre a prática de histerectomias para imigrantes sem consentimento informado em um centro de detenção no condado de Irwin na Geórgia.
A presidenta da Câmara, a mais poderosa voz democrata em Washington Nancy Pelosi e outros líderes democratas exigiram uma investigação sobre a denúncia de Dawn Wooten, uma enfermeira que trabalhava no centro, que entre outras coisas denunciou que um ginecologista conhecido como “o colecionador de úteros” estava praticando esta ação criminosa.
David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York
La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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