Morreu na madrugada quarta-feira (10) o jornalista Paulo Henrique Amorim, 77 anos. A informação foi confirmada pela TV Record, emissora em que ele trabalhava desde 2003. Amorim teve um infarto fulminante e morreu em casa, no Rio de Janeiro. Ele havia saído para jantar com amigos na noite de terça-feira (9).
Na profissão desde 1961, Amorim teve passagens por diversos jornais e revistas, escreveu livros e foi repórter, correspondente e apresentador de programas nas televisões Globo, Band, Manchete, Cultura.
Na Record, apresentava até o mês passado o programa ‘Domingo Espetacular’, o qual comandou por 14 anos até ser afastado no dia 24 de junho. A emissora alegou que a saída dele da atração fazia parte de uma reformulação do jornalismo que está sendo implementada desde janeiro, mas Amorim era um dos principais nomes críticos ao governo Bolsonaro, que é aliado da Igreja Universal do Reino de Deus, proprietária da Record.
Amorim assumia a postura crítica especialmente em seu site pessoal, o Conversa Afiada. Ele deixa uma filha e a mulher, a jornalista Geórgia Pinheiro.
Joana Berwanger | Sul21
Paulo Henrique Amorim comandava atualmente o site Conversa Afiada e estava afastado pela TV Record
Carreira
Paulo Henrique Amorim construiu uma carreira que vai do jornalismo impresso ao televisivo. Atuou como correspondente internacional em Nova York nas revistas Realidade e Veja. Na televisão, passou pela extinta Manchete, pela Globo, Bandeirantes e TV Cultura.
Contratado pela Record em 2003, ele assumiu na ocasião a apresentação da edição noturna do Jornal da Record. Posteriormente foi deslocado para o programa Domingo Espetacular. No final do mês passado, ele foi afastado da atração após 14 anos no seu comando. Na ocasião, a emissora anunciou o nome de novos apresentadores como parte de uma reformulação do seu jornalismo e afirmou que Paulo Henrique Amorim não seria demitido, ficando à disposição para novos projetos.
Paralelamente, o jornalista também editava o Conversa Afiada, um site focado na cobertura política do país que ele criou inicialmente como um blog em 2008. A notícia de sua morte repercutiu no meio profissional e político.
“Os jornalistas brasileiros acordaram hoje com uma triste notícia: a morte por infarto do jornalista Paulo Henrique Amorim. É uma perda para o jornalismo. Além de atuar na Record, ele também atuava no jornalismo independente com seu site Conversa Afiada e estava fazendo um trabalho interessante porque suscitava o debate e a crítica. Vai fazer falta”, lamentou Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.
Nas redes sociais, políticos e colegas de profissão também prestam homenagem. O jornalista e escritor Mário Magalhães escreveu em seu perfil que Paulo Henrique Amorim foi um jornalista corajoso e compartilhou um de seus discursos. “Reverencio sua memória com um vídeo dele, de dezembro de 2017, em defesa da liberdade de expressão”.
*Com informações da Agência Brasil