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Após repercussão do movimento #MeeToo, comissão atuará em Hollywood para reduzir assédio e violência sexual

As fundadoras da Comissão são a reconhecida produtora de cinema Kathleen Kennedy e Nina Shaw, famosa advogada do distrito na Califórnia
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Uma organização de trabalhadores imigrantes mexicanos, centro-americanos e caribenhos na Florida dará assessoria a Hollywood para buscar uma solução assédio sexual na indústria do cinema que irrompeu no debate nacional com o movimento #MeToo.

Nesta quarta-feira foi anunciado o acordo entre a Coalisão de Trabalhadores de Immokalee (CIW) e a Comissão Hollywood que trabalharão para elaborar um projeto de monitoramento independente para proteger de abusos no trabalho e de violência sexual trabalhadoras de Hollywood em empresas independentes de produção.

A Comissão Hollywood para a Eliminação do Assédio e Promoção de Equidade, cuja presidente é a famosa advogada Anita Hill, surgiu do movimento de denúncia contra o abuso sexual #MeToo que sacudiu a indústria do cinema, da televisão, entre outras. As fundadoras da Comissão são a reconhecida produtora de cinema Kathleen Kennedy, que é presidenta da Lucasfilm e foi cofundadora com Steven Spielberg da Amblin Entertainment, e Nina Shaw, famosa advogada de Hollywood.  

As fundadoras da Comissão são a reconhecida produtora de cinema Kathleen Kennedy e Nina Shaw, famosa advogada do distrito na Califórnia

Reprodução: Winkiemedia
A organização de Hollywood surgiu do movimento de denúncia contra o abuso sexual #MeToo.

Em 2011, o CIW criou o Programa de Comida Justa para responder aos abusos históricos padecidos por diaristas agrícolas, incluindo a violência sexual. Através de uma série de acordos sem precedentes com empresas nacionais do ramo de alimentos, o CIW conseguiu transformar as condições de trabalho de mais de 35 mil trabalhadores em sete estados. 

O programa foi reconhecido com a Medalha Presidencial (outorgada ao CIW pelo presidente Barack Obama), e qualificado como “uma das 15 histórias mais importantes de impacto social do século passado”, pela Harvard Business Review. 

“Há inúmeras lições para Hollywood na maneira de abordar e implementar o êxito do CIW e do Programa de Comida Justa em erradicar o assédio sexual em uma indústria que antes não prestava contas e era repleta de abusos”, comentou Anita Hill ao anunciar o acordo. 

Assinalou que este esforço conjunto “nos ajudará a criar um esquema para abordar e evitar a má conduta em empresas independentes de produção, e finalmente, esperamos, forjar um ambiente de trabalho mais seguro e igualitário em Hollywood”.

“Embora cada setor seja único, o assédio e o bullying sexual no trabalho são problemas universais que partilham o denominador comum de um desequilíbrio de poder”, comentou a ex-juíza da Suprema Corte de Nova York, Laura Safer Espinoza, que é a diretora executiva do Conselho de Normas de Comida Justa, a entidade independente de monitoramento que supervisiona o Programa de Comida Justa. Indicou que com a experiência de mais de uma década de trabalho, comprovamos que um sistema interconectado de transparência, empoderamento de trabalhadoras e aplicação confiável pode conseguir uma prestação de contas real e transformar uma indústria de baixo até em cima”, e que com a Comissão Hollywood vai ser explorada a forma como essas lições poderão ser aplicadas na indústria do entretenimento. 

Para mais informações, acesse: https://ciw-online.org


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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