De acordo com uma investigação do Instituto do Atlas Político, divulgada hoje pelo jornal El País Brasil, 54% dos brasileiros são a favor da destituição do presidente Jair Bolsonaro.
Pela primeira vez, mais da metade dos entrevistados apoiou a destituição de Bolsonaro em uma pesquisa realizada por essa entidade.
Este resultado surgiu após a demissão na sexta-feira do ex-juiz Sérgio Moro como Ministro da Justiça.
Moro deixou o cargo depois que o presidente de extrema-direita retirou sem consultar o diretor da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, um homem em quem ele confiava.
Durante sua declaração de demissão, o ex-magistrado afirmou que lhe foi prometido carta branca para trabalhar, mas aparentemente esse não foi o caso.
Palácio do Planalto
Moro deixou o cargo depois que o presidente de extrema-direita retirou sem consultar o diretor da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo.
A exoneração aumentou a tensão entre Bolsonaro e Moro, que ameaçou entregar o posto se Valeixo, seu braço direito, fosse demitido, como definitivamente aconteceu.
Ao refutar tais desafios, Bolsonaro indicou que Moro fez uma mudança no comando de PF condicionada à indicação de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na pesquisa anterior, realizada em março, 48% dos entrevistados eram a favor do impeachment.
Segundo a pesquisa, a rejeição de Bolsonaro alcançou 64,4%, contra 30 na aprovação.
O governo Bolsonaro é classificado como ruim ou muito ruim em 49%, a taxa mais alta desde fevereiro de 2019, quando a série começou. Outros 28% consideram isso justo e 21 o consideram bom.
No momento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tem 24 pedidos de remoção contra o ex-oficial militar em seu gabinete, aguardando uma decisão: arquivar ou prosseguir.
De acordo com a televisão da CNN Brasil, o pedido mais antiga data de 13 de março de 2019, quando o governador foi acusado de um crime de responsabilidade pela publicação, oito dias antes em sua conta na rede social Twitter, um vídeo com forte conteúdo pornográfico, sob o pretexto de criticar o carnaval brasileiro.
Desde janeiro passado, mais de 20 pedidos de impeachment contra o ex-capitão do Exército foram entregues à câmara baixa.
O último aparece em 22 de abril, apresentado por Ciro Gomes, vice-presidente do Partido Democrata do Trabalho (PDT), por Bolsonaro participar e apoiar manifestações em Brasília, nas quais foi solicitada a reedição da AI-5 (medida arbitrária aplicada durante a ditadura) e o fechamento do Congresso Nacional e do STF.
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