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Após US$ 250 mi à Ucrânia, Biden envia US$ 95 mi ao Havaí e revolta ilha destruída pelo fogo

Presidente dos EUA já havia sido criticado pela lenta resposta à emergência havaiana; centenas seguem desaparecidos
Redação Russia Today
Russia Today
Moscou

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O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou no último dia 30 que seu Governo desembolsará um total de 95 milhões de dólares para recuperar a rede elétrica do Havaí, que ficou destruída em agosto pelos incêndios florestais na ilha de Maui, os mais mortíferos dos EUA em um século, que deixaram pelo menos 114 mortos e centenas de desaparecidos.

Em um discurso na Casa Branca, o mandatário, que foi duramente criticado pela lenta resposta de sua Administração à emergência natural, afirmou que a designação de recursos busca assegurar que o fornecimento elétrico se mantenha de forma ininterrupta nas moradias, hospitais e estações de água “inclusive durante tormentas”.

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Biden, que na semana passada visitou a ilha de Maui junto com sua esposa Jill para constatar o alcance dos danos e falar com os sobreviventes, enfatizou que os 95 milhões permitirão ao estado do Havaí substituir postes elétricos obsoletos, assim como estender mais linhas elétricas.

O desembolso desta quantia, que se soma aos 16 milhões em assistência para 4.200 moradias, chega quando a empresa Hawaiian Electric, responsável pelo fornecimento elétrico de Maui, é objeto de dezenas de queixas de atingidos que a culpam pelo ocorrido, pois os cabos sem isolamento em antigos postes de madeira são considerados a possível causa dos incêndios.

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A resposta da Administração democrata gerou uma onda de críticas, tanto por parte de figuras públicas como da cidadania, não só pela lentidão da reação ou a resistência de Biden a responder às perguntas sobre a catástrofe, como também pela diferença entre a quantidade de recursos desembolsados para reduzir as consequências dos incêndios e o dinheiro destinado a continuar armando a Ucrânia.

Não à toa, um dia antes, em 29 de agosto, Washington anunciou um novo pacote de ajuda militar a Kiev num valor total de 250 milhões de dólares, duas semanas depois de outro lote de 200 milhões de dólares, anunciado no mesmo dia em que a Casa Branca ofereceu uma ajuda de emergência de 700 dólares às famílias afetadas pelo fogo.

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“Creio que Joe Biden deve pegar seus 700 dólares, voltar a seu avião de merda e ir para casa. Isto é o que eu acho, se compararmos 700 dólares com todos os milhões que [Biden] está dando à Ucrânia. Por que? Nós é que precisamos. Somos cidadãos e não podemos conseguir dinheiro. Mas não são cidadãos e recebem trocentos milhões de dólares dos EUA”, disse naquele momento uma das habitantes de Maui em meio à indignação popular.

Entre aqueles que se lançaram contra Biden pela diferença entre as ajudas destinadas ao Havaí e à Ucrânia, figura o pré-candidato democrata Robert F. Kennedy Jr. “O presidente Biden acaba de oferecer um pagamento de 700 dólares por família aos residentes de Maui. Também pede 25 bilhões de dólares para a Ucrânia. Façamos um pouco de cálculo matemático. Há cerca de 50 mil famílias em Maui. 25 bilhões de dólares são 500 mil dólares por família, o que nos permite ter uma ideia do que esta nação está sacrificando para financiar a máquina de guerra”, denunciou o político em 23 de agosto último.

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Enquanto isso, o Comitê de Supervisão da Câmara de Representantes, liderado pelos republicanos, anunciou nesta semana o lançamento de uma investigação sobre a gestão do desastre de Maui pelo Governo, informa The Washington Post.

Fazer-se passar por Zelenski

Não é a primeira vez que chovem críticas sobre Biden por priorizar a ajuda à Ucrânia sobre as emergências domésticas. Outro exemplo foi o descarrilhamento do trem com substâncias tóxicas na cidade de East Palestine (estado de Ohio), ocorrido em fevereiro passado, que provocou a contaminação de vias fluviais próximas. 

Diante da falta de medidas do Governo federal, Donald Trump Jr., filho mais velho do ex-presidente, ‘sugeriu‘ com um meme ao governador de Ohio, Mike DeWine, que se faça passar pelo mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, para receber ajuda de Biden.

Redação | Russia Today
Tradução: Ana Corbisier


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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