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Argentina pela suspensão do pagamento da dívida

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

desacato-terrorismo-economico-400x300Diante do desacato e o terrorismo econômico,

suspender os pagamentos e auditar a dívida pública

Documento Publico*

Juiz Griesa declarou à Argentina em desacato por não cumprir a sentença de pagar uma dívida espúria. A justiça dos EUA atuou por solicitação dos fundos abutres. Por sua parte, a Presidenta da Argentina os denunciou na Assembleia da ONU como terroristas econômicos.

A rigor, este capitalismo de época é produto de Terrorismo de Estado que ensaiou as políticas neoliberais no Cone Sul da América nos anos setenta, e que se mantém mundialmente com base no endividamento, o saque dos bens comuns naturais sobretudo do Sul, e a militarização da sociedade mundial. Agora, o terrorismo se estendeu aos poderes hegemônicos da ordem capitalista para afiançar uma lógica especulativa de valorização dos capitais.

São todos abutres, cumplices de um regime que exacerba a restabilidade de seus investimentos a custa da exploração da força de trabalho e os bens comuns. O endividamento financeiro é um instrumento predileto desse regime, sejam os acionistas de fundo reconhecido como abutre, um portador de títulos “restruturados” em 2005 ou 2010, algum dos grandes bancos que manejam o sistema financeiro ou até mesmo o Banco Mundial.

É por tudo isso que sustentamos a necessidade de suspender os pagamentos da dívida pública e investigar sua legitimidade e legalidade para não continuar pagando o que não devemos. Também exigimos a caducidade de todos os acordos e contratos secretos com estados, organismos estrangeiros e empresas transnacionais que incluem prorrogação de jurisdição, tanto em questões financeiras, como de extração das riquezas naturais.

Vale consignar as promessas de pagamento incluídas no Orçamento de 2015 enviada ao Congresso, parcelas que dever ser canceladas e reorientadas para políticas de repovoamento territorial, matriz energética renovável e descentralizada, agricultura familiar e camponesa, saúde e educação de qualidade, habitação e ambiente dignos para todos. É a base para exigir terminar com o consenso majoritário pelo pagamento da dívida.

Do seio de nossa Assembleia afirmamos Não ao “coro dos devedores” que dentro do oficialismo e da oposição partidária e midiática, o Partido Único da Dívida (PUD). A Argentina tem enorme potencial de alternativas soberanas para confrontar esses modelos de submissão, e por isso convocamos a conformar um grande movimento popular para exigir a satisfação de nossos direitos, pois já pagamos tanto que nos consideramos credores do sistema financeiro mundial.

Buenos Aires, 30 de setembro de 2014-10-05

Assembleia pela suspensão de pagamentos e investigação da dívida e pels defesa do patrimônio nacional e das riquezas naturais. 

*Documento público

 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Revista Diálogos do Sul

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