“Percebi que SP ‘aglutinava’ gente de todos os tipos, mas que não se conversavam. Já na Europa, apesar de todo o racismo, o intercâmbio entre pessoas de vários países ainda é maior que aqui”, diz o cantor, compositor, produtor, arranjador e multi-instrumentista de música popular brasileira Carlinhos Antunes em entrevista à Diálogos do Sul.
Durante a conversa, o músico afirma que sua formação musical é marcada por projetos que unem arte, cultura e solidariedade, como é o caso da Orquestra Mundana Refugi, que já possui dois discos e é formada por 21 músicos brasileiros, imigrantes e refugiados de diversas partes do mundo.
Carlinhos lembra que ainda nos anos 1970, ao estudar história, se deu conta de que vivemos em um mundo totalmente eurocêntrico e ao conhecer o pensamento do libertador cubano José Martí, passou a viajar pela América Latina e pelo mundo, em busca de mais conhecimento.
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Carlinhos Antunes em Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer.
Já no início dos anos 1990, entre idas e vindas de Marrocos e Espanha a São Paulo, o compositor criou o que seria o “embrião da Orquestra Mundana”, na época chamado de “Projeto São Paulo de Todos os Povos”.
“São Paulo é uma cidade excludente”, diz o músico ao explicar que montou o projeto para que os grupos “saíssem de seus guetos e se encontrassem”, o mais tarde resultou na aclamada Orquestra Mundana.
A Orquestra Mundana Refugi surgiu em 2007, após 15 anos de Orquestra Mundana, e foi formada dentro do projeto REFUGI, no Sesc Consolação, que oferecia oficinas musicais gratuitas para imigrantes e refugiados.