“Que fique bem claro para o povo trabalhador: enquanto prevalecer uma fração do capital dominando o Estado brasileiro – isso é muito claro nas bancadas da Bíblia do Boi e da Bala – o país não se livra do cabresto das estrelas vermelhas e azuis”, avalia o professor de Geopolítica da Universidade de São Paulo (USP), pesquisador e palestrante sobre o Poder Militar André Martin.
“Esse insólito conluio expressa militarismo, agronegócio e pentecostalismo. Essas são as bancadas que dominam o Congresso Nacional. Elas estão todas associadas a quem?”, pergunta Martin para responder de pronto: “Aos Estados Unidos da América”.
Talvez a própria falta de compostura revelada e comprovada ao longo dos quatro anos de flagelo tenha sido o amálgama para selar a aliança de ingênuos, idiotas e bandidos. O discurso foi tão bom que o ex-capitão continua tramando pela queda da democracia.
Não é à toa que Martin anda tão tenso com o rumo que o Governo de Coogestão vem optando. “Como dormir se nossas camas estão em chamas?”, pergunta.
Diálogos do Sul: Por favor, defina para nós, leigos, o que vem a ser estritamente fascismo?
André Martin: Fenômeno que, de quando em quando, reaparece em cena.
Resistente renitente…
E periódico. Quase sempre resultado de uma dificuldade do processo de acumulação do capital, principalmente quando entra em crise. No nosso caso, há uma crise de superprodução. E uma fração do capital resolve quebrar todas as regras para alcançar o domínio sobre as demais facções.
Quem são essas frações, quem ganha e quem perde com o golpe? Os gorilas…
Os militares estão por trás. Mas os principais beneficiários são fáceis perceber. No caso brasileiro, destaque para o agronegócio, capital imobiliário urbano. O imperialismo (como quase sempre) e o capital financeiro ganharam.
Tais frações do capital estão desalojando todas as outras: são pequenos agricultores, lojistas, capital industrial – mesmo de certo tamanho – estão sendo engolidos por essas frações dominantes. Elas quebram todas as regras.
Como os Estados Unidos?
Em português bem claro sim. É fácil de perceber. No nosso caso, é o agronegócio, capital imobiliário urbano e financeiro. Além de destruir, os donos do Mercado quebram todas as regras (como o Estado gangster).
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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
André Martin: "Um país não pode ter sua economia assentada no agronegócio. É muito pernicioso"
E a partir daí passam a lutar pelo poder com outras armas. No caso brasileiro, misturando muito com religião. Cada vez mais constante e grave.
O tal fenômeno bolsonarista, por exemplo, junta militarismo, messianismo, fundamentalismo evangélico e a defesa do Agronegócio, sobretudo, que é a base de sustentação econômica.
Sustentação Econômica só para família com emprego, né? E a mão-de-obra ganha merreca e as multinacionais, por trás de negócios da China, usam tecnologia e financiamento nacional para encher as burras de dólares, isentos de impostos…
Perfeito tudo o que você fala. Um país não pode ter sua economia assentada no agronegócio. É muito pernicioso: tanto do ponto de vista comercial, quanto do ponto de vista social. A verdade é que esses aí que são nossos grandes inimigos.
Que fique bem claro isso para o povo trabalhador: enquanto prevalecer essa fração do capital dominando o Estado brasileiro – isso é muito claro nas bancadas da Bíblia do Boi e da Bala, esse insólito conluio expressa piamente isso: militarismo, agronegócio e pentecostalismo.
Essas são as bancadas que dominam o Congresso Nacional. Elas estão todas associadas a quem? Ao imperialismo dos Estados Unidos…
Da morte…
Sim, como negar? Norte-americanos implantaram isso no mundo ao final da Segunda Guerra. Essa conjunção está matando a nação e o povo brasileiro.
Amaro Augusto Dornelles | Jornalista e colaborador da Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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