Conteúdo da página
ToggleOs recentes ataques à democracia no Brasil mostram a fragilidade da sua consolidação após o regime militar. Nesta seara, assistimos ministérios serem comandados sem titular — caso da Saúde e da Educação, que possuem papel relevante ao combate ao novo coronavírus.
APOIE A DIÁLOGOS
A tônica do ataque demonstra a balbúrdia de desorganização política do presidente, que foi ungido por partido sem projeção nacional e insiste em conduzir os destinos da nação com um viés fortemente fisiológico no Congresso Nacional para, assim, garantir sua sobrevivência política.
Sem designar titulares, as áreas que mais recebem parcelas do orçamento federal estão com dificuldades em gerenciar projetos e executar políticas durante a pandemia. Isso quando a soma de esforços seria a melhor saída para equacionar o grave problema social no Brasil.
Agência Senado
Fachada do Ministério da Saúde durante pandemia do novo coronavírus.
As pastas dirigidas por interinos são objetos de cobiça por políticos fisiológicos pela grande visibilidade, além do orçamento que detêm. Além disso, a indicação de profissionais da área pode estar à mercê de troca de favores com vistas a garantir o governo Bolsonaro, mesmo que com rejeição popular, o que é atestado por pesquisas de opinião recentes.
Neste momento, o diagnóstico é de que a ausência de titulares nestas pastas contribui para o desgaste do governo federal junto à população.
RECEBA NOSSO BOLETIM
A utilização constante da retórica presidencial, que desvia a atenção, acobertando soluções para as mazelas sociais é traduzida pela situação de caos na saúde, onde o conflito de decretos e leis dos entes federativos com a ausência de normatização federal é o palco ideal para a permissividade de interpretação local sem precedentes na região.
Na Educação, questões que envolvem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o calendário escolar permanecem sem resposta, o que aflige estudantes de todo o país e pode retardar o conhecimento de toda uma geração.
Se faz necessário ao presidente tomar as rédeas do governo e indicar titulares para as pastas de maneira coerente e digna do cargo, sem viés político, com profissionais que possam estar à altura dos desafios impostos por antigos ocupantes que deterioraram as relações interna e externas.
Tais ações minaram aliados estratégicos e não corroboram para melhorar a situação dos cidadãos, que se veem à deriva diante do quadro peculiar da atual política nacional.
Veja também