“Pronto pra ser privatizado”, como definiu o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Banco do Brasil gastou R$ 119 milhões em publicidade no ano de 2019 e foi um dos braços do governo para financiar sites de fake news pró-Jair Bolsonaro, como é o caso do Jornal da Cidade Online.
Defensor das políticas neoliberais e da privatização do banco, Rubem Novaes, presidente da instituição pode ir parar no inquérito de fake news do STF, de relatoria de Alexandre de Moraes. O TCU analisa o repasse de verba do banco para sites acusados de publicar notícias falsas. Um dos pedidos é para que os autos sejam encaminhados para o Supremo.
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Rubem Novaes foi empossado nesta segunda (7) por Paulo Guedes no comando do Banco do Brasil em cerimônia no Palácio do Planalto.
O Banco do Brasil voltou atrás da decisão de retirar anúncios do site de fake news Jornal da Cidade Online após reclamação do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) nas redes sociais.
Alertado pelo movimento Sleeping Giants Brasil, na quarta-feira (20) o Banco do Brasil anunciou via redes sociais que “repudiamos qualquer disseminação de fake news” e anunciou a retirada e o bloqueio de anúncios no site. No mesmo dia, o filho de Jair Bolsonaro compartilhou o tuíte reclamando que “o marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”.
A área técnica, da qual faz parte o filho do general Mourão, Antônio Mourão, considerou excessivo o veto ao site por produção de conteúdo falso. O presidente do banco, Rubem Novaes, defendeu o desbloqueio.
“Porra” do Banco do Brasil
Novaes disse na reunião ministerial de 22 de abril, tornada pública por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que o Banco do Brasil estaria pronto para um programa de privatização.
A proposta foi colocada na discussão depois que Guedes reclamou da instituição, que, segundo ele, não é nem pública, nem privada. “O Banco do Brasil não é tatu nem cobra porque ele não é privado, nem público. Se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: ‘bota o juro baixo’, ele: ‘não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ . Aí se falar assim: ‘bota o juro alto’, ele: ‘não posso, porque senão o governo me aperta.’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, afirma Guedes, que ressaltou que “tem que privatizar a porra do Banco do Brasil”.
Em seguida, o ministro da Economia sugere que Rubem Novaes tem um “sonho” em relação à privatização do Banco do Brasil e pede que ele confesse. O incentivo é interrompido pelo presidente Jair Bolsonaro, que rejeita privatizar o banco antes de 2023, ou seja, da eleição presidencial.
“Deixa para depois, confessa não. Faz assim: só em vinte e três [2023] você confessa, agora não”, diz Bolsonaro. “Isso aí [privatização do Banco do Brasil], isso aí só se discute. Só se fala isso em vinte e três, tá?”, explica.
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