A criação do Estado da União com a Rússia não significa a perda da soberania da Bielorrússia, sublinhou seu ministro de Relações Exteriores, Vladimir Makei, destaca hoje a imprensa local.
O diplomata explicou que junto com algumas estruturas supranacionais, o tratado reconhece o direito dos países de mandar uma política exterior independente e a supremacia de seu poder estatal na política interna.
Em entrevista concedida à publicação russa Kommersant, Makei assegurou que os temores sobre a possibilidade de que a Bielorrússia “seja absorvida pela Rússia” são absolutamente infundados.
Opinou que no mundo de hoje é difícil que os países pequenos que não contam com recursos importantes possam estar sós, motivo pelo qual os bielorrussos devem entender que “a integração é necessária para preservar o Estado”.
O chanceler bielorrusso deu como exemplo a União Europeia, cujos membros sacrificaram parte de suas funções nacionais ao mesmo tempo que potencializavam a cooperação.
Advertiu que a mesma coisa acontece com a Bielorrússia, partindo do principal que é encontrar “formas mutuamente aceitáveis” de integração.
Confirmou que dos 28 programas da integração, Moscou e Minsk priorizaram a criação do mercado comum do gás e uma legislação fiscal única.
Se espera que no outono o Conselho Supremo do Estado da União aprove todas as diretrizes.
No dia 2 de abril ambos os países celebraram o 25º aniversário da firma do tratado sobre a formação da Comunidade da Rússia e da Bielorrússia, que deu início ao processo de integração mútua.
Em 8 de dezembro de 1988 foi firmado o pacto sobre o estabelecimento do Estado da União, assim como o programação de ação conjunta da aplicação das disposições que garantem um alto nível de cooperação entre Moscou e Minsk.
A Rússia e a Bielorrússia atribuem muito importância à unidade entre ambos os países.
Prensa Latina
Ministro das Relações Exteriores da Bielorrúsia, Vladimir Makei.
O presidente Russo, Vladimir Putin, e seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, revisaram as relações comerciais e econômicas entre ambos os países e a luta contra a Covid-19 durante seu encontro em Sochi.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse aos jornalistas que estes foram os temas centrais da conversação dos mandatários, embora tenha reconhecido que também analisaram os acontecimentos vinculados com a aterrissagem de emergência do voo da Ryanair em Minsk, em 23 de maio.
Ao se referir à “onda de emoções” desatada pelo tema, segundo Putin, o porta-voz da presidência russa esclareceu que para Moscou a situação requer um exame reflexivo e construtivo, segundo a agência TASS.
Peskov comunicou que no encontro entre os chefes de Estado, a parte bielorrussa proporcionou toda a informação necessária sobre o incidente.
Putin colocou a Lukashenko o problema da cidadã russa, Sofia Sapega, detida em Minsk e assinalou que o Kremlin tem em conta que Sapega é residente na Bielorrússia, pelo que “partimos da premissa que tudo deve acontecer dentro do marco da lei”.
Putin e Lukashenko instruíram os ministérios de transporte dos dois países para organizar todos os aspectos vinculados ao tráfego aéreo, levando em consideração o próximo período de férias e o grande números de bielorrussos interessados em viajar para o Mar Negro.
Também para buscar opções que facilitem o regresso “a sua terra natal” de cidadãos que não têm como voltar ao país após a suspensão de voos para a Bielorrússia por parte de várias capitais europeias e a proibição de voar a esses destinos por parte das linhas aéreas bielorrussas.
Peskov sublinhou que a reunião entre Putin e Lukashenko foi construtiva e rica em conteúdo, além de reiterar que este é só um de uma série de contatos permanentes russo-bielorrussos no mais alto nível.
Apontou que a relação especial entre os dois países, incluída sua interação dentro do Estado da União, “torna absolutamente necessário o caráter permanente destes contatos”.
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