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Bolsonaro tem que ser preso: uma análise do governo sob a ótica da geopolítica

Em entrevista, André Roberto Martin, professor titular de Geografia Política na USP, fala sobre a importância do pré-sal, dos EUA e dos protestos de 2013 no processo que estamos vivendo hoje
Amaro Augusto Dornelles
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

“Bolsonaro tem que ser preso”. A fala do professor André Martins não é somente de indignação diante de todos os desmandos feitos pelo capitão que ocupa o Palácio do Planalto, como também um alerta:  

“Estamos entrando em uma seara muito, muito perigosa. É preciso combater o tempo todo, fazer o processo recuar. É preciso entrar no fogo para entancar o genocídio do povo brasileiro. Cada dia que ele fica são mais mortes. Ele não para, não adianta. Segue sempre forçando os limites, sempre um pouco além.”

André Roberto Martin é professor titular de Geografia Política na Universidade de São Paulo (USP) e integrante da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED). A seguir, ele fala sobre a importância do pré-sal, dos EUA e dos protestos de 2013 no processo que estamos vivendo hoje com Bolsonaro e os militares.

Em entrevista, André Roberto Martin, professor titular de Geografia Política na USP, fala sobre a importância do pré-sal, dos EUA e dos protestos de 2013 no processo que estamos vivendo hoje

Palácio do Planalto
Está bastante evidente que o descontentamento está cada vez maior de parcelas importantes das Forças Armadas em relação ao Bolsonaro.

Confira a íntegra da conversa:

Diálogos do Sul: Como andam os ânimos na caserna?

André Roberto Martin: Está bastante evidente que o descontentamento está cada vez maior de parcelas importantes das Forças Armadas em relação ao presidente Bolsonaro. Insisto: ao contrário do que muita gente fala, as Forças Armadas não tinham planos de tomar o poder, entraram por um vácuo deixado pela classe política.

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Eles se entusiasmaram com a receptividade da opinião pública e apoiaram esta aventura Bolsonaro — acreditando poder controlá-lo — e desta forma estabelecer uma administração menos corrupta. Era o que circulava entre eles.  Para mim isto foi o mais grave de tudo. Tal versão — forte dentro das Forças Armadas — a partir de agora ela não vai mais ficar de pé porque justamente o outro mito, que realmente trouxe os militares ao governo: o ‘Mito da Lava Jato'.

Essa nem  Freud responderia: qual é o mito Lava Jato?

Todos são iguais perante a lei. E como provar que todos são iguais perante a lei? Prendendo o ex-presidente Lula — o homem mais poderoso do Brasil. Esse é o mito da Lava Jato. Só que agora, justamente os militares, dizem não poder aceitar a volta do Lula ao poder porque ele é corrupto. Já foi ‘provado’…

O corrupto segue sendo o Sapo Barbudo…

Quando os militares cometem crimes, eles são sempre beneficiados, desde o guarda da esquina ao general Pazuello. Isto é uma tremenda desonra para todos os fardados porque significa dizer que eles estão acima da lei. É o contrário do dizia o então juiz Sérgio Moro: “Ninguém está acima da lei” — a não ser que esteja com a arma na mão dizendo que é a lei. 

Esse descontrole, que começou com a Lava-jato, fez a máscara cair definitivamente. Mas como apoiar, em nome da Lava-jato, algo contra o ex-presidente?

Mas nesta equação não estaria faltando a contribuição de nossos “irmãozinhos” do Norte e sua doutrinação militar via Escola Superior de Guerra e da Cia?

Não há maior corrupção do que a corrupção à Pátria. Infelizmente — ao contrário da proclamação de patriotismo, temos muito entreguismo dentro das forças armadas. Isto é fato concreto. Por isso, acho que a grande contradição entre eles é justamente isso: como apoiar um presidente vendilhão da pátria?

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Mas afinal, tem dólares americanos neste golpe?

Não tenho dúvidas de que tudo foi tramado fora daqui porque a nossa elite, burguesa, não teria capacidade para articular um golpe como foi feito. A bem da verdade somos vítimas de uma guerra híbrida contra o Brasil, que foi desencadeada a partir de 2013.

Por que 2013?

Aquele foi o ano em que o atual presidente Joe Biden [à época vice de Obama] veio ao Brasil pedir para a presidenta Dilma liberar o acesso do Pré-Sal para as multinacionais norte-americanas. Dilma insistiu no modelo de partilha e disse ‘não’: 30% de toda a produção iria para a Petrobras, frontalmente contra as petroleiras dos EUA.

Aí surge o impoluto José Serra, defensor dos fracos e oprimidos do Norte…

Trata-se do ‘Pai do Regime de Concessão”. Modelo adotado, depois, por Temer. A prova de toda chantagem, entreguismo — a manipulação a partir de fora na derrubada da Dilma —  ficou evidente na entrega do Pré Sal, o filet mignon foi para as multinacionais. Essa operação da Lava Jato começou em 2009 a bem da verdade, ano em que José Serra apresentou no Congresso Nacional seu projeto beneficiando Chevron e Shell.

José Serra é apontado como funcionário da Chevron —  sem carteira assinada…

Ele deve ter alguma participação nos lucros. As leis que ele apresenta são favoráveis a tais empresas e contra o interesse nacional. Contra o Brasil. Qual foi o jogo? Impedir que o dinheiro do Pré-Sal fosse usado para financiar infraestrutura, educação e saúde. Se você usasse esse dinheiro em cultura e educação, o Brasil iria disparar. As potências, obviamente, não estavam interessadas nisso. 

Quais potências?

Pela ordem, Inglaterra e Estados Unidos. Os britânicos viviam um momento de declínio econômico; crise política; movimento de separação na Escócia; Brexit, e muita turbulência e esgotamento das reservas petrolíferas do Mar do Norte, entre outras agruras. Com isso, o Mar do Norte virou estacionamento de sucata de petroleiras como a Shell. Faltava petróleo no Mar do Norte e sobrava no Pré-Sal.

Ora, para a Inglaterra o crescimento brasileiro era inoportuno, sobrava muito equipamento naquela região. Na visão dos ingleses, o crescimento brasileiro representaria uma virada geopolítica muito importante, com o Brasil ascendendo acima de Reino Unido e França como potência mundial.

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As potências coloniais estavam indóceis…

Em associação com os EUA, as potências coloniais trataram de impedir o crescimento da antiga colônia. 

Mas o interesse geopolítico dos EUA no Brasil é cada vez maior. É como se Pindorama fosse a única forma de fortalecê-los para deter a China.

Não está enganado. O saque na América Latina é a tábua de salvação dos imperialismos, essa é a verdade. Porque na África e na Ásia a China já dá seu anteparo Que espaço sobrou para eles? O espaço colonial e do imperialismo. O pessoal se espanta: por que a América Latina é a pior região do mundo no combate à pandemia? Ora, é a região do mundo mais submetida à ingerência dos EUA. 

Legado do neoliberalismo…

É onde está mais se afundando a economia dos países. É isso, estamos submetidos a esta ideologia desde os anos 1990 e este é o grande inimigo do desenvolvimento. É onde mais se defende a ideologia neoliberal, que vai contra os interesses de países mais pobres. Bolsonaro é apenas a encarnação do mal maior: o neoliberalismo, o que é muito difícil de o nosso povo compreender. 

À luz de todos esses fatos, qual a tua avaliação do atual regime? O Capitão aguenta o tranco até o final do mandato; tem chance de ganhar de novo?

É difícil definir o regime em poucas palavras porque temos um antigoverno. Mas antes tem de entender o risco que vem de fora: isso é difícil de entender, pois a lógica não está aqui dentro. Qual a lógica de destruir o país, destruir o Estado e empobrecer a população? A história começa a fazer sentido quando há outra potência fora se beneficiando. Vamos lá: a gente viu toda aquela madeira apreendida na Amazônia. Logo Ricardo Salles (agora ex-ministro do meio-ambiente) tratou de liberá-la. Para onde está indo toda essa madeira? Basicamente para os EUA. Aí eles dizem que são protetores do meio ambiente. Trata-se de uma grande palhaçada. 

As Forças Armadas deveriam defender os indígenas brasileiros… 

Nossos militares, ao invés de proteger os indígenas, impedirem a entrada das multinacionais, estão lá atacando as tribos e deixando as multis à vontade. Onde está o patriotismo das Forças Armadas do Brasil? Há uma visão muito equivocada que persiste entre eles, dos anos 70.

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Mas onde entra o Judiciário nessa parada?  A toga assiste passivamente à boiada passar, devastar povos e floresta, como se nada tivesse a ver.

Se nós analisarmos a história evolutiva dos estados à luz da luta de classes vai ficar mais claro. Nas Forças Armadas e, até o século 19, o Estado era gendarme, policialesco, que só servia para explorar as classes subalternas. 

Tivemos os exércitos dos reis, com os franceses . Você tinha isso: antes da classe operária poder se organizar, lutar por salário, pela jornada de trabalho de oito horas, férias… Antes do proletariado lutar pela própria existência, como classe social, o Estado só existia como gendarme, na base da repressão. Ora, foi a luta da classe operária que arrancou do Estado a Previdência Social, as férias, a aposentadoria, a jornada de oito horas de trabalho, o Estado de previdência. Ou seja, o Estado percebeu a importância de manter a força de trabalho. 

Qual o papel da Revolução da URSS?

Passaram-se os anos e, por conta das vitórias do Socialismo — principalmente a experiência vitoriosa da União Soviética — o Capitalismo ‘foi forçado’ a enfrentar a crise de 1929.  Adotou, então, o ‘Estado Empresário”. Pois bem, para entrar no Estado Social de vez, a burguesia, onde pôde, reagiu. 

Então, ela voltou para trás: destruiu o Estado Empresário. E agora está destruindo o Estado Previdência. Vai sobrar o quê? O Estado gendarme. Nesta etapa da crise capitalista, polícia, exército e judiciário viraram parte orgânica da burguesia. Esta me parece ser a nova forma que a luta de classes assumiu em relação ao estado. Tentativa desesperada da burguesia em tentar destruir a nova sociedade a qualquer custo. Ficando, portanto, apenas com a parte repressiva do Estado.

Democracia do porrete.

A burguesia precisa do aparato repressivo para conter a força trabalhadora. Então eles vão ficar só nisso. Todas as conquistas que vieram depois, pela luta de classes do proletariado — as conquistas dos Estados Previdência e o Empresário — tudo vai abaixo com o neoliberalismo. Então não é que vá acabar completamente o Estado neoliberal, agora se bifurcando, ao adotar a violência.

Até quando dura este apoio irrestrito do Exército, como fica a relação com Aeronáutica e Marinha? Bolsonaro tem como se aguentar até o fim do mandato, pode se reeleger?

O Brasil não dorme pensando nisso. Até onde vai essa pessoa, fazendo tanta maldade com a população; por que (tem de ser) ele? Por que ele não cai? 

Em qualquer lugar do mundo, Bolsonaro já teria caído. Uma pessoa totalmente insana, que envergonha o país diariamente. Como é que chegamos a esse ponto tão baixo? É produto de uma elite econômica que não está nem aí para o povo, que na verdade ficou enojada de ver o povo melhorar sua condição econômica com o lulismo. Aliás, isso foi a única coisa que o PT fez. E diga-se: foi um governo reformista bem moderado. 

Mesmo com tal moderação, Lula foi cremado em praça pública, como enviado ao inferno.

Pois é, nem isso foi aceito. E agora vem essa ação que está sincronizada com a grande crise do neoliberalismo. O dilema crucial do brasileiro é justamente criar uma alternativa ideológica ao neoliberalismo. 

Não vejo isso com clareza no cenário atual. As candidaturas estão aparecendo. Nós ficamos em banho-maria, como o neoliberalismo sobrevivendo e empobrecendo o povo. Mídia contra Bolsonaro, mas a favor de Paulo Guedes. E os partidos de oposição, curiosamente, contra manifestações na rua. As lideranças não estão interessadas em atos contra Bolsonaro, pois preferem articular a eleição do ano que vem. De modo que estamos vivendo em um mundo esquizofrênico. Como se estivéssemos à beira da eleição, mas ainda falta um ano e meio.

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Mas pelo menos PT, PSOL, PCdoB, PCO estão nas ruas. 

Sim. Uma ala mais à esquerda quer o povo na rua, acho importante o apoio às manifestações. Não é que as oposições lideradas por Lula e Ciro não apoiem uma eventual interrupção do mandato de Bolsonaro. Mas não estão muito interessadas, não aparecem liderando tais atos.

Parecem preferir fazer cálculos para eleição de 2022. Acho isso um grande equívoco, temos de ultrapassar um período muito longo. E se você já dá de antemão que o presidente estará no segundo turno é um jeito de fortalecê-lo. Então não adianta reclamar que ele está com muito apoio.

A ditadura de 1964 roubou o PTB de Brizola. O “Anticristo” do regime militar criou o PDT, mas o ex-arenista Ciro Gomes repete a punga. Fica tudo por isso mesmo? 

Está havendo uma briga do PDT justamente porque uma ala acha que o Ciro tem que bater no entreguismo de Bolsonaro, no falso nacionalismo dele. Concordo, acho que é isso mesmo. 

Está complicado. Até agora, ele se apresentava como o candidato do Nacional Desenvolvimentismo renovado. Honestamente, ele está jogando errado, não deveria atacar Lula e a corrupção do PT. Isso a direita já faz. Deveria atacar a falta de patriotismo de Bolsonaro.

Me parece que o discurso dele é exatamente esse: crescer no eleitorado de direita.

A minha fórmula para 2022 propõe a união das três tradições que vejo na república brasileira a favor da construção do Estado. A primeira, vem do Tenentismo — é a do Comunismo, do Socialismo, tem Luís Carlos Prestes, do Partidão, e uma grande influência até o golpe de 1964. Ainda no regime militar o PCB é importante na frente democrática. A outra corrente de construção do país é o Varguismo e o Trabalhismo.

Ivete é tão Vargas quanto Michele Bolsonaro. Ela só adotou ‘o nome artístico’. Nada a ver com o pai do Trabalhismo no Brasil. 

Mas a terceira corrente foi aquela liderada por Ulisses Guimarães: os liberais democratas sinceros. São pelo Capitalismo, pela livre empresa, acreditam nas liberdades democráticas, foi o grande líder, conseguiu unir todo mundo. Ele expressa justamente a união pela Democracia. Naquele momento era isso que se precisava. Daqui para trás, temos a defesa da Democracia com Ulysses, a defesa da nação com Getúlio Vargas e a defesa da justiça social para os mais pobres com Prestes. Temos então a luta pela igualdade, soberania nacional e Democracia, as três juntas. O Brasil está precisando dessas perspectivas históricas. 

Quem fica fora desta proposta?

Justamente as correntes representadas por Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique e Lula. Esta trinca representa outra tradição, mais globalista. Democrática, mas globalista. Lula mais para esquerda, Juscelino mais à direita e FHC ainda mais à direita do que Juscelino. Eles não tinham como perspectiva um projeto nacional de enfrentamento do imperialismo, esta é a questão. E os que sempre enfrentaram o imperialismo com clareza foram Prestes e Vargas.

Jango também…

Jango foi derrotado e foi impedido de executar suas propostas. O Ulysses não tem exatamente esta marca. Mas pela importância da democracia eu reputaria que ele é a grande tradição. Como fazer isso? Deveria haver uma união de Ciro Gomes (PDT), Flávio Dino (ex-PCdoB, atual PSB) do Roberto Requião (ex-MDB, atualmente sem partido) para uma atuação conjunta. Mas não estamos vendo isso. Não vejo sentido em se buscar aliança que inclua justamente gente do campo neoliberal.

A esquerda brasileira quase sempre é traída, cedo ou tarde aparece algum Ciro Gomes na trincheira…

Olha, a minha chapa seria Requião com Flávio Dino. Essa chapa seria imbatível. Venceria no primeiro turno, tenho certeza disso. Explico porque: tendo um candidato do Sul, o povo nordestino — mais generoso do que o sulista — votaria. Tendo um candidato do Norte, o Sul não vota. 

O Brasil sempre tem de fazer uma dobradinha, é nossa tradição, Norte e Sul para presidente e vice. Infelizmente, minha chapa fez água quando Roberto Requião se elegeu senador. Ele foi líder da bancada nacionalista do Congresso, à frente de 18 senadores e mais de duzentos deputados. Ele era uma liderança nacionalista, estava aí mas desapareceu da mídia. Quem está aparecendo é Ciro.

E o que sucedeu agora — com a impunidade do Pazuello — é mais uma prova de como as coisas estão abertas a tais distorções ou aberrações. 

Não é à toa que os policiais estão matando por aí com a maior impunidade. Nunca se viu policiais serem presos.

Eles prendem o general nacionalista Hoton Bastos, que viabilizou o submarino atômico.

Sem dúvida. Mataram mais de 30 pessoas no morro do Rio de Janeiro, todo dia se repete. Tal impunidade para os fardados é muito grave porque eles passam a se julgar casta superior ao resto da sociedade. A última do Bolsonaro é benefício da casa própria para PMs. Eles vão pagar com juros baixos por serem PMs. 

Há alguns meses assassinaram um funcionário dos Correios filiado ao PCdoB…

Estamos entrando em uma seara muito, muito perigosa. É preciso combater o tempo todo, necessário travar isso, fazer o processo recuar. É por isso que não me conformo com nossas lideranças políticas: é preciso entrar no fogo para entancar o genocídio do povo brasileiro. Bolsonaro tem de ser preso. Não pode continuar desgovernando o Brasil. Cada dia que ele fica são mais mortes. Ele não pára, não adianta. Segue sempre forçando os limites, sempre um pouco além. 

Sem dúvida, ele e seu grupo, tem a vontade de permanecer no poder. Mesmo porque, se saírem do poder eles vão ser presos. Porque são tantos os crimes que chega uma hora em que se impossibilita combater a impunidade. Ela só existe porque eles estão no poder. E qual é a lógica? Se nós estamos, nós somos a lei, a arma e a ordem, está tudo resolvido. Não, pois isso começa a provocar a cizânia interna. Não tem (bem-bom) para todos.

Amaro Augusto Dornelles é colaborador da Diálogos do Sul


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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