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Bomba nuclear 'light': arma dos EUA nas mãos de Israel aumenta risco de catástrofe global

Artefato tem baixos teores de radiação e é passível de ser utilizada na ‘Guerra Santa’ do Estado sionista
Amaro Augusto Dornelles
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Teoricamente, conhecimento e tecnologia deveriam se desenvolver em função, ao ritmo, do bem-estar da comunidade planetária. Por mais que a premissa possa parecer coisa de Bíblia e congêneres, não é o caso. Jamais a raça suposta humana e sua organização política seguiu lógica da fraternidade.

Ora, astronauta ou Deus, o suposto filho, Jesus, cá esteve a dar exemplos de amor e solidariedade, mediante a convivência democrática e respeito à diversidade. Sempre na premissa de que a união faz a força e muda o mundo. Mas o advento do capitalismo – cujo dínamo é a concorrência – ganhou de lavada a guerra ideológica desde que o Homo sapiens tomou o planeta. 

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Agora, uma Terceira Guerra pode ter começado justamente no palco de operações. O maior fabricante de armas da Terra, os Estado Unidos da morte, e seu ajudante de ordens, o Estado Sionista – que aceitou virar capacho em troca de armas e dólares para massacrar o Oriente Médio – resolveu ir para o tudo ou nada. A nova bomba atômica light estadunidense tem baixos teores de radiação e é passível de ser utilizada na ‘Guerra Santa’ contra os ‘terroristas’ do Hamas. Alcunha Bibi é perfeita para edulcorar a ação daquele que talvez seja o terrorista mais perigoso que a terra já pariu.

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Artefato tem baixos teores de radiação e é passível de ser utilizada na ‘Guerra Santa’ do Estado sionista

Charge: Luiz Carneiro
Para André Martin, o importante é reconhecer: tudo o que está ocorrendo agora decorre da política de Joe Biden




Terrorismo de estado

De fato, os Estados Unidos são a primeira potência a praticar terrorismo de Estado desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Ninguém contesta a Casa Branca por ter explodido duas bombas atômicas para matar civis no Japão – mesmo com a derrota de Hitler já consumada, guerra é guerra, né? Normal. Mariners agem sempre como se eles – e não o exército da União Soviética – tivessem vencido a guerra.

Documentos do Pentágono tornados públicos no século passado provam ainda que estadunidenses bonzinhos aperfeiçoaram práticas de tortura e destruição em massa criados pelo bando de Hitler. Na guerra de hoje, além de bomba atômica, tem armamento no Oriente Médio capaz de destruir algumas vezes o Planeta Azul. Analistas alertam que a probabilidade da Terceira Guerra planetária nunca esteve tão perto de eclodir. E o que está em jogo é a decadência dos Estados Unidos, que já estão levando surra todo o dia da China – que nem precisa da Rússia para vencê-los nem na economia, nem na guerra. Mas voltemos à vaca antes que o churrasco esfrie.

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Capitalismo caduco

Vivemos tempos de guerra. No horizonte, as nuvens se avolumam como se anunciassem uma hecatombe. Por mais que a direita insista em repetir que radicais são terroristas insanos, quem mais mata no Planeta, hein? O professor de Geopolítica da USP André Martin está pasmo com o rumo da política nesta virada de ano, a guerra desesperada do Capitalismo Caduco versus Comunismo de Mercado Chinês. Na concepção geopolítica do conflito no Oriente Médio, Martin sustenta que o estudo da história dos conflitos bélicos mostra que “a guerra atual é sempre, de algum modo, um prolongamento da anterior”. 

Se alguém não se convence, ele observa ser de conhecimento público – só para exemplificar – os acordos de Versalhes pós-Primeira Guerra Mundial: “Eles humilharam a Alemanha inteira em 1918. Semearam tanto ressentimento que acabaram gerando o nazismo e a Segunda Guerra Mundial”. Mas a história não morre aí. Após o fim da guerra, restaram seus prolongamentos: “A ocupação militar permanente de Japão, Alemanha e Itália pelos EUA. A bomba atômica no Japão, Guerra Fria, e o conflito israelense-palestino”.

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‘Fissura’ por fissão nuclear

O professor frisa que o importante é reconhecer: tudo o que está ocorrendo agora decorre da política de Joe Biden. Em sua avaliação, trata-se do coroamento do desejo das elites estadunidenses – por parte de ambos os partidos, claríssimo como explosão atômica – de dominar o mundo: “Na visão de alguns, isso só seria possível após a fissão nuclear…”, avalia Martin.

De qualquer forma, no início se estabeleceu o monopólio anglo-saxão (EUA, Reino Unido e Canadá). Daí o “segredo nuclear” foi aos poucos se espalhando. A Josef Stalin deve-se o nascimento do “Equilíbrio do Terror” – o único meio de evitar que os EUA usassem novamente a bomba atômica experimentada com êxito em Hiroshima e Nagasaki: “Hoje, aliás, está mais do que sabido que o objetivo daquelas explosões era intimidar a URSS, e não “apressar o fim da guerra”, como foi vendido pela propaganda americana.


Ilusão ianque

Por isso, o maior erro de interpretação sobre o fim da União Soviética foi considerar os EUA vencedores e a guerra-fria terminada. O conflito hoje na Ucrânia mostra como os EUA tiveram uma grande “ilusão de poder” desde que o muro de Berlim caiu. Esqueceram que a Rússia se manteve como o maior país do mundo e com poder nuclear equivalente ao americano. Menosprezaram a China e seu crescimento econômico explosivo.

Martin, que conhece a fundo por meio das lentes da Geopolítica a desventura humana ao longo dos séculos, sublinha que ‘benévolos ianques” foram “humilhados no Afeganistão”. Mas o império contra-ataca matando. Eis que foram à desforra na fronteira com a Rússia. Lutam pela ‘Democracia de armar a Ucrânia’. Temiam o que a finada URSS faria em Cuba, até hoje asfixiada no meio da miséria da América Central. O Demônio sabe usar a Bíblia. Tanto é que a Ucrânia, tal qual o Estado Sionista, provocou a guerra na fronteira com ex-ateus comunistas. Além da escória do velho mundo, o país foi colonizado por puritanos…


Apagar Gaza

O império apoia como pode o plano israelense de “Apagar Gaza do Mapa”, como sugeriu um comandante israelense ao admitir que uma bomba nuclear em miniatura poderia ser usada contra o Hamas. Estava-se falando disso no conflito na Ucrânia. “Mas a opinião pública americana parece muito mais suscetível a aceitar uma loucura dessas – para defender a Terra Santa – do que a Ucrânia, que eles não têm a menor ideia, sequer, de onde fica”, explica Martin.

Os documentos da nova política nuclear dos EUA foram definidos no período do ‘equânime’ de Barack Obama e se chamam “Preemptive nuclear war” e “Nuclear Supremacy”, segundo o analista. “Conseguiram deixar o mundo muito mais perto de um conflito nuclear do que antes. Pelo simples fato de que agora muitos consideram possível vencer uma guerra nuclear limitada”.

Amaro Augusto Dornelles | Diálogos do Sul


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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