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Os governos de Brasil e Alemanha pediram nesta quinta-feira à ONU que apoie sua iniciativa para limitar a espionagem cibernética, em meio à negativa reação internacional às interceptações eletrônicas feitas pelos EUA a seus aliados.
“Privacidade é a essência da proteção dos indivíduos contra o abuso de poder”, justificou o representante brasileiro.
“Matérias sobre a espionagem em massa das comunicações particulares e a coleta de dados pessoais alarmaram as pessoas no mundo todo”, afirmou o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig, na Comissão da Assembleia Geral, onde a resolução foi apresentada.
“Eles colocam uma questão legítima: seu direito à privacidade ainda é protegido eficazmente no nosso mundo digital?”, completou Wittig.
“Onde se delimita a fronteira entre as preocupações legítimas de segurança e o direito individual à privacidade?”, insistiu Wittig.
A resolução, que deve ser votada ainda este mês, expressa a profunda preocupação com “as violações e os abusos dos direitos humanos que podem decorrer” da vigilância das comunicações.
O texto faz um apelo à comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, que produza um relatório sobre a vigilância de dados e, aos Estados-membros da Casa, que sejam estendidas às comunicações eletrônicas as proteções garantidas no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.