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Brasil não pode repetir com Lava Jato negligência que deixou de apurar crimes da ditadura militar

É indispensável que nosso país tenha coragem de enfrentar suas verdades, sem medos
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul Global
Uberlândia

Tradução:

Para meu entendimento, radicalizar significa ir às raízes dos fatos históricos chegando nas raízes das lutas populares!!

Radicalizar é ir às raízes das lutas revolucionárias travadas pelos movimentos populares. Afinal, onde os movimentos populares desejam chegar? É também conhecer as autorias e características das contra revoluções populares.

Nestes tempos há que se explicitar e debater com a população brasileira quais são as reformas importantes de se fazer para nos conduzirmos ao projeto de efetiva transformação social com distribuição da riqueza produzida e dos recursos naturais.

Esses conhecimentos são indispensáveis para a construção do poder popular.

É preciso radicalizar, esclarecer os fatos históricos do Brasil, aliás, como faz o documentário O Dia que Durou 21 Anos. Ali está explicado cada passo de como procedeu o governo dos Estados Unidos para aplicar no Brasil o golpe de 1964. 

E agora, no golpe articulado com a Lava Jato qual tem sido a contribuição dos Estados Unidos e a Lava Jato? Já está nu o fato de que houve colaboração da CIA com a chamada força tarefa da Lava Jato.

É preciso radicalizar no conhecimento sobre os procedimentos da operação lava jato e impedir que sejam aplicados novos golpes contra a população brasileira.

–  Como juiz e promotores se articularam para condenar seus desafetos políticos ou pessoais?

– Como os interesses dos Estados Unidos tiveram participação junto à lava jato e quais são esses interesses?

– Como se deu a condenação em mais de uma instância pelo Judiciário de Luiz Inácio Lula da Silva por ter recebido como propina um apartamento que está provado, nunca lhe pertenceu? 

É indispensável que nosso país tenha coragem de enfrentar suas verdades, sem medos

Reprodução
É preciso ir à raiz da nomeação do Juiz que condenou Luiz Inácio Lula da Silva.

Daí nossas constantes indagações: 

-Como se articulou a Justiça brasileira para impedir que Lula assumisse o Ministério da Casa Civil no Governo da Presidenta Dilma Roussef?

-Como houve a conivência da Justiça brasileira para condução coercitiva do ex Presidente sem que tenha sequer sido intimado para se apresentar e responder as dúvidas que poderiam existir? 

-Como o Judiciário brasileiro permitiu que Lula fosse condenado e impedido de concorrer à Presidência da República nas eleições de 2018, sem que de fato fosse culpado dos crimes que lhe imputaram?

É preciso ir à raiz e apurar se o falecimento de Marisa Letícia, esposa de Luiz Inácio Lula da Silva teve de fato influências das pressões da lava jato no Acidente Vascular Cerebral (AVC) que a acometeu levando-a ao óbito!

É preciso ir á raiz para entendermos os motivos que levaram um juiz autorizar a divulgação de gravações feitas no diálogo de uma Presidenta da República com Luiz Inácio Lula da Silva.

É preciso explicitar os motivos que levaram o Juiz a divulgar as “delações de Antonio Palocci” para influenciar no processo eleitoral da corrida presidencial.

É preciso ir à raiz para saber como e os motivos que levaram um representante do poder judiciário fazer escutas ilegais em escritórios e nos telefones de advogados que defendem Luiz Inácio Lula da Silva. 

É preciso ir à raiz do processo eleitoral e verificar que a intencional exclusão de Luiz Inácio Lula da Silva, sem poder concorrer, representou uma fraude eleitoral?

Muitas dessas apurações se tornam necessárias tendo em vista que já não temos mais dúvidas e que o Supremo Tribunal Federal –STF decidiu que o Juiz que presidia a operação lava jato foi tendencioso no julgamento e que o Foro de Curitiba não era o local onde os processos contra Luiz Inácio Lula da Silva deveriam ter sido analisados. 

É preciso apurar com a devida profundidade quanto essas possíveis arbitrariedade foram responsáveis pelo resultado eleitoral que impediu Luiz Inácio Lula da Silva ser eleito Presidente da República do Brasil.

É preciso ir à raiz da nomeação do Juiz que condenou Luiz Inácio Lula da Silva, retirando-o do processo eleitoral e negociando sua indicação como Ministro da Justiça no governo do candidato eleito, beneficiado por suas decisões.

Paralelamente a todas essas apurações é preciso ir à raiz dos fatos que ocasionaram a morte de Marielle Franco e Anderson, no Rio de Janeiro. Quem de fato são os assassinos e quem “contratou” suas mortes?

Também é preciso ir à raiz da possível facada que teria recebido Jair Messias Bolsonaro em Juiz de Fora. Quem a articulou? Quem foi o contratante para realização dos fatos?

E mais, revitalizar a Comissão da Verdade que foi desativada para atender interesses de militares. Certamente os bons Militares têm interesse que se conheçam as verdades. 

Estamos vivendo fases de radicalizações. 

– Depois do assassinato de Marielle Franco o Deputado Federal Jean Wyllys  foi ameaçado a ponto de renunciar ao seu mandato de Deputado Federal, indo viver fora do Brasil;

– A Geógrafa Professora Doutora Larissa Mies Bombardi, docente da USP está prestes a deixar o Brasil tendo em vista as ameaças que a estão acometendo em função de seus estudos sobre aplicação e contaminação por agrotóxicos no Brasil.

E agora está sob ameaça de morte o Prefeito de Araraquara Edinho Silva que adotou políticas drásticas e reduziu as contaminações e os óbitos  por covid19 no Município que dirige.

Todas essas apurações devem seguir os caminhos da busca científica, baseada nos preceitos constitucionais. Nada disso deve ficar sem esclarecimentos.

O Brasil não pode repetir a negligência que deixou de apurar os crimes do Estado que foram cometidos pelos governos da ditadura militar.

Os três comandos das Forças Armadas do Brasil, nesta terça feira, deixaram o governo Bolsonaro por não concordar com a manutenção de sua política com perspectiva de implantar a ditadura. Seria isso mesmo? É indispensável que nosso País tenha coragem de enfrentar suas verdades, sem medos.

* Cláudio Di Mauro é professor de geografia na Universidade Federal de Uberlândia e colunista da revista Diálogos do Sul.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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