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Mariana: Como é possível tanta indiferença? ou será incompetência?

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

valeReúne-se um chamado comitê, com autoridades federais, estaduais e municipais, para avaliar os danos causados pelo mar de lama que assola dois estados, e isso duas semanas depois do rompimento da represas e dizem que vão ou estão sendo tomadas providências.

Que providências? Avaliar o prejuízo em dinheiro e dizer que cobrarão das empresas? Mandar estudar como salvar o Rio Doce? Recuperar um rio de mais de mil quilômetros que estava secando e agora está morto pode levar pelo menos 50 anos!

É o cúmulo do absurdo.

O que se esperava era, desde o primeiro minuto do tsunami caboclo, era a mobilização das forças públicas estaduais, da chamada força nacional de segurança pública (pra que criaram essa força?), do Exército, da Aeronáutica e da Marinha para estar junto com a população diante da fúria avassaladora da enchente.

Os filmes mostram o desespero da população atingida, sem ter como proteger seus animais e suas lavouras, sem comunicação, sem água, perplexos com ver tudo o que tinham naufragado na lama. E como se não bastasse, a própria empresa responsável anuncia que há risco de desabamento de mais duas represas de material tóxico e que levará meses para fazer obras de contenção. Ou seja, isso pode explodir a qualquer momento.

Ninguém será preso por isso? A responsabilidade é de todos.

A Marinha é a guardiã das águas, deveria estar lá e tomando medidas para evitar que tanta lama chegue ao Atlântico. A Aeronáutica devia estar lá, socorrendo o povo isolado com seus helicópteros. Todas as forças que se dizem de Segurança deveriam estar lá oferecendo segurança e conforto à população afetada.

Triste Mariana. Que país é esse que quer que os trabalhadores utilizem seu FGTS para cobrir danos que o próprio estado lhe causou? Que país é esse que transforma o desastre em espetáculo no lugar de mobilizar todos os seus recursos para salvar vidas humanas e minorar os danos à natureza?

Ilustração: Vitor Teixeira*


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Revista Diálogos do Sul

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