Pesquisar
Pesquisar

Paulo Cannabrava: jornalismo contra o pensamento único

Paulo Cannabrava Filho

Tradução:

Havana, 02 maio (Prensa Latina) – Os meios alternativos e as redes sociais constituem o único respiro à asfixia midiática imposta pelos grandes meios de comunicação, afirmou o jornalista e analista brasileiro Paulo Cannabrava, em visita a Havana.

Jorge Luna*
Paulo-CannabravaEntrevistado pela Prensa Latina, lembrou que a grande mídia, que abarca rádios, redes de televisão, jornais e revistas, foram transformados em porta-vozes do pensamento único imposto pelo capital financeiro.
030513_amarradoO diretor do portal Diálogos do Sul, com sede em São Paulo, Brasil, destacou que as redes sociais são muito importantes, mas não substituem o diálogo presencial e a organização comunitária.
Cannabrava também alertou sobre o excesso de informação na Internet, que intoxica e confunde ainda mais quando vem misturado com abundante desinformação e mentiras.
Por isso, enfatizou, são importantes os portais que organizam esse caos de informação e oferecem o que interessa aos públicos específicos. É o trabalho que realizam os portais especializados e o que tentamos fazer em Diálogos do Sul.
“Seus editores e colaboradores entendem que o bom combate deve ser travado no campo das ideias. Pretendemos ainda contribuir com a autocrítica necessária às as esquerdas e com ideias de pensadores do sul sobre a história e os fatos do presente.
Nesse sentido, Diálogos do Sul privilegia temas como, dependência-soberania, ditadura do capital financeiro-democracia econômica, capitalismo selvagem-socialismo e desenvolvimento e, desenvolvimento predador-desenvolvimento sustentável.
Cannabrava, que foi um dos primeiros jornalistas brasileiros que na década de 1960 participaram da então recém criada agência latino-americana, a nossa Prensa Latina, que segundo ele desde sua fundação promove a luta por uma comunicação horizontal, dialógica, democrática, contra a vertical, impositiva e monopolizada pelo poder.
Segundo Cannabrava uma das respostas da comunidade internacional a este situação, foi a de criar sistemas informativos nacionais e integrados regionalmente e o estímulo à comunicação comunitária, observando porém que muito pouco se avançou.
“Infelizmente, poucos países latino-americanos criaram sistemas nacionais de informação e comunicação. Argentina durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner o fizeram mas o atual governo de Maurício Macri o está desfazendo.
Acrescentou que no Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva iniciou a implantação de um sistema que contudo não chegou a funcionar e agora está sendo desmontado pelo regime de Michel Temer.
Também presidente honorário da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual dos Jornalistas (Apijor), Paulo Cannabrava combina seu trabalho jornalístico com sua histórica militância em defesa da ética e democratização da comunicação.
Por causa dessa militância, sofreu exílio na Bolívia, Peru, Cuba e Panamá e integra também o Conselho de Direção da Associação Brasileira de Anistiados Políticos (ABAP).


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1957. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

LEIA tAMBÉM

Gilmar Mendes, Lava-Jato e os “cérebros de minhoca que tanto lesaram o Brasil
Gilmar Mendes, Lava Jato e os “cérebros de minhoca" que tanto lesaram o Brasil
Desdolarização é uma tendência histórica e precisa ser abraçada pelo Brasil
Desdolarização é uma tendência histórica e precisa ser abraçada pelo Brasil
Acordo Mercosul-UE é semicolonial e vai sair caro para empresas sul-americanas
Acordo Mercosul-UE é semicolonial e vai sair caro para empresas sul-americanas
Relação Brasil-China impulsiona multilateralismo e situa Brics como embrião de um novo mundo (2)
Relação Brasil-China impulsiona multilateralismo e situa Brics como "embrião" de um novo mundo