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O mega esquema "criminoso" de produção e comercialização do Nióbio brasileiro

98% das reservas de nióbio conhecidas no mundo estão no Brasil e nosso país é responsável atualmente por mais de 90% do volume comercializado no planeta
João Baptista Pimentel Neto

Tradução:

98% das reservas conhecidas no mundo estão no Brasil e nosso país é responsável atualmente por mais de 90% do volume comercializado no planeta ou seja, se o Brasil parasse de produzir ou vender nióbio hoje, isso geraria certamente um caos. 

O Doutor Antonio José Ribas Paiva denuncia e explica didaticamente o mega esquema “criminoso” que permite a venda desregrada e o contrabando de nióbio – um dos mais raros e valiosos minerais na natureza. 

Segundo Ribas Paiva, o Brasil perde anualmente alguns bilhões de dólares com o descaminho na exportação de minérios estratégicos, entre os quais o nióbio, que são vendidos sem qualquer controle e que além disso são isentos de ICMS pela Lei Kandir! 

Apesar de deter quase um monopólio do nióbio, o governo brasileiro nunca definiu uma política específica para o metal ou um programa voltado para o desenvolvimento de uma cadeia industrial que vise agregar valor a este insumo.

98% das reservas de nióbio conhecidas no mundo estão no Brasil e nosso país é responsável atualmente por mais de 90% do volume comercializado no planeta

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Apesar de deter quase um monopólio do nióbio, o governo brasileiro nunca definiu uma política específica para o metal

Assista o vídeo:

Mas o que é o nióbio?

O nióbio é um metal branco, brilhante, de baixa dureza, extraído principalmente do mineral columbita.

Nos Estados Unidos é chamado mais de colúmbio.

É muito resistente à corrosão e a altas temperaturas, e basta adicionar alguns gramas de nióbio a uma tonelada de aço para deixá-lo mais leve e com maior resistência a fraturas e torções.

O nióbio é atualmente empregado em automóveis; turbinas de avião; gasodutos; tomógrafos de ressonância magnética; nas indústrias aeroespacial, bélica e nuclear; além de outras inúmeras aplicações como lentes óticas, lâmpadas de alta intensidade, bens eletrônicos e até piercings.

O metal existe em diversos países, mas 98% das reservas conhecidas no mundo estão no Brasil e nosso país é responsável atualmente por mais de 90% do volume comercializado no planeta, seguido por Canadá e Austrália. Apesar do seu uso crescente e das inúmeras possibilidades de aplicação, o nióbio não tem a importância e o valor que possuem, por exemplo, o ouro e o petróleo. Mas é natural que o virtual monopólio brasileiro desperte cobiça e preocupação das maiores potências econômicas.

1-nic3b3bio-bananaO site Wikileaks divulgou documento secreto do departamento de estado americano no qual as minas brasileiras de nióbio eram incluídas na lista de locais cujos recursos e infraestrutura são considerados estratégicos e imprescindíveis aos EUA.

Depois disso, uma fatia da CBMM, maior produtora mundial de nióbio, foi vendida para companhias asiáticas, numa transação bilionária. E em 2011, um grupo de empresas chinesas, japonesas e sul-coreanas comprou 30% do capital da mineradora com sede em Araxá (MG) por us$ 4 bilhões.

O Brasil detém praticamente todo o nióbio do planeta, mas esse potencial é desaproveitado, o que se esperaria é que o Brasil tivesse uma estratégia muito bem definida por se tratar de uma matéria-prima fundamental para as indústrias de tecnologia de ponta e que pode ser vista como uma fortaleza para a produção de energias limpas e para o próprio desenvolvimento industrial do País. Com a produção restrita a dois grupos econômicos, é “evidente” que o interesse estrangeiro é exportar o nióbio do Brasil “ao menor preço possível”.

O Brasil poderia ganhar até 50 vezes mais o que recebe atualmente com as exportações de ferro-nióbio, caso ditasse o preço do produto no mercado mundial e aumentasse o consumo interno do mineral. Nosso país deveria usar o nióbio como um trunfo para atrair mais investimentos e transferência de tecnologia. “se o Brasil parasse de produzir ou vender nióbio hoje, isso geraria certamente um caos”, pois existe uma enorme pressão de fora para obter um produto do qual eles precisam a um preço acessível. Apesar de deter quase um monopólio do nióbio, o governo brasileiro nunca definiu uma política específica para o metal ou um programa voltado para o desenvolvimento de uma cadeia industrial que vise agregar valor a este insumo.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
João Baptista Pimentel Neto

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