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“O amor vai vencer o ódio”, diz Lula nas primeiras palavras ao deixar a prisão

“Eles não prenderam um homem, tentaram matar uma ideia e uma ideia não se mata, não desaparece”, afirmou o ex-presidente
Vanessa Martina-Silva
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

“Eu saio daqui sem ódio. Aos 74 anos meu coração só tem espaço para amor porque é o amor que vai vencer neste país”. Com essas palavras, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu, nesta sexta-feira (8), efusivamente a Vigília Lula Livre que esteve, nos últimos 580 dias, organizadana frente da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. 

Lula saiu pela porta da frente da prisão, como sempre defendeu que faria. Nesta quinta-feira (7), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as prisões após condenação em segunda instância são inconstitucionais, o que beneficiou o ex-mandatário.

Com o mesmo tom utilizado nas últimas entrevistas que concedeu, Lula foi enfático contra a Força Tarefa da Lava Jato, cujas ações fizeram com que ele se mantivesse fora da política nacional desde abril de 2018, tendo sido impedindo, inclusive, de concorrer à presidência do país no último pleito, vencido por Jair Bolsonaro (PSL).

“Eles não prenderam um homem, tentaram matar uma ideia e uma ideia não se mata, não desaparece”, afirmou o ex-presidente

Eduardo Matysiak / Mídia Ninja
O momento em que Lula sai para os braços do povo após sair da prisão em Curitiba-PR

“O lado mentiroso e canalha da Força-Tarefa, do TRF-4 , tem que saber que eles não prenderam um homem, tentaram matar uma ideia e uma ideia não se mata, não desaparece”, disse, retomando a discurso que fez na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, quando disse que “não adianta parar o meu sonho, porque quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês e pelos sonhos de vocês”.

Crítica

Ele também manteve a contundente crítica contra a Rede Globo que, segundo ele, lidera a quadrilha que fez uma maracutaia para “criar uma imagem de que Lula precisava ser criminalizado e combatido”. 

O ex-juiz federal e hoje ministro da Justiça Sergio Moro, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, também foram alvo de críticas. Segundo Lula, se todos eles fossem colocados em um liquidificador, o resultado não seria “nem 10% do que eu represento neste país”.

“O lado podre da justiça, o lado podre do Ministério Público, o lado podre da Polícia Federal e o lado podre da Receita Federal trabalharam para tentar criminalizar a esquerda, criminalizar o PT, criminalizar o Lula.”

Com relação ao governo atual, o líder político disse ainda que “esse país pode ser muito melhor quando tivermos um governo que não mente como Bolsonaro e tenha coragem de conversar com seu povo”. 

Ao mencionar os militantes e políticos presentes no evento, Lula fez questão de dizer que Fernando Haddad deveria ser o atual presidente se a eleição não tivesse sido roubada.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Vanessa Martina-Silva Trabalha há mais de dez anos com produção diária de conteúdo, sendo sete para portais na internet e um em comunicação corporativa, além de frilas para revistas. Vem construindo carreira em veículos independentes, por acreditar na função social do jornalismo e no seu papel transformador, em contraposição à notícia-mercadoria. Fez coberturas internacionais, incluindo: Primárias na Argentina (2011), pós-golpe no Paraguai (2012), Eleições na Venezuela (com Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013)); implementação da Lei de Meios na Argentina (2012); eleições argentinas no primeiro e segundo turnos (2015).

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