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ToggleA divulgação do vídeo apontado pelo ex Juiz Federal e Ministro da Justiça do governo de ocupação, Sergio Moro como “uma bala de prata” e prova inquestionável das tentativas do Capitão Jair de interferir na Polícia Federal, frustrou a grande expectativa criada e, na prática, resultou apenas na reafirmação dos indícios já conhecidos da veracidade da intensão do chefe do governo de ocupação realmente intervir, especialmente na superintendência do Rio de Janeiro, para obstruir e blindar seus filhos e amigos milicianos nas várias investigações atualmente em curso.
Porém, para os fins judiciais relacionados ao inquérito instaurado pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras sobre o tema, como avaliaram ministros, assessores e, até mesmo, o próprio Capitão Jair: “a montanha pariu um rato”.
Concordo com tal avaliação e complemento: pariu um rato chamado Sergio Moro. Aliás, nunca um termo se mostrou tão apropriado e aplicável quanto na avaliação do conteúdo do vídeo no que diz respeito ao inquérito aberto pela PGR.
Por outro lado, também nunca se mostrou tão apropriada e aplicável a caracterização de “rato” dispensada ao ex-Juiz e Ministro pelos seus ex parceiros de navegação. Afinal, como bem explícita o ditado popular: “durante a tempestade, ao primeiro sinal de eminente naufrágio, os ratos são os primeiros a abandonar o navio”.
Analisado, dentro do contexto, do comportamento e da narrativa planejada por Moro para “desembarcar da nau bolsonarista”, o conteúdo do vídeo, somado ao do seu depoimento prestado a comissão de inquérito, não deixa qualquer dúvida sobre as causas e objetivos políticos de sua atitude.
Sergio “Plin Plin” Moro
Para além disso, desde o midiático espetáculo montado em torno do seu pronunciamento de desembarque, através do qual buscou amplificar ao máximo a importância e os impactos decorrentes de sua atitude, ficou também muito claro que o evento marcou também a retomada de sua reconhecida parceria com o maior e mais poderoso grupo corporativo de comunicação do país.
A partir daí, apoiado numa coordenada e contínua ação comandada pelos meios de comunicação controlados ou parceiros do grupo, Moro reassumiu o papel que desempenhou durante todo o período da Operação Lava Jato. Passando a atuar dentro dos limites de um roteiro previamente planejado, com claro objetivo de impor uma narrativa parcial, que por um lado condena antecipadamente seus adversários, ao mesmo tempo, em que, também antecipadamente, omite e lhe inocenta dos muitos crimes praticados.
Como outrora, na construção da narrativa boa parte do texto foi escrito tomando por base informações privilegiadas e cada novo capítulo foi exibido após o vazamento de informações a mídia, como, por exemplo, foi o caso do tal vídeo bombástico. Completando o cenário escancarou-se sem qualquer pudor todo o esforço e energias dedicadas em ações destinadas a manter o tema em destaque no noticiário.
Apesar disso tudo, como confirmam pesquisas e a temperatura das redes sociais, o impacto e as perdas impostas ao bolsonarismo por Moro, ficaram e continuam muito aquém das expectativas iniciais nutridas pelos seus organizadores e patrocinadores.
E os resultados da ação, especialmente, no que se refere ao último capítulo exibido, aparentemente são muito mais desfavoráveis do que favoráveis a reconstrução da imagem do ex incorruptível, poderoso e convicto comandante da hoje totalmente esfacelada República de Curitiba.
Incessantemente, sem qualquer trégua, Moro é agora virulentamente bombardeado pelas milícias digitais bolsonarista, que fortalecidas, comemoram o “rato parido” e carimbam, justificadamente, na testa de Moro, rótulos como o de traíra, oportunista, incompetente, dentre outros. Rótulos que são totalmente indesejáveis a quem quer que pretenda alcançar objetivos e cargos políticos, principalmente a cadeira de presidente da república, como é o caso de Moro.
Ilustração: tt Catalão
Malícias, palavravrões, gangsterismo, golpismo, e terrorismo de Estado e Jair confirma: Milícias, tô dentro
Jair quer criar Milícias Bolsonaristas
Se por um lado a divulgação do vídeo mostrou-se de pouca serventia ao inquérito, por outro a acertada, democrática e juridicamente fundamentada decisão do Ministro Celso de Mello de publicizar, praticamente na íntegra, o conteúdo do vídeo da já histórica “reunião ministerial”, por outro, tem um potencial avassalador, no que se refere a imagem pública do Capitão Jair e de vários ministros, que, aliás devem responder a prováveis processos judiciais e representações protocoladas junto a Comissão de Ética da Administração Federal
Enfim, o estrago é grande…
O espanto e desaprovação popular em relação à naturalidade com que os palavrões jorram aos borbotões da boca do chefe do governo de ocupação e de vários ministros… Muita gente anda falando que nem na Zona do Meretrício se fala tanto e com tanta naturalidade palavras de tão baixo calão…
Já a virulência (ódio) verbalizados contra ministros do STF, parlamentares, governadores, prefeitos e, como sempre contra a imprensa, entusiasticamente ou silenciosamente apoiados por todos os presentes, tem resultado num recorde de manifestações públicas de repúdio….
As espertezas pregadas no discurso do “ministro” do Meio Ambiente, Ricardo Salles é criminosa e graças a divulgação do vídeo, colocou em alerta os ambientalistas e suas entidades representativas, que já iniciaram uma operação pente-fino nas últimas ações determinadas pelo espertalhão….
Outra consequência positiva da divulgação do vídeo, diz respeito a publicização da raivosa pretensão de privatizar “a merda” do Banco do Brasil, fortalecendo a convicção de que é ele que tem “merda” na cabeça….
Enfim, o conteúdo do vídeo pedagogicamente escancara os intestinos fétidos do atual governo…daria para escrever mais várias laudas sobre o ambiente necrológico e o comportamento absurdo e quase surreal dos participantes
Finalizo, porém, abordando apenas o tema que considero de maior gravidade tratado na região. Trata-se do objetivo de armar a população sob o argumento da necessidade de combater uma possível tirania. Uma proposta que para além de todo o subjetivismo e falta de clareza acerca de quem tentará se impor como tirano, explicita definitivamente a defesa e seu objetivo de implantar grupos milicianos a serviço do projeto bolsonarista.
Este talvez seja a mais alarmante e perigosa informação democratizada pela divulgação do vídeo. E sobre ela devemos redobrar nossa atenção e mobilização, sob o risco de o eugenismo que move e fundamenta o projeto neofascista proposto pelo Capitão Jair, acabe arrastando o povo brasileiro para uma sangrenta e fratricida guerra civil, tantas vezes já defendida e apontada como uma medida necessária resolver os problemas do Brasil pelo “filhote do Coronel Brilhante Ulstra”, o terror da Dilma Rousseff
João Baptista Pimentel Neto, jornalista da equipe da Diálogos do Sul