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Impropérios em reunião ministerial escancaram a verdadeira face do bolsonarismo

Os sinais da falta de rumo do atual governo são refletidos na reunião ministerial e demonstram a total falta de educação e vulgaridade das autoridades presentes
Rogério do Nascimento Carvalho
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

O levantamento do sigilo e a divulgação feita da reunião ministerial de 22 de abril indica governo sem rumo e autoritário

Não há dúvidas que o presidente da República flerta com o autoritarismo, mas ministros demonstram incapacidade de seguir frente à suas pastas conforme se verifica pelo uso irregular da língua portuguesa culta além de se colocar acima da lei.

O vídeo expõe de maneira contundente que o presidente realmente se encontra disposto a interferir na Polícia Federal do Rio de Janeiro para defender seus filhos e amigos, mas vai além ao mencionar a todos os presentes na reunião a necessidade de executar as ordens presidenciais, pois, caso contrário está sujeito ao poder da caneta e ser demitido.

O reflexo claro do bolsonarismo na reunião está presente nas falas de ministros ao envolver impropérios com a situação do Brasil atual, como se obstáculos possam ser removidos para atender os anseios autoritários do incumbente, bem como prisão de membros de outros poderes e de outras esferas de entes federativos sem mostrar qual delito pelo, qual estariam sendo acusados. A gratuidade da violência verbal é elemento constante em discursos autoritários, bem como desqualificar opositores e rejeitar a democracia.

Os sinais da falta de rumo do atual governo são refletidos na reunião ministerial e demonstram a total falta de educação e vulgaridade das autoridades presentes

Youtube/ Reprodução
A prova cabal está exposta à sociedade brasileira

O risco também está presente em afirmações que deseja aproveitar do momento de combate ao novo coronavírus para alterar regras ambientais, já que segundo o titular da pasta estaríamos em momentos de tranquilidade, por isso mudanças podem ser executadas, em flagrante desrespeito ao processo legislativo, com vistas a atender interesses de empresários e organizações privadas em retirar de maneira predatória as riquezas deste país, enquanto milhares de pessoas sem atendimento digno pela pandemia.

A ameaça reiterada em diversos momentos na reunião ministerial são a prova dos anseios do governante que insiste em manter conflito na fragilidade do presente momento com os meios de comunicação que mostram independência aos atos manifestamente contrários à democracia promovidos pela atual administração. O uso de palavras de baixo calão mostra a falta de cordialidade, mas também a preferência por quais canais deseja comunicar-se com a população. 

Os sinais da falta de rumo do atual governo são refletidos na manifestação do ministro do gabinete de segurança institucional ao afirmar a contrariedade caso as investigações possam culminar com apreensão de aparelho móvel do presidente e de seus filhos como meio de produção de prova e que este ato pode trazer consequências imprevisíveis à República quando na verdade há arbitrariedade na fala, pois a tentativa de amordaçar a Justiça corrobora com o exposto pelo ex-ministro Moro que está no centro de toda esta discussão.

A prova cabal está exposta à sociedade brasileira. Não resta dúvida que a disposição do vídeo mostra como funciona a República no Brasil sob o comando de Jair Bolsonaro onde a população é tratada à margem e violentada pelo desleixo daquele, na qual a maioria confiou seu voto em 2018 e, de acordo com pesquisas recentes de popularidade indica queda na figura do incumbente, pois não apresenta números satisfatórios de condução adequada na Presidência da República.

A fala presidencial de interferir para obter informações e poder demitir quem não estiver à altura segundo preceitos particulares é o retrato do autoritarismo. As vontades íntimas do presidente não podem se confundir com o exercício regular da máquina pública e nem se dobrar a suas intimidações. Desta forma, construir a coalizão de governabilidade fica mais difícil ao demandar por negociações, indicações políticas e liberações de verbas parlamentares pelo apoio no Congresso pelo centrão, conhecido pela forma parasitária e ideológica de como se agarrar ao poder, o que era criticado na campanha eleitoral.

A reunião ministerial demonstra a descortesia e vulgarização das autoridades, por isso justifica-se o isolamento crescente do país no cenário internacional e o descrédito dos fatos imputados que a simples constatação fora da bolha palaciana se faz suficiente. A democracia arranhada deve arregimentar forças em superar este momento que entrará para a história pelo momento deprimente de dirigentes incapazes de conduzir os destinos da nação.

Rogério Nascimento, colaborador da Diálogos do Sul


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Rogério do Nascimento Carvalho

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