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ToggleSenadores independentes ou de oposição ao governo Bolsonaro que integram a CPI da Covid-19 dizem que passaram a ser alvo de ataques virtuais orquestrados pelo “gabinete do ódio” e demais milícias digitais ligadas ao bolsonarismo. Além de parlamentares bolsonaristas.
Como de praxe, os ataques incluem desde a divulgação de notícias falsas, frases descontextualizadas e ameaças veladas.
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Além disso, alguns senadores também relatam que receberam “dossiês apócrifos” contra desafetos do governo, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. As informações são do jornal Estadão.
“Você não imagina quantas mensagens grosseiras eu recebi ao longo desses dias. Ameaças perguntando se eu gostava da minha família, xingamentos. É um volume atípico, com robôs. Pagam para fazer isso”, afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA), que participa da comissão.
Postagens de parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news estiveram entre as publicações mais compartilhadas nas redes sociais, nas primeiras 24 horas após a abertura dos trabalhos da comissão, na última terça-feira (27), segundo levantamento da consultoria Crowdtangle.
Zambelli, Tércio Tomaz e o “gabinete do ódio”
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que entrou na Justiça para barrar a indicação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da CPI, é um dos destaques no comando da tropa virtual bolsonarista.
De acordo com a reportagem, o assessor especial da presidência Tércio Arnaud Tomaz, um dos líderes do chamado “gabinete do ódio”, também é apontado como um dos autores dos ataques virtuais.
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Numa das publicações, ele usa o termo “genocida” para se referir a Mandetta. Isso porque, no início da pandemia, o então ministro da Saúde orientou que os pacientes com sintomas leves da doença ficassem em casa.
Naquele momento, as autoridades sanitárias orientavam que apenas os doentes graves procurassem atendimento hospitalar. A postagem do assessor de Bolsonaro teve mais de 10 mil compartilhamentos.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Você não imagina quantas mensagens grosseiras eu recebi ao longo desses dias”, disse o senador Otto Alencar (PSD-BA).
Efeito contrário
Como mais um “tiro no pé“, os ataques devem se voltar contra o próprio governo. O senador Humberto Costa (PT-PE) vai pedir a convocação de Tércio e outros dois assessores de Bolsonaro também suspeitos de participarem do “gabinete do ódio”.
O requerimento de convocação deve ser votado na sessão da CPI da Covid-19 nesta quinta-feira (29).
Renan também mobilizou sua equipe para produzir “relatórios periódicos” sobre os conteúdos veiculados nas redes sociais. Sua intenção é que “ninguém seja influenciado pelo gabinete do ódio” e que os senadores “não apanhem calados”.
Dossiês
Da mesma forma, os dossiês contra Mandetta também indicam a participação direta do Palácio do Planalto. De acordo com três senadores que receberam envelopes contendo dados relativos à gestão do ex-ministro afirmam que “apenas pessoas com acesso a informações internas do governo poderiam produzi-los”.
Por outro lado, a assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Presidência Thais Amaral Moura (que não esconde ser namorada de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro) – , é apontada como autora de requerimentos preparados pelos senadores governistas Ciro Nogueira (Progressistas-PI) e Jorginho Melo (PL-SC) na CPI.
O nome dela aparece como autora no registro dos arquivos apresentados pelos parlamentares.
Redação Desacato
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