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No Planalto, gabinete do ódio dissemina fake news, diz pré-candidato à Prefeitura de SP

Carlos Zarattini defende a unidade da esquerda na disputa eleitoral: “ideia é construir juntos um programa de governo que seja comum aos partidos de oposição”
Mariane Barbosa
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

A TV Diálogos do Sul recebeu o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), pré-candidato à prefeitura de São Paulo, que integra a Frente Parlamentar em defesa da Soberania Nacional.

Na conversa com o editor da revista Diálogos do Sul, Paulo Cannabrava, Zarattini fala de temas como o avanço da CPI das Fake News, as eleições municipais e as prévias eleitorais do Partido dos Trabalhadores, que completará 40 anos no mês de fevereiro.

De acordo com o pré-candidato, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, instalada no dia 4 de setembro para investigar o núcleo bolsonarista responsável por campanhas de difamação e boatos através de “robôs”, enfrentou dificuldades por parte do Partido Social Liberal (PSL), ex sigla de Jair Bolsonaro. “Eles tentaram de toda forma obstruir e impedir que se convocasse pessoas realmente importantes pra essa averiguação”, diz. 

Carlos Zarattini defende a unidade da esquerda na disputa eleitoral: “ideia é construir juntos um programa de governo que seja comum aos partidos de oposição”

Vanessa Martina Silva
Carlos Zarattini em entrevista ao jornalista Paulo Cannabrava Filho

Apesar das dificuldades, quando questionado sobre o avanço da CPI, Zarattini explica que depoimentos importantes foram recolhidos, como o do General Santos Cruz, que cuidava da comunicação do governo e não aceitava as ordens de dar poder de comunicação ao gabinete do ódio, um grupo de funcionários contratados que “estão dentro do Palácio do Planalto, disseminando notícias e, muitas vezes fake news, para movimentar toda a engrenagem bolsonarista na internet”, denuncia.

Eleições Municipais

A respeito das eleições municipais, Zarattini é questionado sobre como enfrentaremos uma oposição totalmente distanciada dos interesses populares. Com os tucanos de um lado, que “dominam” São Paulo há um bom tempo, e do outro lado, as fake news, Zarattini ressalta que é preciso criar uma condição democrática na cidade.

O economista afirma que o maior número de bilionários do país reside em São Paulo, as maiores sedes de bancos estão no município, assim como as grandes redes de supermercado. Então precisamos que esse setores “super poderosos” contribuam com mais recursos pra diminuir as desigualdades.

“Precisamos de um governo que trabalhe a ‘redução das desigualdades’. Lógico que isso precisa ser enfrentado com uma distribuição de renda nacional, mas a cidade de São Paulo tem muita capacidade de influenciar isso”, diz.

Unir as forças da esquerda

Zarattini também explicou como funciona o processo de pré-candidatura do PT e ressaltou a importância de unificar a esquerda paulistana. Segundo ele, de nada adianta confrontar um candidato da extrema-direita com apoio do Bolsonaro lançando cinco candidatos da oposição progressista. 

“É evidente que a chance de ficarmos fora do segundo turno é muito grande. Nós precisamos unir as forças de esquerda”, afirma o pré-candidato ao dizer que já conversou com nomes como Márcio França (PSB), Guilherme Boulos (PSOL) e Orlando Silva (PCdoB). “A ideia é construir juntos um programa de governo, com o que a gente precisa fazer na cidade, que seja comum a todos os partidos de oposição. E a partir desse programa, a gente tenta chegar a um candidato único, que unifique esses partidos”, explica.

Moradia

Zarattini falou ainda sobre moradias e apontou o fato de que a cidade está se expandindo da forma errada. Com o avanço dos bairros periféricos, a população das zonas extremas perde o rápido acesso ao centro da cidade e encontra dificuldades com infraestrutura, enquanto na área central há milhares de casas e apartamentos que estão fechados.

Hoje quem está fazendo especulação imobiliária em São Paulo é o PCC, vendendo as áreas nas extremidades da cidade a custo baixo para as famílias de baixa renda, porque as pessoas não conseguem pagar aluguel na área central. “Então vão pagar mais barato no extremo da periferia”, diz o economista, que está propondo um projeto onde a prefeitura compre casas e as alugue por um valor inferior ao preço do mercado, “o chamado aluguel-social”. 

“É preciso uma verdadeira reforma urbana. Nós precisamos da reforma agrária, mas tem que ter uma reforma urbana também, onde você reduz o poder do capital imobiliário”, conclui.

Prévias

As prévias do PT serão realizadas no próximo dia 15 de março. O partido tem sete candidatos: Alexandre Padilha, Paulo Teixeira, Carlos Zarattini, Eduardo Suplicy, Jilmar Tatto, Nabil Bonduki e , Valkiria “Kika” de Souza Silva. Você pode já conferir, abaixo, as entrevistas que já publicamos. Se preferir, também pode ler as entrevistas com o ex-deputado federal Jilmar Tatto, o vereador Eduardo Suplicy, o deputado Paulo Teixeira e Valkiria “Kika” de Souza Silva.

Jilmar Tatto

Eduardo Suplicy

Paulo Teixeira

“Kika” de Bessen


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Mariane Barbosa

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