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Juventude precisa de educação, mas em SP ela está totalmente sucateada, diz Kika de Bessen

Pré-candidata à Prefeitura pelo PT, militante anti racista e feminista denuncia precariedade na educação e os preconceitos com a cultura africana na cidade de SP
Mariane Barbosa
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Quem encontra Valquíria de Souza Silva atravessando a cidade de São Paulo desde Tiradentes, extremo leste da capital, até a Lapa, onde fica a sede da TV Diálogos do Sul, talvez não tenha dimensão da força que carrega a mulher conhecida como “Mãe” Kika de Bessen.

Publicitária aposentada, militante anti racista e feminista, ela é pré-candidata à prefeitura de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e uma importante liderança do movimento de mulheres negras e feminista, além de ser fundadora do Bloco Afro Oriashé, que nasceu no bairro Bixiga (Bela Vista), e deu origem, posteriormente, ao reconhecido Bloco Afro Ilú Oba De Min.

Em entrevista à TV Diálogos do Sul, a publicitária reforçou o quanto a educação tem sido subjugada na cidade de São Paulo, governada por Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição. Ela lembra que educadores têm sofrido também com ataques que partem do governo nacional.

“A educação é primordial para a população negra jovem e a população em geral. E ela foi sucateada. (…) Estamos vendo greves de professores da rede pública por retiradas de seus direitos.”

Pré-candidata à Prefeitura pelo PT, militante anti racista e feminista denuncia precariedade na educação e os preconceitos com a cultura africana na cidade de SP

Mariane Barbosa
“A educação é primordial para a população negra jovem e a população em geral", diz “Mãe” Kika de Bessen.

Com relação ao projeto “Escola Sem Partido”, ela destaca que se trata de uma visão distorcida e que faz a escola perder seu sentido. “Eles [da direita] têm partido, estão policiando os professores da rede pública”, ironizou a pré-candidata.

“Além dos ensinos fundamental e médio, nós precisamos investir nas creches”, reforça a feminista, ao lembrar das mães que saem para trabalhar antes de as escolas infantis abrirem e acabam deixando seus filhos com vizinhas. Elas formam redes de apoio e acabam cuidando de seis, sete crianças de outras mães. “Elas precisam ajudar a outra companheira que tem trabalho e, ao mesmo tempo, ela tira, daquele trabalho informal, o seu próprio sustento e da sua família”.

Racismo cultural

Além de proteger os jovens periféricos, uma das maiores bandeiras da Mãe Kika é a luta contra o racismo. Ao explicar que a questão racial no Brasil começa com os sequestros na África, quando achavam que “o negro não tinha alma e podia servir como força de trabalho e fortalecer o capitalismo no mundo”, a publicitária denuncia a agressividade do atual governo brasileiro.

“O que aconteceu foi que afloraram os neofascistas, todos os de ultra direitas que são racistas e homofóbicos se apresentaram e saíram do armário. E a realidade é essa”, diz ao citar também o preconceito com as religiões. “Hoje, isso se agrava muito mais, principalmente em relação às religiões de matriz africana no Brasil”.

“A cidade de São Paulo é um espaço em que parece que a questão da intolerância religiosa não existe, mas os terreiros, ou os templos religiosos de matriz africana, estão localizado exatamente nas periferias e sofrem ataques, mas não chamam a atenção em um país em que todo mundo se diz cristão”, conclui.

Prévias

As prévias do PT serão realizadas no próximo dia 15 de março. O partido tem sete candidatos: Alexandre Padilha, Paulo Teixeira, Carlos Zarattini, Eduardo Suplicy, Jilmar Tatto, Nabil Bonduki e , Valkiria “Kika” de Souza Silva. Você pode já conferir, abaixo, as entrevistas que já publicamos. Se preferir, também pode ler as entrevistas com o Deputado Carlos Zarattini, o vereador Eduardo Suplicy e o ex-deputado Jilmar Tatto e o deputado Paulo Teixeira.

Carlos Zarattini

Eduardo Suplicy 


Jilmar Tatto

Paulo Teixeira


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Mariane Barbosa

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