“Três anos do governo Bolsonaro se somam como se fossem 20 anos de prejuízos com consequências ambientais, com perda de direitos humanos, com aumento de violência, de racismo. É o momento de a gente se rearticular para que se possa tirar o Bolsonaro do poder e derrotar de vez o bolsonarismo. Precisamos de retomada para reconstrução das políticas públicas, da participação popular”.
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Palavras de Sônia Guajajara ao Tutaméia. Coordenadora nacional da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), ela afirma:
“Temos que organizar as nossas candidaturas, as candidaturas que têm o compromisso com as nossas causas. Nós, indígenas, estamos nos organizando para lançar, pela Apib, um bonde de candidaturas indígenas por todo o Brasil. Porque, se a gente está dizendo que tem que mudar, temos que ocupar esses espaços. Para ocupar esses espaços na política institucional, temos que ir para a disputa eleitoral. Estamos discutindo, organizando, pensando um projeto político indígena para contribuir para o país”.
Nesta entrevista, ela fala dos ataques do governo Bolsonaro aos povos indígenas, da atuação nefasta da Funai, da questão do marco temporal, do desmatamento, do avanço da mineração e do agronegócio e da ação crescente de evangélicos neopentecostais nas aldeias, o que tem prejudicado o combate à Covid-19.
APIB
Indígenas preparam ‘bonde’ de candidaturas nas eleições de 2022
Uma das principais lideranças indígenas do país, Sônia foi candidata a vice-presidente na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (Psol).
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Na conversa, ela ressalta a importância da atuação indígena no atual momento do país.
“Nós estamos preparados para estar juntos na reconstrução do país, para estar juntos nas articulações políticas e estar juntos, também, para a disputa eleitoral”, declara.
Bolsonaro lesa-pátria
Ao tratar do governo Bolsonaro, afirma:
“O desmatamento ilegal e o garimpo ilegal sempre aconteceram. Mas a gente tinha um respaldo legal para fazer a defesa e ir contra toda essa exploração. No governo Bolsonaro, há uma permissão. Ele faz uso de sua própria voz para incitar as invasões e os conflitos. Houve um aumento considerável de conflitos pelo Brasil inteiro”.
Ela segue:
“A Funai literalmente deixou de ser um órgão para atender aos interesses, promover os direitos e proteger os povos indígenas para ser um órgão para atender aos interesses do governo. A Funai está totalmente a serviço do agronegócio, das mineradoras. As lideranças que se opõem a isso estão sendo perseguidas e criminalizadas como o que aconteceu comigo mesmo”.
“Disseram que eu estava lesando a pátria por fazer tantas acusações. A Funai se tornou um órgão para perseguir, criminalizar e processar lideranças indígenas que lutam em prol dos direitos dos povos”.
Na ONU, Bolsonaro mente sobre indígenas e mantém discurso de genocídio e etnocídio
“Eles é que estão lesando a pátria. A Funai está lesando a pátria. Bolsonaro está lesando a pátria ao promover toda essa destruição ao logo desses anos. Eu, não. Estou buscando proteger, não só os direitos dos povos indígenas, mas a nossa vida e também o meio ambiente, que equilibra e que garante a vida para todo mundo”.
Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, Jornalistas há mais de quarenta anos, o casal gaúcho atuou na imprensa de combate à ditadura militar, na Zero Hora, na Gazeta Mercantil e na Folha de S. Paulo
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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