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ToggleAnunciaram e fizeram. Fizeram à moda deles, sem precaução, convictos da impunidade. Demonstraram extrema burrice ao vandalizar os prédios públicos. Predadores sem ouro objetivo que botar pra quebrar, mostrar o poder da turba. Sozinhos são um nada, medrosos, covardes, dedos-duros.
Fizeram um estrago danado no Distrito Federal, Brasília deixou de ser a Ilha da Fantasia, viveu horas de terror, de vandalismo.
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A articulação pra fazer simultaneamente nos estados não deu certo, ou melhor, o pouco que houve passou desapercebido, pois a quebradeira em Brasília dominou todas as mídias. Todas pegas de surpresa. Ninguém de plantão sabendo que alto pairava no ar. Tampouco deu certo a anunciada ocupação das refinarias, nem bloqueios de estradas.
Se houvesse cérebro entre eles, a ocupação seria pacífica. Aquela gentalha -era muita gente- ocupando os prédios públicos, seria um problemão que seguramente até agora não teria sido resolvido. Como não são possuídos de juízo, partiram pra quebradeira.
Bem planejada e anunciada, ação em Brasília deixa alerta: não subestimem o bolsonarismo
O quebra-quebra no dia da diplomação do presidente Lula e seu vice, foi claramente um balão de ensaio. A intenção estava anunciada pelo cara da bomba, que queria explodir um caminhão tanque no aeroporto de Brasília. Ele disse com todas as letras: o objetivo era gerar o caos. Com esse objetivo ocuparam Brasília.
Instaurado o caos, entram as forças armadas para impor a Lei e a Ordem. E com as forças armadas ocupando a praça dos três poderes, aclamariam a volta do Messias. Acreditam nisso. Creiam, ainda acreditam que o Lula é ladrão e Bolsonaro o salvador que deve ser reempossado. Miolo mole, ideia fixa em miolo mole é assim.
Mas, tanto o Messias Bolsonaro como o seu agente provocador, Anderson Torres, ex ministro da Justiça e secretário de segurança do governador do Distrito Federal, fugiram da reta, foram se refugiar nos Estados Unidos, destino da escória do mundo.
Não precisou acionar as forças armadas porque distúrbios urbanos, vandalismo, agressão aos prédios públicos são problemas para as polícias. E não havia nenhuma polícia atuando, apenas assistindo. Por isso a intervenção federal se limita à segurança pública.
Golpismo em Brasília: 5 indagações sobre as forças de segurança e 5 tarefas do Governo Lula
Quanto ao governador inepto, é problema da Câmara Distrital de Deputados. Se tiverem juízo já vão impichar o Ibaneis Rocha.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Até armas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) os arruaceiros bolsonaristas levaram
Camarão que dorme…
Lula não dorme de botina. Agiu rápida e certeiramente. Lula se emocionou. Não é pra menos. Estava em Araraquara avaliando os estragos feitos pelas últimas tempestades, surpreendido por uma tempestade de vândalos a depredar justo o seu novo emprego. Chegaram ao terceiro andar do Palácio do Planalto, onde está o gabinete da Presidência.
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Puseram pra quebrar no Senado e no prédio do STF. Rasgaram a toga do ministro Alexandre de Moraes, alvo discricionário dos fascistas por levar as ações judiciais contra a propagação de mentiras pelas redes, e demais crimes eleitorais praticados pelos apoiadores do governo, governo de Bolsonaro, governo dos generais das forças armadas que não querem perder sua boquinha.
Lula ficou bravo. Botou o dedo na ferida ao atribuir responsabilidade ao genocida. O cara, o inominável, está nos Estados Unidos, antes e depois de perder as eleições cansou a mídia de repetir a mesma lenga-lenga incitando o povo a não respeitar o resultado, a pedir intervenção das forças armadas. A decisão está nas mãos de vocês…. dizia a seus seguidores, em vocês e nas forças armadas. Clara incitação ao golpe.
A imprensa noticia que o esperado Messias está agora internado em um hospital na Florida. Lula disse com todas as letras que os responsáveis serão punidos. São terroristas, não são manifestantes. Na França, quando os coletes amarelos invadiram o palácio do governo, apenas invadiram, nada quebraram, 2.300 foram condenados e 400 estão presos. Cometeram crime de violar a segurança da presidência, atentaram contra a soberania nacional.
Falha monstro de Inteligência.
Desde o governo Dilma, a Inteligência do Estado -aquela da Presidência (Abin) e das três armas- foi colocada a serviço dos conspiradores. 2016 pra cá, sete anos passados, nada foi feito para suprir essa grave lacuna. Também as Inteligências das polícias civis e militares cooptadas, e nada foi feito para consertar isso.
Uma vez deposto o governo de Dilma, deveriam ter montado um governo virtual paralelo, um shadow cabinet, ou governo nas sombras, acompanhando pari-passo as ações dos governos golpistas, dando munição para a oposição parlamentar e para os movimentos populares. E isso foi recomendado, e de novo recomendado durante a campanha eleitoral de 2018. Como não há um núcleo de Inteligência, não tinha quem se sensibilizasse com essa recomendação. Amadorismo, diria eu.
Durante os últimos quatro anos, ou melhor, sete, pois o governo ilegítimo de Temer também conta, levamos uma lavada de sete a zero nas questões de comunicação e inteligência. Apanhamos de sete a zero da mídia, todos os dias, e não tem um núcleo de especialistas para cuidar disso.
Agora a mídia está um pouco calma, menos agressiva, posto que a transição e em seguida montagem do novo governo a mantém ocupada. Mas, não esconde o ranço. Qualquer coisa que afete minimante o deus mercado, suas crenças de que o que vale é o pensamento único, a questão fiscal, o capital financeiro.
Não podem admitir sucesso às forças populares. Sabemos disso há 40 anos. E, 40 anos na defensiva.
Tá na hora de fazer uma avaliação, refletir sobre as questões de Inteligência e Comunicação, meditar sobre os erros e fazer planejamento estratégico. Tá na hora de ter uma estratégia de comunicação que envolva Educação e todo o sistema de comunicação. Sistema que tem que ser montado e articulado. Sistema tem que contar com jornais, revistas, agência de notícias, televisão, rádios, principalmente rádios. TV e rádio são concessões públicas. Têm que ser encaradas, portanto, como serviço público. Rádio e TVs têm de estar a serviço do público e não da alienação religiosa ou proselitismo fascista. O povo organizado e com consciência de que se trata de soberania nacional é que tem que tomar conta disso.
Cannabrava | Transição deixa defesa com porteira fechada para os militares
Paulo Cannabrava Filho, jornalista editor da Diálogos do Sul e escritor.
É autor de uma vintena de livros em vários idiomas, destacamos as seguintes produções:
• A Nova Roma – Como os Estados Unidos se transformam numa Washington Imperial através da exploração da fé religiosa – Appris Editora
• Resistência e Anistia – A História contada por seus protagonistas – Alameda Editorial
• Governabilidade Impossível – Reflexões sobre a partidocracia brasileira – Alameda Editora
• No Olho do Furacão, América Latina nos anos 1960-70 – Cortez Editora
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