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Cannabrava | Direita precisa agir contra golpe; seus partidos tampouco vão sobreviver

Não aceitar o resultado das urnas é o anúncio de um novo Pacote de Abril, conjunto de leis decretadas por Ernesto Geisel e que fechou o Congresso, em 1977
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Eu fico a imaginar a situação dos 30 diplomatas convidados e cominados a ouvir as diatribes de Bolsonaro contra o sistema eleitoral. É muito constrangedor. O que fazer? Comunicar a seus governantes que a democracia no Brasil acabou, que está anunciado um golpe com todas as letras. Ou será que falta alguma?

Mais constrangedor é para os parlamentares, como os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, empenhados que estão na reeleição de seus pares. Será que caiu a ficha? 

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A direita tem que se dar conta de que para existência de seus partidos é preciso que as instituições sobrevivam. Tem que haver institucionalidade para que funcione, inclusive, essa democracia de fancaria.

Não aceitar o resultado das urnas é o anúncio de um novo Pacote de Abril, conjunto de leis decretadas por Ernesto Geisel e que fechou o Congresso, em 1977

Antonio Cruz | Agência Brasil
Edson Fachin, ministro do STF diz: basta! “É hora de dar um basta à desinformação e ao populismo autoritário”. E daí?

Não aceitar o resultado das urnas é o anúncio de um novo pacote de abril, conjunto de leis decretadas por Ernesto Geisel e que fechou o Congresso, em 1977. Aí não sobra para ninguém. Será que caiu a ficha? 

Alerta: A embaixadores, Bolsonaro mente sobre eleições e eleva risco de golpe a novo patamar

Edson Fachin, ministro do STF diz: basta! “É hora de dar um basta à desinformação e ao populismo autoritário”. E daí? Vai derrubar o governo que existe por ação direta de vossas majestades, digo cumplicidade de vossas magistraturas?

Agora é tarde. Ninguém mais acredita neles, desmoralizados a cada dia pelos militares que ocuparam o poder para ficar.

A tempestade é perfeita para uma virada completa na situação. Virada com o povo organizado em torno de uma frente de salvação nacional, entendendo que a luta é de libertação nacional. 

Luta que começa dentro de cada um de nós, a libertar-se primeiro da servidão intelectual, descolonizar nosso pensamento e construir um projeto de país junto com o povo em rebeldia.

Paulo Cannabrava Filho é jornalista latino-americano e editor da Diálogos do Sul.


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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1957. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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