NULL
NULL
Carta à diretora geral da UNESCO sobre as violações dos direitos humanos no México.
Assunção, 25 de novembro de 2004
Senhora
Diretora Geral da UNESCO
Irina Bokova
Paris
Urgente enviar a México o relator da UNESCO sobre Direito à Educação.
Seja a oportunidade propícia para aderirmos à Declaração feita pelo Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso) que diz: “Diant dos crimes contra os estudantes normalistas de Ayotzima, estado de Guerrero, México, o Conselho da Clacso manifesta as evidentes políticas repressoras e de privatização da educação nos unimos al repúdio que as universidades, docentes, pessoas de pesquisa, comunidades cientificas e organizações sociais manifestaram diante desse grave crime e nos solidarizamos com os estudantes. Nos unimos as vozes e orações de protestos pacíficos. Em mérito a essas considerações vimos pedir o urgente envio a México do Relator da UNESCO sobre Direitos à Educação.
O caso do estudante universitário chileno”; Laurence Maxwel.
O documentarista, escritor e músico chileno Laurence Maxwel foi detido violentamente na Cidade de México e transladado a uma cárcere de alta segurança em Veracruz.
O sr Maxwell, que cursa um doutorado em Literatura na Universidade Nacional Autônomas do México, foi capturado e espancado por policiais mexicanos quando percorria a cidade em bicicleta e se encontrou casualmente com uma manifestação pelas 43 normalistas assassinadas em Iguala.
Sem provas, o sr Maxwel ficou incomunicado e acusado de diversos delitos que o podem condenar a 50 anos de prisão, numa situação que lamentavelmente deteriora ainda mais a credibilidade do governo mexicano.
O sr. Maxwell foi um dos líderes dos protestos estudantis pacíficos contra a ditadura militar chilena, que realizou juntamente com atuais ministros, deputados e prefeitos chilenos. Trata-se de um destacado defensor dos direitos humanos.
Senhora Diretora Geral, pela presente vimos solicitar que o mesmo Relator Especial da UNESCO à Educação exija do governo mexicano a imediata libertação do estudante chileno Maxwell porque protestar pacificamente é um direito e reprimir é um delito.
Aproveito a oportunidade para saudá-la com minha mais alta consideração.
Martin Almada
* Prêmio Nobel Alternativo da Paz e membro do Comitê Executivo da Associação Americana de Juristas (AAJ) – colaborador de Diálogos do Sul em Assunção do Paraguai.