A Casa Branca comunicou hoje que Charles Kupperman se desempenhará como assessor de segurança nacional interino, depois que o presidente estadunidense, Donald Trump, anunciou a saída do anterior ocupante do cargo, John Bolton.
Kupperman, de 68 anos, era até o momento o assessor adjunto de Bolton e anteriormente ocupou altos cargos nas companhias Lockheed Martin e Boeing, e serviu na administração do ex-presidente Ronald Reagan (1981-1989).
O porta-voz da presidência, Hogan Gidley, comunicou a decisão de que Kupperman ocupe o posto esta tarde nos arredores da Casa Branca, onde explicou que a saída de Bolton se deve a que suas prioridades e políticas “simplesmente não se alinham” com as de Trump.
“Ontem à noite informei a John Bolton que seus serviços já não são necessárias na Casa Branca. Eu não estava de acordo com muitas de suas sugestões, da mesma forma que outros na administração e, portanto, pedi sua renúncia”, havia escrito Trump nesta segunda-feira no Twitter.
O governante acrescentou que o já ex-conselheiro lhe apresentou sua demissão esta manhã, e que na próxima semana nomeará uma nova figura para o cargo, no qual Bolton se desempenhou desde abril de 2018.
No entanto, meios norte-americanos de imprensa chamaram a atenção sobre o fato de que Trump e o ex-assessor deram versões diferentes sobre a partida de Bolton.
Pouco depois dos tuítes do presidente, Bolton escreveu na mesma rede social que ele ontem havia proposto ao mandatário renunciar voluntariamente, diante do que Trump lhe respondeu: “Falemos disso amanhã”.
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Charles Kupperman
Com sua nomeação de forma interina, Kupperman se converte no quarto assessor de segurança nacional de Trump, depois que passaram também por essa posição Michael Flynn e Herbert McMaster.
O novo conselheiro substituirá uma das figuras mais controvertidas da administração do republicano e defensor de uma agressiva política exterior.
Bolton, segundo meios norte-americanos, foi contratado sobretudo devido a sua posição dura sobre o Irã, e seu apoio à decisão do mandatário de abandonar o acordo nuclear alcançado entre esse país e seis potências mundiais em 2015.
Mas “logo começou a se chocar com a visão do presidente para a diplomacia na Coreia do Norte e mais recentemente no Afeganistão”, indicou a cadeia de televisão CNN.
Um artigo do diário USA Today indica que, em apenas um ano e meio, o ex-assessor enganou imprudentemente o presidente em uma série de questões importantes de política exterior.
Bolton estimulou o governante a abandonar um passo positivo para a paz com a Coreia do Norte em Hanói, ao tratar de forma beligerante com a China e discutir a presença de mais tropas perto da fronteira com a Rússia. Seus últimos maus conselhos afundaram a possibilidade de reduzir o número de soldados no Afeganistão, estimou o jornal.
*Tradução: Beatriz Cannabrava
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