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China alerta que EUA querem desencadear caos ao destruir laços Beijing-Washington

O Ministro das Relações Exteriores ratificou o apego da China ao multilateralismo, seu apoio as Nações Unidas e sua rejeição ao assédio e ao unilateralismo
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Pequim

Tradução:

China advertiu hoje os Estados Unidos que manterá sem mudanças seus planos de desenvolvimento em benefício do povo e do mundo, depois de augurar total fracasso a qualquer tentativa de Washington de frear essa meta. 

O ministro de Relações Exteriores, Wang Yi, deplorou em uma entrevista para a agência Xinhua que o atual governo norte-americano ignore quatro décadas de vínculos com bons resultados para ambos os lados, apenas pelas pretensões eleitorais de alguns políticos. 

Segundo recordou, durante esse tempo às duas potências puseram de lado suas diferenças ideológicas, coexistiram pacificamente e muitas gerações trabalharam para fortalecer alguns nexos que se articularam de forma estreita e em múltiplos terrenos de cooperação. 

Considerou desnecessário e impossível que cada um mude por causa do outro, e apelou ao respeito pelo caminho de desenvolvimento escolhido respectivamente e evitar a todo custo cair em uma Guerra Fria. 

O Ministro das Relações Exteriores ratificou o apego da China ao multilateralismo, seu apoio as Nações Unidas e sua rejeição ao assédio e ao unilateralismo

Prensa Latina
O ministro de Relações Exteriores, Wang Yi

A China — remarcou Wang — rechaça qualquer tentativa de criar um confronto porque contraria os interesses e aspirações de progresso, tanto bilateral como mundial.

Denunciou que alguns setores da política norte-americana querem reviver o macarthismo com a finalidade de socavar os laços Beijing-Washington, semear a hostilidade, melar a confiança e avivar um conflito com sequelas mundiais, pois desencadearia o caos e a divisão.

Negou que haja propósitos da China se converter em outro Estados Unidos, exportar ideologia ou se intrometer em assuntos internos de outros países, ao reiterar o compromisso com o desenvolvimento pacífico, mediante a abertura e projetos mutuamente benéficos. 

Por outro lado, o Chanceler assegurou que ao seu país não interessam as discórdias diplomáticas e com o fechamento do consulado estadunidense em Chengdu, respondeu de forma legítima e legal à decisão similar da Casa Branca contra o consulado chinês em Houston.

Insistiu na necessidade de estabelecer um mecanismo de diálogo para dar uma virada nas relações e deixar para trás a etapa mais desafiadora desde seu estabelecimento em 1979. 

A respeito de Hong Kong, reiterou tolerância zero à ingerência estrangeira em qualquer de seus assuntos, inclusive à recém aprovada lei de segurança. 

Wang mencionou o respaldo da população à referida norma e que o objetivo fundamental é garantir a implementação a longo prazo da política de “um país, dois sistemas”. 

Entre várias questões, ratificou o apego da China ao multilateralismo, seu apoio ao papel da Organização das Nações Unidas e rechaçou o assédio e o unilateralismo, porque põem em risco a ordem internacional. 

Embora tenha reivindicado o diálogo construtivo entre às duas potências em condição de igualdade para abordar qualquer diferença, insistiu em que Beijing reagirá apropriadamente caso persista a hostilidade da Casa Branca. 

A China responderá firme a travas dos Estados Unidos contra sua imprensa 

 A China reafirmou que dará uma resposta contundente aos Estados Unidos se este insistir em obstaculizar as operações de seus meios de comunicação em solo norte-americano, um acréscimo às tensões entre ambas potências. 

Wang Wen Bin, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, denunciou que Washington continua a não emitir os vistos dos correspondentes do país que solicitaram sua renovação, após entrar em vigor a limitação a 90 dias em maio passado. 

Qualificou essa atitude de errônea, depois de advertir que Beijing terá uma reação apropriada em defesa de seus direitos e interesses. 

Os Estados Unidos — indicou — intensificaram a opressão política contra os meios chineses em meio à sua ofensiva sustentada em uma mentalidade de Guerra Fria e preconceito ideológico. 

Wang deplorou a hipocrisia da Casa Branca, porque por um lado fala em defender a liberdade de imprensa, e por outro obstrui o trabalho de reportagem dos jornalistas do estado asiático. 

As fricções entre ambas as potências em relação ao tema da imprensa se exacerbaram em fevereiro passado quando Washington limitou a 100 a quantidade de funcionários da agência Xinhua, da televisora CGTN, da China Radio International e dos jornais China Daily e Diario del Pueblo instaladas em solo norte-americano. 

Também classificou essas entidades como missões estrangeiras e assim as obriga a seguir as mesmas regras que as embaixadas e consulados sob o argumento de estarem controladas pelo Governo da China. 

Em reciprocidade, o estado asiático informou em março que as correspondências de Voice of America, New York Times, WSJ, Washington Post e Time devem detalhar por escrito os dados sobre seu pessoal, finanças, operações e propriedades na China. 

Exigiu aos jornalistas dos citados meios cujas credenciais vencem este ano, que as entreguem, porque não lhes será mais permitido trabalhar na China Continental, nem em Hong Kong e Macau.

Redação Prensa Latina

Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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