O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Geng Shuang, declarou nesta terça-feira (26/3) que as nações latino-americanas são países soberanos, capazes de decidir por sua própria conta com que Estados desejam colaborar.
“A América Latina não pertence a nenhum país e não é o quintal de ninguém”, afirmou Geng, em conferência para a imprensa local.
Posteriormente, o porta-voz da chancelaria chinesa assegurou que seu país “sempre apoia o desenvolvimento das relações amistosas com os países” da região, entre eles a Venezuela.
No contexto da situação atual desse país latino-americano, Geng insistiu em dizer que só o povo venezuelano pode encontrar uma saída à crise política que sua nação vive hoje em dia. “A questão venezuelana só pode ser resolvida pelo povo venezuelano, com uma estabilidade que é o verdadeiro interesse do país, e também o da região”, reiterou.
Anteriormente, o assessor de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, John Bolton, usou sua conta pessoal de twitter para afirmar que Washington não tolerará “potências militares estrangeiras hostis”, que impeçam seu alcançar de “objetivos de democracia, segurança e Estado de direito espalhados pelo hemisfério ocidental”.
“O Exército venezuelano deve estar com o povo da Venezuela”, precisou.
Brasil 247
O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Geng Shuang
Por sua vez, o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta segunda, também via twitter, que Washington tenta “interferir nos programas de cooperação técnica-militar entre a Rússia e a Venezuela”, ao mesmo tempo em que o país norte-americano tem um grande número de bases militares em todo o mundo – “boa parte” das quais se localiza na América Latina – e “um orçamento militar crescente de mais de 700 milhardos”. Arreaza qualificou este comportamento das autoridades estadunidenses como “cinismo”.
Por outra parte, neste 25 de março, o chanceler russo, Sergey Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tiveram uma conversa telefônica na qual discutiram temas relacionados com a situação da Venezuela.
Neste diálogo, Lavrov destacou que as tentativas de Washington de organizar um “golpe de Estado” na Venezuela e as ameaças contra seu governo legítimo “estão violando a Carta das Nações Unidas”, e agregou que isso constitui uma “interferência não dissimulada” nos assuntos internos de um Estado soberano.
Por sua parte, segundo comenta o Departamento de Estado estadunidense, Pompeo afirmou ao seu colega russo que os Estados Unidos e seus aliados regionais que “não pretende ficar de braços cruzados” enquanto a Rússia “exacerba as tensões na Venezuela” com suas atividades de cooperação com esse país sul-americano. O diplomata qualificou estas ações como um “comportamento não construtivo”, apesar deles serem realizados de acordo aos contratos bilaterais amparados pelo direito internacional.
*Publicado originalmente em rt.com | Tradução de Victor Farinelli