Pesquisar
Pesquisar
Foto: Ministério das Relações Exteriores da China

China qualifica apoio dos EUA a separatismo em Taiwan como “grave violação” e exige retratação

Antony Blinken parabenizou Lai Ching-te, que se assumiu como presidente da ilha, o que vai contra o princípio de “uma só China” reconhecido mundialmente
Redação La Jornada
La Jornada
Cidade do México

Tradução:

Beatriz Cannabrava

Nesta quinta e sexta-feira (24), a China realiza exercícios militares ao redor de Taiwan. A ação é uma resposta à posse de Lai Ching-te como presidente de Taiwan.

O ato de posse, ocorrido na última segunda-feira, foi qualificado por Pequim como separatista. Vale lembrar que não apenas a China, mas outros 183 países reconhecem Taiwan como parte do território chinês, em consonância com o princípio de “Uma só China”.

Para os exercícios militares, a China mobilizou navios e 49 aviões que se aproximaram de Taiwan ao norte, ao sul, ao leste e pelo estreito que divide a ilha da porção continental. Em resposta, as autoridades taiwanesas também movimentaram forças marítimas, aéreas e terrestres.

A China descreveu a incursão como um “sério aviso”. Já o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu que as partes evitem ações “que levem a uma escalada das tensões na região”.

Ingerência estadunidense

Na terça-feira (21), a China rechaçou as “felicitações” dos Estados Unidos a Lai Ching-te por se assumir como presidente de Taiwan, o que implicou na apresentação de uma queixa diplomática; além disso, condenou a visita à ilha de legisladores provenientes da Coreia do Sul e do Japão para assistir aos atos de posse.

“É uma grave violação do compromisso político assumido pelos Estados Unidos de manter apenas relações culturais, comerciais e outras relações não oficiais com a região de Taiwan”, criticou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma conferência de imprensa habitual em Pequim.

Leia também | Xi avisa Biden: Não vamos permitir avanço de ingerência externa em Taiwan

O secretário de Estado estadunidense, Antony Blinken, felicitou Lai na segunda-feira (20) em um comunicado, pouco depois de ele assumir o cargo, e ofereceu o apoio do governo estadunidense para trabalharem juntos com a finalidade de “promover nossos interesses e valores compartilhados”.

Wang indicou que os comentários enviaram “um sinal seriamente equivocado às forças separatistas de Taiwan”, confirmando que Pequim apresentou uma queixa diplomática a Washington e instou os EUA “a corrigirem imediatamente seus erros”.

Dentro deste contexto, a chancelaria informou que sancionou Mike Gallagher, um ex-membro republicano do Congresso de Wisconsin, por mostrar apoio de Washington a Taipei, como fez em fevereiro passado com uma visita à ilha.

Leia também | China adverte EUA e anuncia ações firmes em caso de levantes separatistas de Taiwan

Horas antes, um porta-voz da embaixada chinesa na Coreia do Sul afirmou que a visita dos legisladores do país vai contra a associação cooperativa estratégica binacional, exigindo que o governo tome “medidas práticas” para salvaguardar os interesses gerais das relações, informou a agência Reuters.

Sua representação em solo japonês condenou que a visita contrariava gravemente o espírito dos compromissos sino-japoneses, pedindo ao governo que cesse a “manipulação política provocativa” da questão de Taiwan, detalhou o despacho.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Edição: Guilherme Ribeiro.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação La Jornada

LEIA tAMBÉM

Misseis Atacms “Escalada desnecessária” na Ucrânia é uma armadilha do Governo Biden para Trump
Mísseis Atacms: “Escalada desnecessária” na Ucrânia é armadilha do Governo Biden para Trump
1000 dias de Guerra na Ucrânia estratégia de esquecimento, lucros e impactos globais
1000 dias de Guerra na Ucrânia: estratégia de esquecimento, lucros e impactos globais
G20 se tornará equipe de ação ou seguir como espaço de debate
G20 vai se tornar “equipe de ação” ou seguir como “espaço de debate”?
Do Fórum Social Mundial ao G20 Social Lula reinventa participação popular global
Do Fórum Social Mundial ao G20 Social: Lula reinventa participação popular global