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Cid Gomes desmonta farsa de Campos Neto e expõe catástrofe dos juros no Brasil

"Pegue seu bonezinho [do Santander] e peça para sair, por favor”, disse o senador ao atual presidente do Banco do Central
Redação Hora do Povo
Hora do Povo
São Paulo (SP)

Tradução:

O senador Cid Gomes (PDT-CE) deixou sem argumentos o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (25), em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Ele denunciou que “em 2022, os juros praticados por Campos Neto aumentaram a dívida em R$ 802 bilhões”.

O parlamentar não conciliou com a defesa da Selic a 13,75%, feita pelo presidente do BC, que listou entre as causas de juros altos a baixa taxa de recuperação de crédito, a baixa taxa de poupança, a dívida bruta acima da média, a percepção de risco e a “alta proporção de crédito direcionado”. Ou seja, culpou o povo e os investidores e ainda mostrou que, se depender dele, Habitação, Agricultura, Ciência e Tecnologia, etc, ficam sem financiamentos direcionados.

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“Sabe onde é que vai incidir esses 13,75%?”, indagou o parlamentar. “Na nossa dívida. Na dívida do governo federal que, em março é de R$ 7,3 trilhões”, declarou Cid Gomes. Ele disse também que, em 2022, “a União, pagando ou acrescendo à nossa dívida, que vai fazer efeito numa bola de neve no ano seguinte, dispendeu R$ 802 bilhões”. “A conta que eu faço, senhoras e senhores senadores, é a seguinte: se Brasil praticasse a taxa de juro da meca do capitalismo, que é a americana, nós teríamos dispendido R$ 292 bilhões com a dívida”.

“Isso significa objetivamente uma economia do Brasil, que dispendeu R$ 802 bilhões na dívida em 2022, se usasse a taxa de juro americana. Seria uma economia de R$ 510 bilhões”, declarou o parlamentar. “Quem passou a ser beneficiário no ano passado de R$ 510 bilhões? […] Vai cair na conta do tal rentista”, completou Cid Gomes.

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O senador pelo Ceará levou um quadro ao plenário para explicar suas críticas ao índice de juros praticado pelo Banco Central. Ele mostrou que o presidente do BC está causando muitos prejuízos ao país.

"Pegue seu bonezinho [do Santander] e peça para sair, por favor”, disse o senador ao atual presidente do Banco do Central

Reprodução: TV Senado
Senador Cid Gomes (PDT-CE) entrega boné da Santander para Roberto Campos Neto




Escondidos na complexidade

O parlamentar disse que economia é um tema árduo, mas há pessoas que procuram se esconder na complexidade para se esquivar de coisas “simples e objetivas”. O senador comparou os juros e a inflação do Brasil com os números dos Estados Unidos e disse não haver razoabilidade na diferença entre eles.

“A inflação do Brasil em 2022 foi de 5,8%. A nossa taxa de juro terminou o ano com 13,75%”, disse o congressista. “[Nos Estados Unidos,] inflação de 6,5%. Taxa de juros ao final do ano […] 4,5% ao ano”, completou. Ele prosseguiu lembrando que o desemprego norte-americano foi de 3,5% em 2022, enquanto no Brasil foi de 9,3%.

Dowbor | Educação, saúde, moradia: política de juros drena recursos vitais e paralisa o Brasil

O parlamentar do PDT disse que o BC faz um papel de Robin Hood “às inversas”, e que o dinheiro poderia ser usado para triplicar o Bolsa Família, fazer 3,6 milhões de habitações populares, 134 mil escolas por anos ou elevar o salário mínimo para R$ 4.000.

“Eu não sou radical, eu não sou comunista, eu não sou socialista, eu sou social democrata. Eu acredito na força e fundamental importância da iniciativa privada”, disse. “O melhor negócio no Brasil hoje é vender seu negócio e botar o seu dinheiro na aplicação financeira”, completou.

O boné da Santander na mesa de Campos Neto (reprodução)

“O senhor fez manifestações públicas em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vestiu camisinha amarela”, disse o senador, acrescentando que “as pessoas indicadas ao Banco Central vêm do mercado financeiro e voltam ao mesmo setor”. “Senhor presidente, com todo respeito, me perdoe. Mas nessa hora eu queria lhe fazer uma sugestão. Pegue seu bonezinho [do Santander] e peça para sair, por favor”, disse Cid Gomes a Campos Neto, que foi conselheiro-executivo do banco Santander.

Redação | Hora do Povo


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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