Muito antes de Cristóvão Colombo cruzar o Atlântico, oito “edifícios” de madeira cobertos de relva se encontravam acima de um pântano no extremo Norte da ilha de Terra Nova, no Canadá, conferindo a derradeira prova de que os vikings chegaram primeiro ao chamado Novo Mundo.
Contudo, quando exatamente os vikings viajaram para estabelecer seu assentamento em L’Anse aux Meadows, até agora, ainda não havia ficado claro.
Nesta quarta-feira (20), foi informado que um novo tipo de técnica de datação usando uma tempestade solar de longa data como ponto de referência, revelou que o assentamento foi ocupado em 1021 d.C., há exatamente um milênio, e 471 anos antes da primeira viagem de Colombo, informa a agência Reuters.
Esta técnica foi utilizada em três pedaços de madeira cortados do assentamento, sendo que todos eles apontaram para o mesmo ano.
A viagem dos povos viking representa múltiplos marcos para a humanidade.
“Muito respeito deveria ser mostrado para esses europeus nórdicos, por serem a primeira sociedade humana a atravessar o Atlântico“, comentou o geocientista Michael Dee, da Universidade de Groningen, nos Países Baixos, que liderou o estudo publicado na revista Nature, citado pela mídia.
Os vikings eram marinheiros oriundos de países como a Noruega, a Suécia e a Dinamarca. Eles se aventuraram pela Europa, por vezes invadindo territórios, ou então para atividades de comércio.
Estes povos possuíam extraordinárias habilidades de construção e navegação, estabelecendo assentamentos na Islândia e na Groenlândia. Suas embarcações de madeira eram propulsionadas por velas e remos.
A Era viking é tradicionalmente definida entre os anos 793 d.C. e 1066 d.C. Por sua vez, a datação radiocarbônica se revelou muito imprecisa para datar o assentamento de L’Anse aux Meadows, descoberto em 1960, embora houvesse uma crença geral de que pertencia ao século XI.
No entanto, o novo método de datação baseia-se no fato de que as tempestades solares produzem um sinal radiocarbônico distinto nos anéis do crescimento anual das árvores. Através deles, ficou-se sabendo que houve uma tempestade solar significativa em 992 d.C.
Em todos os três pedaços de madeira examinados, de três árvores diferentes, 29 anéis de crescimento foram formados depois da tempestade solar, significando que a madeira foi cortada em 1021, explicou a arqueóloga da Universidade de Groningen, Margot Kuitems, autora principal do estudo.
Adicionalmente, também foi provado que não foram os povos nativos que cortaram a madeira, uma vez que havia evidências de lâminas de metal, algo que ainda não possuíam.
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