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Cinema ibero-americano se destaca entre melhores filmes estrangeiros para Oscar 2020

Recentemente foram dados a conhecer as seleções de filmes de vários países para ser incluídos entre os nominados na categoria de filme não estadunidenses
Yanisbel Peña Pérez
Prensa Latina
Havana

Tradução:

A 92ª edição do Oscar terá lugar em fevereiro de 2020, mas desde já os seguidores da sétima arte debatem sobre quais serão os filmes que ganharão a estatueta dourada. 

Ainda faltam cinco meses para a mundialmente famosa cerimônia, no entanto já se esquentam os motores esperando o reconhecimento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, que pouco a pouco, desde sua primeira entrega em 1929, se converteu em um “termômetro” da cinematografia mundial.

Com o propósito de abarcar uma área geográfica muito maior e apimentar a competição, em 1956 foi incluída a categoria de melhor filme de língua não inglesa, popularmente conhecida como de melhor filme estrangeiro.

O cine ibero-americano tem sido tradicionalmente um dos mais fortes postulantes ao prêmio dessa categoria e de fato essa cinematografia é a que mais vezes ganhou a cobiçada estatueta dourada.

Recentemente foram dados a conhecer as seleções de filmes de vários países para ser incluídos entre os nominados na categoria de filme não estadunidenses.

Recentemente foram dados a conhecer as seleções de filmes de vários países para ser incluídos entre os nominados na categoria de filme não estadunidenses

A vida Invisível / divulgação
A atriz Fernanda Montenegro

Cuba aspira entrar no certame com uma produção; já se sabe também quais são as candidatas da Colômbia, Brasil, Espanha, Equador, Panamá, República Dominicana, México, Chile e Argentina, estas últimas, cinematografias de amplo reconhecimento internacional.

Cuba propõe uma produção avalizada pelo Instituto Cubano de Arte e Industria Cinematográficos: o filme cubano-canadense Un traductor.

Dirigida pelos irmãos Rodrigo e Sebastián Barriuso, Un traductor se desenvolve em Havana no final de década de 1980, quando chegam ao país centenas de crianças da então União Soviética para ser tratados da exposição à radiação resultante do acidente da central nuclear de Chernobil.

A trama do longa metragem gira em torno a Malin (Rodrigo Santoro), um professor de literatura russa da Universidade de Havana que é designado como tradutor dos médicos cubanos que vão tratar as crianças.

O filme estreou um Cuba durante o 40º Festival Internacional do Novo Cine Latino-americano com muito boa aceitação por parte do público e da crítica especializada e conta com um elenco internacional em que se destacam as atuações do Brasileiro Santoro, e dos cubanos Eslinda Nuñez, Jorge Molina e Osvaldo Doimeadiós.

O filme, produzido em 2018, já percorreu importantes festivais dedicados à sétima arte e reconhecido, entre outros, com o prêmio ao Melhor diretor do Festival Internacional de Shanghai, e nomeações nas categorias de melhor ator e primeira obra do Prêmio Ibero-americano de Cine Fénix.

Um tradutor também integrou a seleção oficial do Festival de Sundance (Estados Unidos).

Até o momento, entre as propostas de Cuba ao Oscar, só o filme Fresa y chocolate (1994), dos realizadores Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío, conseguiu ser postulado na 67ª edição dos cobiçados prêmios. 

Por sua  parte, a candidata do Brasil é o filme A vida Invisível, dirigida por Karim Ainouz, e cuja trama se baseia no romance A vida invisível de Eurídice Gusmão, da escritora e jornalista Martha Batalha.

Colômbia depositou suas aspirações ao Oscar no longa metragem Monos, do diretor Alejandro Landes Echavarría, um olhar introspectivo à sociedade atual desse país sul-americano, e a adolescência dentro dela. 

Espanha entrou na lista de nominados ao prêmio da academia estadunidense com Dolor y gloria, de Pedro Almodóvar; enquanto o México (ganhador na passada edição com esse fenômeno intitulado Roma, do multipremiado diretor Alfonso Cuarón), o faz com o filme La camarista, primeira obra da realizadora Lila Avilés.

Todos cambiamos, do realizador Arturo Montenegro, é a candidata do Panamá; enquanto La mala noche, da diretora Gabriela Calvache, representa o Equador na corrida por nominação, e a República Dominicana aposta por El proyeccionista, dirigida por José María Cabral.

É preciso dizer que as produção antes mencionadas não são escolhidas de forma aleatória, a imensa maioria tem um impressionante reconhecimento em outros eventos e festivais de relevância internacional. 

Ao filmes nominados às diferentes categorias dos prêmios da 92ª edição do Oscar serão anunciadas em 13 de janeiro próximo, e a cerimônia de entrega será realizada em 9 de fevereiro no Dolby Theatre, de Hollywood, Califórnia.

*Jornalista da Redação de Cultura de Prensa Latina

**Tradução: Beatriz Cannabrava

***Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Yanisbel Peña Pérez

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