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Gustavo Petro (Foto: Presidência da Colômbia / Flickr)

Colômbia: ultradireita sabota reforma tributária de Petro crucial para saúde e educação

Proposta, que inclui arrecadação de impostos com jogos de azar, arrecadaria cerca de 12 trilhões de pesos (17 bilhões de reais); Petro convocou povo a se mobilizar
Horacio Duque
Rebelión
Buenos Aires

Tradução:

Ana Corbisier

Era o golpe que continuava. A ultradireita não tem limites em sua vontade de poder em todas as suas dimensões. A conjuntura da disputa estratégica que ocorre na Colômbia é bastante aguda: neste momento se expressa com um demencial bloqueio econômico e fiscal contra o governo nacional do Pacto Histórico, encabeçado pelo presidente Gustavo Petro.

Em matéria de bloqueios e sabotagens econômicas contra os governos de esquerda, a ultradireita fascista e o imperialismo têm uma longa e experimentada escola. Desde a revolução soviética de 1917, da revolução popular chinesa, da revolução cubana de 1959, do governo da Unidade Popular no Chile, da revolução sandinista, até a Venezuela bolivariana de hoje, a arma preferida para sufocar qualquer tentativa de mudança foi o ataque econômico com sabotagens e cercos financeiros para encurralar os projetos revolucionários de mudança das sociedades feudais e capitalistas.

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O da Venezuela é demencial. A destruição da economia da pátria de Bolívar é um ato criminoso feito desmesuradamente e com sevícia que tem todas as características de um delito de lesa humanidade que terá que ser julgado e castigado em algum momento.

Agora a receita está sendo utilizada pela ultradireita colombiana contra o presidente Petro. Outra peça do repertório golpista que se desenvolve desde os primeiros dias desta administração, em agosto de 2022, com guerras jurídicas e distintas variedades de golpes brandos conjurados com a mobilização popular convocada pela Casa de Nariño em Bogotá.

Reforma tributária

O Congresso da República e suas comissões econômicas — dominadas pelo uribismo mais recalcitrante — abortaram a aprovação de um projeto de lei para adotar uma reforma tributária, de iniciativa do Ministério da Fazenda, para arrecadar com impostos dos obscuros jogos de azar e cassinos e com intervenções certeiras no contrabando, uma cifra próxima dos 12 trilhões de pesos (17 bilhões de reais), necessários para atender urgentes compromissos sociais relacionados com a renda cidadã, a saúde, a educação, o reflorestamento e as vias terciárias na periferia.

Os grandes meios de comunicação da ultradireita desqualificaram a proposta tributária afirmando que a mesma era uma jogada de Petro para obter mais dinheiro para financiar a próxima campanha presidencial, desconhecendo a herança deixada pela administração de Iván Duque com uma enorme dívida externa de curto prazo e um fundo de subsídios aos combustíveis que mantém amarradas as mãos do atual governo frente aos compromissos eleitorais incluídos no Plano Nacional de Desenvolvimento.

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O golpe foi fatal e a ultradireita o está celebrando com bombas e foguetes.

No entanto, Petro não para. Não cede às pressões. Não aceita a chantagem destes sem vergonha que no passado recente aprovaram as mais infames medidas tributárias, especialmente com o aumento do IVA e as autorizações a Iván Duque para que assumisse endividamentos leoninos com os bancos colombianos que favoreceu com reformas das reservas bancárias para facilitar liquidez monetária, utilizada na oferta de empréstimos ao tesouro nacional.

Petro disse que tomará rigorosas medidas para reorganizar o orçamento público, protegendo os direitos sociais, ambientais, tarifários (luz, água, gás) e as regiões mais pobres do país, obrigando as mais ricas — como Bogotá, Cali, Bucaramanga, Barranquilla, Medellín e Eixo Cafeteiro — a organizar planos de austeridade e de economia.

O líder colombiano declarou ainda que encerra todo diálogo com estes bandidos fascistas da politicagem colombiana, imperantes nas câmaras legislativas, e que convoca à mobilização popular em defesa das conquistas alcançadas como fruto das gigantescas explosões sociais de 2021.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Horacio Duque

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