Pesquisar
Pesquisar

Com crise nos EUA, yuan pode ser primeira moeda mundial a substituir o dólar no mundo

Uma moeda mundial deve ser sempre acompanhada por um mercado financeiro livre e desenvolvido. No entanto, as complicações econômicas nos EUA dão chance ao yuan
Redação Sputnik Brasil
Sputnik Brasil
Rio de Janeiro (RJ)

Tradução:

Problemas econômicos nos EUA ligados à pandemia do coronavírus fornecem uma chance para a moeda nacional chinesa, escreve Die Welt. Tudo indica que a China tomou a situação do coronavírus sob controle, tendo sua economia estabilizado.

Nestas condições, muitos países asiáticos podem se sentir estimulados para substituir o dólar pelo yuan como moeda de reserva.

Segundo mídia alemã Die Welt, os Estados Unidos, sendo a principal potência econômica, enfrentam dificuldades devido à pandemia. Para lidar com a crise, foi adotado o maior programa de ajuda na história. Este é um pacote sem precedentes de estímulo à economia, no valor de US$ 2,2 trilhões, aprovado pelo Congresso dos EUA em março. No entanto, em 2020 a dívida pública dos EUA aumentou em 20%, sendo de 130% do PIB norte-americano.

A situação na China parece outra, nota a revista. O coronavírus está aparentemente sob controle, a economia animou-se de novo, com a dívida pública aumentando apenas em 10%. As finanças da China também parecem estáveis: além disso, a criação de zona de comércio livre da Parceria Regional Econômica Abrangente (RCEP, na sigla em inglês) reforça a pretensão de liderança da China na Ásia Oriental.

Uma moeda mundial deve ser sempre acompanhada por um mercado financeiro livre e desenvolvido. No entanto, as complicações econômicas nos EUA dão chance ao yuan

Pixabay
muitos países asiáticos podem se sentir estimulados para substituir o dólar pelo yuan como moeda de reserva.

Perspeсtivas do yuan

Poderia o yuan nestas condições desafiar o dólar no futuro próximo como a principal moeda do mundo?

Como aponta Die Welt, as atuais posições de liderança do dólar têm razões históricas. Em 1944, na base do dólar foi criado o chamado Sistema Bretton Woods. Naquele momento, a cotação do dólar foi fixada à cotação do ouro. Além do mais, o dólar se tornou uma moeda de reserva e os bancos centrais de outros países compravam-no para estabilizar sua taxa de câmbio, financiando assim a despesa pública norte-americana.

No entanto, após a Guerra no Vietnã ocorreu a inflação e muitos bancos deixaram de comprar o dólar, resultando no cancelamento do Sistema Bretton Woods. Ainda assim, muitos países asiáticos continuaram fieis ao dólar. Em 1994, a China ligou sua moeda nacional à cotação do dólar. Desde então, a China obteve o papel central na Ásia Oriental. Isto aconteceu graças ao crescimento econômico estável e à estabilização da região por via de ligação do yuan ao dólar.

Segundo Die Welt, o fato de que o yuan ainda não se tornou a principal moeda regional pode ser explicado pela regulação excessiva do mercado financeiro chinês. Uma moeda mundial deve ser sempre acompanhada por um mercado financeiro livre e desenvolvido. No entanto, as complicações econômicas nos EUA dão chance ao yuan. 

Dependência do dólar preocupa Pequim há muito tempo. Se a moeda chinesa continuar aumentando de preço em comparação com o dólar, muitos países asiáticos serão estimulados a substituir suas reservas em dólares para reservas em yuans. Desse jeito, o yuan finalmente se tornaria a principal moeda regional.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Veja também

   

Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Sputnik Brasil

LEIA tAMBÉM

Carta de Sheinbaum a Trump é basta! às chantagens dos EUA ao México
Carta de Sheinbaum a Trump é basta! às chantagens dos EUA ao México
Roubo, morte e contaminação a exploração neocolonial da mina de Tía María, no Peru
Roubo, morte e contaminação: a exploração neocolonial da mina de Tía María, no Peru
Trabalho digno no Peru o decreto de 2006 e a decisão histórica de Kuczynski
Trabalho digno no Peru: o decreto de 2006 e a decisão histórica de Kuczynski
Com Trump, EUA vão retomar política de pressão máxima contra Cuba, diz analista político
Com Trump, EUA vão retomar política de "pressão máxima" contra Cuba, diz analista político