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Com dívidas milionárias perdoadas pelo BNDES, é fácil entender paixão de Collor por Bolsonaro

Além dos 70% de R$ 14,4 milhões em débitos absolvidos, empresas do ex-presidente devem ainda outros R$ 389 milhões aos cofres públicos
Altamiro Borges
Blog do Miro
São Paulo (SP)

Tradução:

O ex-presidente Fernando Collor de Mello, o fajuto “caçador de marajás” da Veja e Globo que sofreu impeachment por roubalheira, atualmente é um bolsonarista hidrófobo. Na disputa pelo governo de Alagoas, o candidato do PTB já ultrapassou Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, no sabujismo diante do “capetão”.

Esse servilismo se deve a razões político-ideológicas, de simpatia com as teses reacionárias do neofascista no poder. Mas também decorre de interesses mais mesquinhos, mercantis – para não dizer que envolve diretamente novos assaltos aos cofres públicos.

No último dia 11, o colunista Carlos Madeiro antecipou no site UOL que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teria chegado a um acordo com a Organização Arnon de Mello (OAM) “para votar a favor do plano de recuperação judicial das empresas de comunicação da família Collor de Mello em Alagoas.

O grupo negocia um total de R$ 64 milhões em dívidas, das quais o banco público é o maior credor”. A corporação que tem cinco empresas, entre elas a TV Gazeta de Alagoas (afiliada da Rede Globo), está em recuperação judicial desde 2019.

Além dos 70% de R$ 14,4 milhões em débitos absolvidos, empresas do ex-presidente devem ainda outros R$ 389 milhões aos cofres públicos

Alan Santos/PR
Discurso de Collor de Mello é carregado de ódio e de bajulação ao fascista no poder

70% da dívida de R$ 14,4 milhões

Dois dias depois da revelação do site UOL, o perdão da dívida da corporação de Collor de Mello foi aprovado! O mesmo Carlos Madeiro confirmou a generosa resolução sobre a pendenga no dia 13 de junho. “Os credores da OAM aprovaram, em assembleia virtual realizada hoje, o plano de recuperação judicial apresentado pelo grupo que reúne empresas da família Collor de Mello em Alagoas.

Maior credor do grupo, o BNDES aceitou a proposta de perdoar 70% da dívida de R$ 14,4 milhões, dar 12 meses de carência e parcelar o débito em 126 meses (o maior prazo entre todos os credores). Por ter mais da metade do crédito de grandes empresas (públicas ou privadas) da recuperação, o BNDES deu o voto determinante para a aprovação do plano”.

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Ainda segundo o site UOL, a proposta aprovada reduziu o valor pago pelo grupo Collor aos trabalhadores, limitando o teto de pagamento a dez salários mínimos (R$ 12.120).

“Na lista, porém, há pessoas que têm débitos referendados na Justiça do Trabalho superiores a R$ 1 milhão e terão direito a pouco mais de 1% do valor total devido… O plano ainda traz uma série de desvantagens aos ex-funcionários, entre elas: exclusão de todas as multas, juros e correção monetária; e redução de 90% das indenizações por dano moral, horas extras, adicional noturno, periculosidade e insalubridade”.

Além dos débitos agora perdoados, cinco empresas do grupo devem mais R$ 389 milhões ao Fisco em débitos acumulados com dívidas de FGTS e INSS.

A briga entre as gangues

A generosidade do BNDES talvez ajude a explicar a recente paixão do oportunista Fernando Collor de Mello por Jair Bolsonaro – aquele para quem a famiglia está acima de tudo e de todos. O velhaco tem se apresentado na disputa pelo governo estadual como único representante do “capetão” em Alagoas, afirmando que o candidato apoiado pelo presidente da Câmara Federal, o camaleônico Arthur Lira, estaria escondendo e traindo Jair Bolsonaro em sua campanha. A briga entre as gangues é violenta!

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O discurso de Collor de Mello é carregado de ódio e de bajulação ao fascista no poder. Na pesquisa mais recente, feita pelo instituto DataSensus, o devedor anistiado aparece em segundo lugar e rouba votos de Rodrigo Cunha, do União Brasil, que antes estava em primeiro nas sondagens. O governador Paulo Dantas (MDB), apoiado por Lula e pela família Renan Calheiros, lidera a disputa.

Altamiro Borges, editor do Blog do Miro.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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