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ToggleMadrid tornou-se, no domingo (12), o epicentro do protesto cidadão a favor da saúde pública e contra a gradual privatização e deterioração de um serviço social essencial. Mais de 250 mil pessoas, segundo a polícia, e mais de um milhão, segundo os sindicatos que convocaram a mobilização, se reuniram nesta capital para lançar uma mensagem de defesa desse bem comum e para exigir mais meios para fortalecer a atenção primária ao paciente e para não deixar que continue seu deterioro.
Assistiram famílias de todo tipo, gente de idade avançada, crianças, muitas com seus pais, e milhares de pessoas que pertencem ao amplo setor de saúde pública madrilenha, uma das melhores do país e, no entanto, uma das mais ameaçadas pelas políticas de privatização encoberta da presidenta da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, do Partido Popular (PP).
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A origem do protesto é a crise estrutural que sofrem os serviços de atenção primária na cidade, que estão colapsados e com tempos de espera muito superiores aos idôneos desde muito tempo e que se agravaram à raiz do colapso do sistema pela crise da pandemia da covid-19.
À raiz da convocatória eleitoral para as eleições municipais e autônomas do próximo mês de maio, as mobilizações sindicais e dos partidos políticos da esquerda para defender o sistema de saúde madrilenho se intensificaram e se converteram no principal estandarte dos candidatos da esquerda, que se comprometeram a fortalecer os recursos para a saúde e a trabalhar para reduzir as listas de espera e sobretudo dotar de mais pessoal e financiamento os centros de atenção primária, que são os que têm o primeiro contato com os pacientes antes de serem destinados aos grandes ou médios hospitais. Por isso, a mensagem do cartaz que encabeçava o protesto era “Madrid se levanta e exige saúde pública”.
Álvaro Minguito | El Salto
Por motivo eleitoral, o próprio Pedro Sánchez apoiou o protesto e reivindicou uma saúde pública “digna, de qualidade e universal”
“Mais de um milhão de pessoas”
Segundo a Delegação do governo em Madri, que depende por sua vez da administração central, presidido pelo socialista Pedro Sánchez, a manifestação teve ao redor de 250 mil pessoas, que se congregaram em torno ao centro da cidade, sobretudo nas imediações da Estação de Atocha, a Porta do Sol e o Passeio da Castelhana e assim chegar à Praça de Colón. Havia quatro colunas desde as quais foram chegando milhares e milhares de cidadãos indignados.
Os sindicatos médicos asseguraram que houve “mais de um milhão de pessoas”, mas além da cifra.
Nos últimos meses se evidenciou uma crise profunda no serviço de atenção primária em todo o país, sobretudo nas regiões com mais densidade populacional, como Madri, Catalunha, Andaluzia e Valência.
Mas em Madri é onde mais se recrudesceu o conflito, em parte pela postura de ausência de diálogo do governo de Isabel Díaz Ayuso e também pelas exigências dos sindicatos e dos representantes dos médicos e enfermeiros.
Também por motivo eleitoral, o próprio Pedro Sánchez apoiou o protesto e reivindicou uma saúde pública “digna, de qualidade e universal” frente ao “modelo do Partido Popular, que é do que se cure quem puder”.
A clivagem social e política em matéria de saúde pública em Madrilena agudiza-se e vai se tornar, sem dúvida, uma das principais mensagens para as eleições de maio, em que todas as sondagens apontam para uma vitória decisiva do bloco da direita.
Armando G. Tejeda | Correspondente deo La Jornada em Madri.
Tradução: Beatriz Cannabrava.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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