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Com reconhecimento republicano do triunfo de Biden, poder de Trump desliza em Washington

Enquanto isso, o republicano continuou com suas declarações falsas sobre irregularidades eleitorais insistindo que lhe “roubaram” o triunfo
David Brooks
Prensa Latina
Nova York

Tradução:

O líder do Senado e outros políticos republicanos de alto rango, junto com os últimos mandatários estrangeiros que faltavam, se somaram hoje ao elenco quase completo da cúpula política dos Estados Unidos e do mundo em reconhecer a Joe Biden como presidente eleito, com exceção do perdedor.

Mitch McConnell, o líder da maioria republicana do Senado e a figura mais poderosa desse partido em Washington depois do presidente, pela primeira vez reconheceu teça-feira (15) o triunfo de Biden. “Nosso país tem oficialmente um presidente eleito e uma vice-presidenta eleita… Hoje desejo felicitar o presidente eleito Joe Biden”.

Outros já o haviam feito, mas agora com a benção de McConnnell, muitos republicanos mais se somaram à realidade de que Trump foi derrotado. Quase imediatamente, o poder do presidente, pelo menos dentro de Washington, começou a se desinflar, embora a liderança republicana ainda proceda com cautela já que falta mais de um mês antes de que o presidente se torne ex-presidente. 

Por sua parte, Biden revelou nesta terça-feira que teve uma conversação com McConnell – a primeiro intercambio direto – ao que se sabe – entre os dois desde a eleição – e anunciou que se reunirão proximamente. Vale assinalar que ambos estiveram no Senado durante anos e trabalharam juntos quando Biden era vice-presidente de Barack Obama e McConnell era o líder do Senado; ambos repetiram que se consideram “amigos”.   

Enquanto isso, o republicano continuou com suas declarações falsas sobre irregularidades eleitorais insistindo que lhe “roubaram” o triunfo

White House
Com a benção de McConnnell, muitos republicanos mais se somaram à realidade de que Trump foi derrotado.

O presidente eleito continuou nomeando integrantes que deseja instalar em seu gabinete – os quais têm que ser ratificados pelo Senado – ou em nos mais altos níveis de seu governo. Hoje anunciou que nomeará seu ex-competidor pela candidatura democrata, Pete Buttigieg, como secretario de Transporte. O ex-prefeito de South Bend, Indiana, foi o primeiro candidato presidencial abertamente gay na história do país, e se for ratificado, será o primeiro integrante abertamente gay de um gabinete.

Além disso, sua equipe de transição filtrou que Biden nomeará Jennifer Granholm, a ex-governadora de Michigan como sua secretário de Energia, reportou Politico.

Biden realizou uma viagem relâmpago à Georgia para participar em um comício eleitoral em apoio aos dois candidatos democratas ao Senado Federal por esse estado, cuja eleição e, segundo turno será realizada em 6 de janeiro. O controle do Senado está em jogo nessa eleição, e portanto se tornou uma contenda com implicações nacionais.

Enquanto isso, Trump continuou com suas declarações falsas sobre irregularidades eleitorais insistindo que lhe “roubaram” o triunfo – hoje se focalizou em “problemas tremendos” com as máquinas empregadas para registrar os votos. 

Sua porta-voz, Kayleigh McEnany, se recursou a reconhecer o triunfo de Biden e disse que o presidente “ainda está envolvido em litígios relacionados com a eleição” agregando que o voto do Colégio Eleitoral é só “um passo” no processo constitucional. 

Alguns dos partidários mais fanáticos de Trump não só continuam rejeitando o resultado eleitoral, mas insistem em sugerir medidas não democráticas para manter seu líder no poder. A senadora estadual e candidata do governo Amanda Chase na Virgínia sugeriu hoje que “Trump deveria declarar a lei marcial” para evitar ser demitido da Casa Branca.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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