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ToggleO petróleo, eixo energético importante para a vida humana, mesmo que esteja perdendo espaço para a produção de energias renováveis, tem ditado suas regras tanto em tempos de conflitos armados decorrente das disputas territoriais, como em períodos de pandemias, a exemplo da covid-19, causando abalos no mercado financeiro global.
Com a atual narrativa preconizada pelos Estados em adotar políticas de recolhimento social de seus cidadãos impacta o funcionamento da economia, a circulação de bens e dos meios de transporte, diminuindo a atividade industrial que reflete no consumo de hidrocarbonetos e seus derivados a nível global, bem como no preço nas principais praças das bolsas de valores.
A indústria do petróleo possui lógica própria e singular se comparada a outros recursos energéticos. Os principais mercados que fazem a cotação de preço negociam tipos diferentes, o WTI (West Texas Intermediate) nos Estados Unidos e o tipo Brent, na bolsa de Londres, mas ambos apresentam queda em suas cotações atribuída ao nível de estocagem das empresas que, ao atingir seu limite, interrompem a explotação pela diminuição de consumo e transporte do óleo, o que causa desemprego em toda a cadeia produtiva.
A pandemia do novo coronavírus, aliado com a disputa protagonizada por Arábia Saudita e Rússia fez com que fossem adiados investimentos e cortes de produção diária. Todavia, a intenção saudita em buscar o aumento de produção direcionado em desestimular o desenvolvimento de petróleo de xisto, liderado pelos Estados Unidos da América e que poderia fazer frente ao atual domínio de hidrocarbonetos pelos países da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP).
Petrobras
A variação do preço do petróleo é importante tendo em vista a viabilidade da extração do pré-sal brasileiro.
O eixo central desta disputa relaciona-se com a substituição futura do petróleo, o que incomoda interesses de países produtores e, portanto, manipula o preço no intuito de inviabilizar alternativas de energia limpa e sustentável, bem como perda de poder no cenário global.
E a Petrobras?
A queda na transação comercial de petróleo do tipo Brent, negociado na bolsa de valores de Londres, que é a praça por onde é comercializado o petróleo nacional, atinge as expectativas de recuperação da Petrobras em âmbito financeiro. A reestruturação da empresa parte do princípio na qual há o reposicionamento de preços no mercado internacional e no aumento da exploração da área do pré-sal.
A variação do preço do petróleo é importante tendo em vista a viabilidade da extração do pré-sal brasileiro. Para tanto, a atual queda dos preços do barril indica que produzir é inviável pois gera custos de exploração, refino e armazenagem que terão de ser suportados pela Petrobras. Com a cotação atual do dólar em alta a exportação traz divisa, mas que pode ser ofuscado quando do pagamento da dívida, também atrelado à moeda norte-americana.
Portanto, no curto prazo a empresa indica suspender o aumento de áreas a serem exploradas, bem como a explotação e a estagnação traz consequências diretas ao caixa dos entes federativos.
Royalties e a covid-19
Se os efeitos da crise persistir por mais tempo a queda de produção tende a se aprofundar proporcionando a diminuição do pagamento de tributos e royalties o que impacta o repasse de valores a Estados e Municípios que utilizam estas verbas para as despesas públicas que neste momento envolve a saúde e que está em evidência pelo combate a pandemia.
Certamente as localidades que recebem maiores parcelas dos royalties do petróleo terão impacto na diminuição de receitas, bem como os demais entes também serão atingidos, principalmente se não executarem infraestrutura necessária para combater o atual quadro de pandemia.
Portanto, o quadro completo que envolve a indústria de petróleo é sensível a mudanças de forte impacto como os que se verifica nas últimas semanas. As decisões políticas influenciam indiretamente a situação de milhares de pessoas que, ao permanecer sem trabalho, assistem ao empobrecimento das cidades pela massa de desempregados e queda da renda local.
Para recuperar se faz necessária a ação do governo em propor medidas de correção e evitar a corrosão de economias locais que já se encontram em dificuldades para combater o impacto gerado pelo vírus por falta de recursos, vez que não há gatilho nestes contratos para substituição destas rendas, portanto, se faz notório entender que a diminuição do orçamento torna impeditiva a plena recuperação das cidades e das pessoas.
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