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ToggleÉ lamentável ver, mais uma vez, questões caras ao judaísmo e à humanidade em geral serem banalizadas e emuladas”, diz a nota da Conib. Responsável pela Secom, Fabio Wajngarten disse não ser possível ser acusado de nazismo por ser judeu – o que é contestado também dentro da própria comunidade judaica.
“É conhecidíssima a relação desse mote com a mais infame instituição do Holocausto, o campo de extermínio de Auschwitz. Ali, no seu portão de entrada, uma placa com esses dizeres transmitia a mentira de que aquele era um local de trabalho e de possível liberdade – quando se tratava da principal fábrica de mortos do nazismo.
É inaceitável constatar, mais uma vez, que temas tão sensíveis ao judaísmo e à humanidade em geral serem banalizadas e emuladas, ofendendo a memória das vítimas e dos sobreviventes, em um momento já tão difícil do nosso país e do mundo”, assinala a nota assinada pelo presidente da Conib, Fernando Lottenberg.
O chefe da secretaria de Comunicação do governo federal, Fabio Wajngarten, alegou que o fato de ser judeu lhe permite usar um slogan nazista, sem ser questionado pelos meios de comunicação.
“É impressionante: toda medida do governo é deformada para se encaixar em narrativas. Na campanha, faziam suásticas fakes; agora, se utilizam de analfabetismo funcional para interpretar errado um texto e associar o governo ao nazismo, sendo que eu, chefe da Secom, sou judeu!”, postou ele em seu twitter.
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“O trabalho liberta” – a conhecida frase na entrada do campo de extermínio de Auschwitz.
“Wajngarten é um neofascista”
No entanto, em entrevista à TV 247, o também judeu Jean Goldenbaum afirmou ser claríssimo o paralelo entre hitlerismo e bolsonarismo e disse que Wajngarten usa técnicas de comunicação nazistas com a clara finalidade de estimular o ódio na sociedade brasileira. “Wajngarten é um neofascista e é perigoso”, disse Goldenbaum.
Confira, abaixo,a entrevista:
Congregação Israelita Paulista tão reage
O uso do slogan nazista também foi duramente criticado pelo rabino da Congregação Israelita Paulista, Michel Schlesinger em entrevista à BBC News Brasil. A alusão a um dos mais deploráveis slogans utilizados pelo Reich “agride a memória de vítimas do Holocausto e ofende a sensibilidade de sobreviventes”, afirmou.
Schlesinger ressaltou que o episódio se soma a uma série de outros em que o governo Bolsonaro se portou de maneira condenável em relação ao regime nazista.
Governo Bolsonaro é reincidente
O episódio ocorre poucos dias após o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ser criticado por várias organizações judaicas por comparar a quarentena gerada pelo novo coronavírus aos campos de concentração.
Em janeiro, o ex-secretário nacional da Cultura Roberto Alvim fez um discurso sobre artes semelhante ao de ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels. A fala causou revolta da comunidade judaica e culminou com sua demissão.
No ano passado, até mesmo o próprio Jair Messias foi severamente criticado pelos governo da Alemanha e de Israel por declarações negacionistas da história e ofensivas aos judeus ao declarar “que os crimes do Holocausto são perdoáveis”
João Baptista Pimentel Neto, jornalista da equipe da Diálogos do Sul.
*Com informações. da Confederação Israelita do Brasil, Brasil 247, BBC News Brasil, Revista Fórum e Secom
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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