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CPI da Covid: Marcelo Queiroga mente e se contradiz sobre vacinas e Copa América

Ministro da Saúde disse que país é o terceiro que mais vacinou no mundo (é o 66º) e atribuiu crise da covid-19 à nova cepa
Redação RBA
Rede Brasil Atual
São Paulo (SP)

Tradução:

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, começou seu segundo depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira (8), com contradições e mentiras sobre a vacinação, a crise da pandemia de covid-19 e também ao defender a realização da Copa América no país. 

Na abertura de seu depoimento, ele afirmou que o Brasil ultrapassou a marca de 160 milhões de doses de vacina entregues. Segundo ele, 30% da população já recebeu a primeira dose e 14,3% está totalmente imunizada. Assim, segundo ele, o Brasil seria “o terceiro país que mais vacinou no mundo”. Entretanto, os dados foram contestados e corrigidos nas redes sociais.

O jornalista Ricardo Noblat cita os dados da Our World in Data, plataforma alimentada por pesquisadores da Universidade de Oxford, que coloca o Brasil em 66ª posição no ranking global de vacinação na relação por 100 habitantes. Sobre a segunda onda que atingiu o país nos últimos meses, o ministro atribuiu a crise à variante P1, encontrada em Manaus e afirmou que o ministério está reforçando estados e municípios para que não falte insumos. Novamente, a fala de Marcelo Queiroga na CPI da Covid foi desmentida. O também jornalista Kennedy Alencar lembra que o ministro está há dois meses na Saúde e que o aumento de casos e mortes pelo vírus também está em sua conta. “Segunda onda se deveu à negligência homicida de Bolsonaro. Ele joga conta em nova cepa. Mentira. Ritmo de vacinação diminuiu em maio na comparação com abril. Obra dele. Grande feito foi desconvidar Luana Araújo por ordem de Bolsonaro”, afirmou

Ministro da Saúde disse que país é o terceiro que mais vacinou no mundo (é o 66º) e atribuiu crise da covid-19 à nova cepa

Reprodução: Twitter
O ministro da Saúde também defendeu a realização da Copa América no Brasil, com início no próximo domingo (13)

Cloroquina no debate

 O ministro disse ainda que o debate sobre o uso ou não da cloroquina e da ivermectina no tratamento do coronavírus não ajuda a terminar com a pandemia no Brasil. Ele afirmou que o debate tem provocado forte divisão entre a classe médica.

 O físico, professor e divulgador científico Leandro Tessler criticou a fala de Queiroga, por dizer que ainda “não há evidência científica” para o tratamento precoce. “Ou seja, ele acha que a qualquer momento haverá. Depois diz que há uma ‘divergência médica’. Não há controvérsia científica. Nenhum dos muitos testes bem feitos mostrou eficácia. Picareta”, tuitou.

Para a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), o segundo depoimento de Marcelo Queiroga na CPI da Covid comprova a falta de autonomia do ministro. “Ele já chegou titubeando sobre uso da cloroquina, que chamou de divergência médica. Como ficou claro no depoimento da Dra. Luana Araújo, o Ministro da Saúde não tem tem autonomia”, lamentou.

Copa América

O ministro da Saúde também defendeu a realização da Copa América no Brasil, com início no próximo domingo (13). Ele afirmou que as práticas esportivas estão liberadas no país e que não há provas que essa prática aumenta o risco de contaminação pela covid-19. 

“O esporte está liberado no Brasil e não existe provas de que essa prática aumenta o nível de contaminação dos atletas”, argumentou Queiroga, que acrescentou que apenas um caso de covid-19 foi confirmado entre atletas. Entretanto, foi rebatido pelo vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que lembrou dos 350 casos de infectados durante o campeonato brasileiro de 2020. 

A vereadora paulistana Erika Hilton (Psol) questionou a versão do ministro. “Queiroga insiste que a Copa América se trata do que acontece no campo. Uma Copa continental que mobiliza milhares de profissionais, turistas que vem ao país acompanhar sua seleção, eventos e coletivas de imprensa… Mas o protocolo vale só pro campo de futebol?”, publicou em seu Twitter.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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