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“Cresce risco de aniquilação nuclear”: manifesto global pede fim à guerra na Ucrânia

“A escalada só conduzirá a mais derramamento de sangue, deslocamentos e prejuízos econômicos infligidos a pessoas inocentes”, diz a carta
Redação La Jornada
La Jornada
Cidade do México

Tradução:

“Os efeitos da invasão russa da Ucrânia foram devastadores” e “à medida que a guerra se intensifica, cresce o risco de aniquilação nuclear”, disseram os acadêmicos Noam Chomsky e Boaventura de Souza Santos em um manifesto no qual apelaram a “um cessar fogo imediato” e “negociações para uma paz plena e duradoura”.

No manifesto firmado também por intelectuais e políticos, entre eles o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, o ex-ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, destacaram que “o presidente Zelensky esboçou as duas condições mais essenciais para a paz: as tropas russas invasoras devem retirar-se da Ucrânia e a Ucrânia se converte em um país neutro. Instamos os governos e meios de comunicação a deixar de lado toda a linguagem beligerante e promover e fortalecer o diálogo sobre esta base”. 

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“A escalada só conduzirá a mais derramamento de sangue, deslocamentos e prejuízos econômicos infligidos a pessoas inocentes”, agrega o texto subscrito por Federico Mayor Zaragoza, presidente da Fundação Cultura de Paz e ex-diretor geral da Unesco e Ione Belarra, secretária geral do Podemos. 

Demandam “mostrar hospitalidade e humanidade a todos aqueles que fogem da guerra com uma política de asilo que não esteja condicionada pelo país de origem”. 

Destacaram que “a Ucrânia necessitará apoio para a reconstrução. Fazemos um apelo às instituições internacionais para que eliminem a dívida da Ucrânia e comprometam recursos para apoiar o desenvolvimento nacional e popular do país”. 

Entre os que firmam figuram a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda português Catarina Martins, o secretário geral do Sinn Fein, Declan Kearney, o presidente honorário do Partido Democrático dos Povos turco, Ertugrul Kürkçü e o ex-prefeito de Nápoles, Luigi De Magistris.

“A escalada só conduzirá a mais derramamento de sangue, deslocamentos e prejuízos econômicos infligidos a pessoas inocentes”, diz a carta

John Voo – Wikimedia Commons
"É tempo de as grandes fortunas e as grandes empresas contribuírem equitativamente para a sociedade", diz o manifesto




Leia o manifesto na íntegra

Ucrânia: Paz para já!

Os efeitos da invasão russa da Ucrânia foram devastadores: morte, destruição e milhões de pessoas obrigadas a fugir das suas casas. À medida que a guerra se intensifica, cresce o risco de aniquilação nuclear. As consequências sociais e económicas desta guerra já se fazem sentir na Ucrânia, na Rússia e em todo o mundo.

Por conseguinte, as partes, organizações e particulares abaixo-assinados exigem:

Paz
Exigimos um cessar-fogo imediato e apoiamos as negociações para uma paz plena e duradoura. As Nações Unidas e outros organismos internacionais relevantes devem estar preparados para garantir qualquer acordo.

O presidente Zelensky esboçou as duas condições mais essenciais para a paz: as tropas russas invasoras devem retirar-se da Ucrânia e a Ucrânia torna-se um país neutro. Exortamos os governos e os meios de comunicação social a porem de lado todas as línguas beligerantes e a promoverem e reforçarem o diálogo nesta base. A escalada apenas conduzirá a mais derramamento de sangue, deslocações e prejuízos económicos infligidos a pessoas inocentes.

Asilo
Temos de mostrar hospitalidade e humanidade a todos aqueles que fogem da guerra com uma política de asilo que não seja condicionada pelo país de origem. É da responsabilidade dos governos e das autoridades públicas proteger e garantir os direitos humanos.

Apelamos à protecção de todos os civis que fogem ou permanecem em suas casas, evacuações através de corredores humanitários e garantias de alimentação e assistência médica.

Reconstrução e proteção
A Ucrânia precisará de apoio para a reconstrução. Apelamos às instituições internacionais para que eliminem a dívida da Ucrânia e disponibilizem recursos para apoiar o desenvolvimento nacional e popular do país.

Temos também de proteger as pessoas dos países não combatentes que enfrentam as consequências económicas desta guerra, que irão acelerar. Apelamos aos governos para que protejam o estado de bem-estar, garantam os direitos sociais para todos os cidadãos e reduzam a desigualdade. É tempo de as grandes fortunas e as grandes empresas contribuírem equitativamente para a sociedade, para que os rendimentos e os corpos da grande maioria não sejam, uma vez mais, sobrecarregados com os custos desta crise

Tradução por Beatriz Cannabrava e João Baptista Pimentel Neto



As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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