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Cuba trabalha com o Equador no desenvolvimento e produção de controladores biológicos e na transferência de tecnologia para implantar uma indústria biofarmacêutica nesta nação.
O programa de controle biológico de vetores de Labiofam, grupo empresarial de Cuba, avança com êxito no Equador, desde o ano passado, com o objetivo de controlar doenças de alta incidência, sobretudo nas zonas costeiras, relatou a Prensa Latina o diretor de produção dessa entidade, Yosbani Pupo.
Disse que este programa começou a ser desenvolvido em sete cidades de cinco províncias costeiras desta nação sul-americana. Atualmente estamos com 80 especialistas de Labiofam e 1.300 trabalhadores locais, atendendo quase 350 mil moradias, esclareceu.
O plano de erradicação destes vetores se realiza com o Bactivec, que é um biolarvicida inócuo para o ser humano e para o meio ambiente, com mais de 30 anos de utilização em Cuba e em países do primeiro mundo, relatou o funcionário.
Acrescentou que, com este produto, o vetor é 100% controlado.
Também relatou que se contribuiu para a cultura do controle de vetores junto à população equatoriana, na medida em que se mantém a higiene e se evita o que possa vir a ser um foco infeccioso ou criadouros de mosquitos transmissores de doenças.
Este programa é também comunitário, pois os cidadãos já conhecem o manejo do produto e o aplicam eles mesmos em suas casas, disse, acrescentando que há participação cidadã no reordenamento social para não dar condições de proliferação ao mosquito.
Informou que os produtos de Labiofam têm uso amplo em países da Ásia, América Latina e África, e que, neste último continente, em programas similares com resultados reconhecidos, especialmente pelo controle da malária.
Disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) apoiou esses resultados, assim como a Organização Panamericana da Saúde (OPS).
Segundo Pupo, a Europa utiliza estas tecnologias há mais de 35 anos, mas comercializou, na América Latina e na África, produtos químicos.
Com Labiofam, há 20 anos, entramos no mercado e pouco a pouco chegamos a países como Angola, Etiópia, Guiné Equatorial, Tanzânia, Gana e Nigéria, onde na erradicação da malária os resultados são extraordinários, reconhecidos em distintos níveis na arena internacional.
A OMS propôs estender o uso dos biolarvicidas cubanos para várias regiões do mundo, disse, pois no primeiro mundo existem milhões de pobres que padecem de enfermidades transmitidas por vetores.
Cooperação e solidariedade
A vontade do Equador e de Cuba, como parte da solidariedade e da cooperação, é, por meio de Labiofam, desenvolver aqui projetos sem fins lucrativos de colaboração, afirmou o funcionário.
E por isso o Estado cubano tomou a decisão de transferir tecnologia para o Equador, como parte do apoio ao projeto da Revolução Cidadã, onde se procura mudar a matriz produtiva, para a independência na região, a autogestão e o fortalecimento do país, acrescentou.
Cuba propõe a construção de laboratórios biológicos farmacêuticos para que o Equador possa produzir vários produtos, como os biolarvicidas, disse.
Mais de 50 tecnologias poderiam ser transferidas a esta nação sulamericana, como a dos biofertilizantes, bioestimulantes, biopraguicidas, para uso da agricultura.
De acordo com o previsto, uma fábrica seria construída na província dos Ríos, em conjunto com o Ministério da Agricultura, relatou, enfatizando que seria a transferência de um conhecimento que Cuba levou 50 anos para alcançar.
O governo equatoriano pretende implementar este projeto nos próximos dois anos.
Como parte da estratégia, trabalha-se atualmente nos estudos de viabilidade e de mercado para instalar aqui outra fábrica para a produção industrial de 150 medicamentos de uso veterinário injetáveis e externos, 33 tipos de vacinas, 21 virais e 12 bacterianas, e 15 meios de diagnósticos, informou o executivo.
Estes planos são passos sólidos de cooperação estratégica de ambos governos, projetos entre dois povos irmãos, assegurou.
* Prensa Latina de Quito, Equador, para Diálogos do Sul