Pesquisar
Pesquisar

Stella Calloni, cronista de nosso tempo

Stella Calloni

Tradução:

Foi apresentado na Feira do Livro de La Habana, en La Cabaña, biografia da jornalista argentina com prólogo do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro.

Alain Valdés Sierra*

Stella Calloni na apresentação de seu livro. Foto de Yander Zamora Stella Calloni na apresentação de seu livro. Foto de Yander Zamora

Para muitos Stella Calloni parece um desses seres raros pelos caminhos que decidiu traçar em sua vida. Campeã da verdade, em mais de uma ocasião colocou sua vida em perigo, mesmo quando sabía que da vida dela dependia a vida de outros.

Porém, inclusive nessas circunstancias, decidiu ser consciente com seu ideal de defender a verdade e dar a conhecer ao mundo que sua querida América Latina tinha vida própria, podía decidir seu destino e construir um futuro como o que José Martí desejava para Cuba: “com todos e para o bem de todos”.

A intensa vida profissional da jornalista argentina, o ambiente familiar que tanto influiu em sua carreira de repórter, sua militância a serviço das causas mais justas no continente e outras regiões do mundo, e o propósito de fazer prevalecer a justiça em tempos em que a razão só parecia uma utopia, estão narradas de maneira amena e contundente nas páginas de Stella Calloni íntima. Una cronista da história.

De autoria de seus compatriotas, os jornalistas Julio Ferrer e Héctor Bernardo, o texto se apresenta como uma radiografia de uma mulher cujo ativismo político e filiação ideológica lhe impuseram papeis protagônico em vários dos acontecimentos históricos mais importantes da segunda metade do século XX y no que vai do século XXI.

Com prólogo do comandante Fidel Castro, o livro transcorre entre a infância de Calloni no Paraná, província argentina de Dos Ríos, e seu trabalho jornalístico ao longo de cinco décadas, em que cobriu os conflitos militares de América Central, investigou a fundo a tenebrosa Operação Cóndor e entrevistou a prominentes líderes mundiais.

Em suas palavras, Fidel recorda que quando a conheceu em 1968, pode constatar sua simplicidade e alto sentido de justiça, sua capacidade de observação e seu domínio da arte de extrair o pensamento político de seus interlocutores.

“Stella é, indubitavelmente, uma reconhecida especialista da comunicação; destrincha os objetivos da guerra mediática como parte da contra-insurgência, a invasão silenciosa e a desinformação convertida em arma de guerra. Seu testemunho é magistério questionável para os entendidos e estudantes dessa mataria”.

O líder da Revolução Cubana destaca que a biografia denuncia e revela políticas imperiais, esclarece sobre processos políticos importantes e complexos narrados por ela con clareza meridiana, “como se se tratasse de uma verdadeira estadista”.

Os autores de Stella Calloni íntima… esclareceram que o livro surgiu da necessidade de estudar e redescobrir a obra de notáveis figuras do jornalista latino-americano, de que Calloni é um símbolo por sua ética insubornável e seu compromisso militante com a verdade.

Foram dois anos de trabalho, revelam, nos quais mais que uma biografia, fizemos uma longa entrevista, que foi todo uma aprendizagem. É uma mulher muito lúcida que se mantém trabalhando, sem que o tempo lhe faça ceder em seus compromissos com a profissão, asseveraram.

O livro mostra o trabalho jornalístico de Calloni em publicações argentinas, como correspondente dos diários mexicanos Unomásuno e La Jornada, nos conflitos de Nicarágua, El Salvador e a invasão ao Panamá. Sua relação com a Revolução Cubana, para a qual dedica grande afeto, e com o que significou para os países do continente, da África e do Oriente Medio.

Também apresenta sua analise sobre as políticas de Estados Unidos para com o resto do mundo em particular com América Latina e o que para estas representa o surgimento da CELAC como iniciativa de resistência soberana.

Calloni também se refere ao Kirchneerismo em sua pátria, suas implicações políticas e sociais e termina com uma seleção de entrevistas, entre as quais as realizadas com Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales, Omar Torrijos, e monsenhor Arnulfo Romero.

Ao término da apresentação, Calloni, Prêmio Latino-americano de Jornalismo José Martí (1987), apelou a que ha que estar alerta diante da situação mundial, tão complexa e preocupante.

“A verdade sobre o que ocorre é ocultada e as grandes potências cometem atrocidades com total impunidade como o caso do desaparecimento forçado da população negra em Líbia e o apoio provado da Europa ao mal chamado Exército Livre Sírio, que mergulhou essa nação árabe no caos”.

Disse que devemos prestar particular atenção ao que está ocorrendo na Venezuela, onde seguem a mesma cartilha empregada no Chile de Allende e a Nicarágua dos sandinistas.]

“América Latina pagou um preço muito alto ao longo do século XX por seu direito a existir, po isso devemos reivindicar como nosso o século XXI”.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Stella Calloni Atuou como correspondente de guerra em países da América Central e África do Norte. Já entrevistou diferentes chefes de Estado, como Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales, Luiz Inácio Lula da Silva, Rafael Correa, Daniel Ortega, Salvador Allende, etc.

LEIA tAMBÉM

19 pontos que comprovam os sucessos de Cuba em direitos humanos nos últimos 5 anos
O que querem Almagro e a OEA em Cuba às vésperas das eleições?
Centenário de Pérez Prado: “!Que rico suena el mambo!”
Aberta as inscrições para o Prêmio Casa de las Américas