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"Tom vermelho do verde": obra essencial para entender atual momento indígena no Brasil

Em romance baseado em eventos históricos, Frei Betto revisita a trajetória e a opressão forçada contra a nação indígena Waimiri-Atroari nos anos 1970
Frei Betto
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Muitas foram as formas de agressão sofridas, ao longo dos séculos, pelos Waimiri-Atroari. Suas terras, localizadas na região Amazônica, foram alvos de diversas invasões. Seus integrantes foram encurralados, aprisionados, escravizados, queimados, assassinados.

Em “Tom vermelho do verde”, romance baseado em eventos históricos, Frei Betto revisita a trajetória dos Waimiri-Atroari e, em uma narrativa dolorosamente atual, denuncia a opressão forçada contra esta nação indígena, que se autodenomina Kinja – palavra que significa “gente de verdade”. A obra chegou às lojas no fim de julho pela editora Rocco.

A trama, que começou a ser escrita há mais de cinco anos, tem como foco o drama vivido pelos Waimiri nos anos 1970, quando o governo militar brasileiro deu início à construção da rodovia BR-174.

Em nome de um suposto progresso, com os olhos pregados nos lucros que a exploração dos recursos naturais e a implantação de iniciativas agropecuárias poderiam trazer, o coronel Luiz Fontoura, um dos personagens do livro, tem como maior ambição “retalhar a selva de estradas”. Suas ideias vão ao encontro dos projetos do governo ditatorial e têm resultados catastróficos para a floresta e seus povos originários.

“Tom vermelho do verde” é um romance que cativa o leitor desde as primeiras páginas e reúne informações cruciais para uma compreensão mais profunda do Brasil de hoje. Uma leitura necessária e urgente em um momento no qual os povos indígenas sofrem impensáveis pressões para deixar que suas terras sejam exploradas por companhias mineradoras e madeireiras que causam danos ecológicos irreparáveis. 


Sobre o autor

Frei Betto é doutor Honoris Causa em Filosofia pela Universidade de Havana e em Educação pela Universidade José Martí, de Monterrey. Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia. É frade dominicano, escritor e cronista. Conquistou importantes prêmios literários brasileiros, como o Jabuti, em 1982, pelo livro Batismo de sangue (Rocco). Nesta mesma data, foi eleito Intelectual do Ano pela União Brasileira de Escritores, que lhe concedeu, em 1985, o prêmio Juca Pato pelo livro Fidel e a religião.

Dele, a Rocco publicou também: Paraíso perdido; Calendário do poder; A mosca azul; Hotel Brasil; Aldeia do silêncio; Minas do Ouro; A arte de semear estrelas; Um homem chamado Jesus; Começo, meio e fim; Ofício de escrever; Minha avó e seus mistérios; Diário de quarentena; Diário de Fernando; Por uma educação crítica e participativa.

Atuou como assessor especial da Presidência da República e coordenador de Mobilização Social do Programa Fome Zero entre 2003 e 2004. É assessor de movimentos sociais e educador popular. Mais informações: freibetto.org


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Frei Betto Escritor, autor de “Cartas da prisão” (Companhia das Letras); “Batismo de sangue” (Rocco); e “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros 74 livros editados no Brasil, dos quais 42 também no exterior. Você poderá adquiri-los com desconto na Livraria Virtual – www.freibetto.org. Ali os encontrará a preços mais baratos e os receberá em casa pelo correio.

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