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Federação de Estudantes do Ensino Médio de Cuba mobiliza lutas pela educação desde 1970

Com estrutura consolidada e estatutos próprios, organização se converteu em veículo fundamental para canalizar as inquietações estudantis
FEEM
Oclae
Havana

Tradução:

A Federação de Estudantes do Ensino Médio de Cuba (FEEM), organização que agrupa os estudantes cubanos do Ensino Médio do país, foi fundada em 6 de dezembro de 1970. É herdeira das lutas secundaristas que contribuíram para o triunfo revolucionário de 1º de janeiro de 1959 e, desde os primeiros anos da Revolução, sua participação foi ativa na Confederação de Estudantes do Ensino Médio de Cuba (CESEC), na União de Estudantes Secundaristas (UES) e nas Brigadas José Antonio Echeverría (BEJAE).

Desde as décadas iniciais da República Neocolonial, os estudantes secundaristas foram se organizando em associações de alunos que se dedicavam a defender seus direitos. Depois, a Revolução triunfante encontrou um movimento estudantil forte, cuja vanguarda desempenhara um papel importante na derrocada da ditadura de Batista, incorporando-se ao Exército Rebelde, às células clandestinas do Movimento 26 de Julho, ao Diretório Revolucionário 13 de Março e à Juventude Socialista.

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Assim, a FEEM nasce em 1970 como uma organização federativa, com uma estrutura consolidada, estatutos próprios e em poucos anos converte-se em veículo fundamental para canalizar as inquietações estudantis, em instrumento de apoio às tarefas educacionais e em fator mobilizador dos estudantes para as tarefas priorizadas.

Congressos

Mal chegava a pouco mais de um mês de sua fundação e, entre os dias 27 e 28 de janeiro de 1971, celebrava seu Congresso Constitutivo, tendo sido eleito Jorge Aldereguía Henríquez como seu primeiro presidente.

Em dezembro do mesmo ano, se reunia novamente em um II Congresso para analisar o trabalho realizado e traçar as estratégias necessárias para estimular sua marcha futura, com ênfase na incorporação ao Plano de Escolas no Campo.

Dois anos depois, ao celebrar seu III Congresso, entre 24 e 27 de dezembro, decidiu definir com precisão os deveres e direitos do estudantado.

O IV encontro surpreendeu a organização em 1977. De fato, esta se encontrava nos preparativos do XI Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes que se realizaria em Havana no ano seguinte. 

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Com estrutura consolidada e estatutos próprios, organização se converteu em veículo fundamental para canalizar as inquietações estudantis

FEEM (Reprodução/Facebook)
A FEEM abraça em sua luta diária a defesa dos povos do mundo, acompanha a causa dos estudantes da região por uma educação gratuita e de qual

A década de 80 esteve marcada pela reafirmação da defesa nacional e assim foi enfatizado pelo Comandante Fidel Castro Ruz durante o encerramento do V Congresso da FEEM em 1982.

Três anos mais tarde, a FEEM realizou seu VI encontro nacional, desta vez distanciando-se de qualquer projeção triunfalista. Ao chegar a seu VII Congresso, já amadurecera consideravelmente, pois sua ação iria além da dedicação ao estudo.

No contexto da profunda crise no país provocada pelo fim do bloco socialista europeu e a queda da URSS, a FEEM, como todo o povo, cresce e ao chegar a seu VIII Congresso reafirma a posição do estudantado cubano de defender o socialismo e conservar as conquistas alcançadas.

O conclave número IX se realiza no primeiro quinquênio dos anos 90, coincidindo com o 25º aniversário da organização. A chegada de um novo século veio acompanhada de uma enorme convulsão revolucionária, em que a FEEM esteve imersa em uma Batalha de Ideias que depois do regresso do menino Elián González, sequestrado nas garras imperialistas, dura até hoje.

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Começou o milênio com os jovens do Ensino Médio em seu X Congresso. O XI Congresso realizou-se entre os dias 6 e 9 de março de 2008 no Palácio das Convenções de Havana, presidido pelo Presidente dos Conselhos de Estado e do Ministro Raúl Castro Ruz, que transmitiu aos delegados a saudação e as palavras do Comandante em Chefe.


Mudanças

Os anos seguintes foram de muitas transformações. A introdução na era digital exigiu da federação atualizar seus métodos de trabalho para parecer-se ainda mais com os jovens. No Centro de Convenções de Cojímar, na capital, reuniu-se a Assembleia Nacional da FEEM, como alternativa para o desenvolvimento de um processo de Congresso. Ali ficou evidente a maturidade política de seus membros com a ideia de “Ser FEEM, ser Revolução”.

Com este ritmo, o grupo continuou se aperfeiçoando. 2020 trouxe consigo a existência desafiadora de uma pandemia mundial que deteve a vida social, quando era preciso manter-se ativos na realização de tarefas de impacto, ponderando o desejo de erguer-se e mostrar o protagonismo com projeções inovadoras, e muitas delas se forjam hoje no fazer cotidiano.

Com sua missão de representar, conduzir e agrupar os estudantes deste nível escolar, a FEEM de Cuba leva adiante atualmente projetos e movimentos para propiciar a aprendizagem, a pesquisa e a recreação com o objetivo de desenvolver as capacidades de seus integrantes como: “ActivArte” – dirigido para o talento artístico e esportivo com movimentos esportivos –, Festival de Estudantes Amantes da Arte, Copas FEEM, Festival da Cubania, entre outros concursos. Além disso, há o recém criado Movimento Científico-Ambiental Estudantil, com o propósito de motivar interesse e inserção na pesquisa científica e no cuidado com o meio ambiente, com resultados que beneficiem a comunidade.

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Ao mesmo tempo, e aproximando-se dos bairros e dos trabalhos comunitários, buscando aperfeiçoar seus processos orgânicos e estilos de trabalho, assim como revolucionar, atualizando a organização com a energia e a voz proativa de seus membros, a Federação de Estudantes do Ensino Médio iniciou no mês de janeiro de 2023 um processo rumo a sua II Assembleia Nacional, até o mês de setembro deste ano, cuja fórmula é fortuita na fusão da criatividade, iniciativa e espírito entusiasta com a maturidade crítica e autocrítica na análise e espaços de debate.

A FEEM está presente nas salas de aula, nos centros escolares, nos municípios e, em breve, no mês de julho, em todas as províncias do país, quando assume como presidente nacional Janny Blanco Gómez, na condução deste dinâmico camino, evidente uma vez mais, do compromisso com nosso futuro “Aqui, com Cuba!”.

Destaca-se ainda a consciência transformadora em tempos que convocam para o esforço de todos para abrir passagem, apesar das limitações que afetam o Ensino Médio em Cuba devido ao duro bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo Governo dos Estados Unidos.

As sanções resultam na insuficiência na disponibilidade de recursos e reativos para laboratórios de Física, Química e Biologia; em entraves no acesso a ferramentas informáticas; na baixa acessibilidade técnica dos computadores e televisões; no cerceamento à compra de recursos, meios, materiais e tecnologias nos 16 Centros Provinciais de treinamento e no Centro Nacional de preparação dos estudantes que participam de Olimpíadas internacionais; assim como na redução dos planos editoriais por problemas de matérias primas como papel e cartolina. Isso, por sua vez, influi na pequena produção de bibliografias para as bibliotecas escolares e materiais didáticos e na impossibilidade de adquirir literatura de língua inglesa e de dicionários especializados para ensinar esta matéria em classe. O quadro é acompanhado de muitos outros fatores que repercutem nos âmbitos básicos da sociedade e da economia.

Antes de tudo, com o desafio de continuar sendo a força viva e motivadora do Movimento Estudantil Secundarista no maior arquipélago antilhano, a FEEM abraça em sua luta diária a defesa dos povos do mundo, acompanha a causa dos estudantes da região por uma educação gratuita e de qualidade, pela unidade latinoamericana e caribenha, a paz mundial, o anti-imperialismo e a soberania das conquistas de sua Pátria como continuadores da rica história e exemplo de seus próceres e povo. Andamos montanha acima na aventura firme de ser o reflexo da juventude cubana atual, que não perde nem perderá suas raízes.

FEEM
Tradução: Ana Corbisier


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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