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Díaz-Canel na Rússia: EUA causam guerras para se apresentarem como salvadores do mundo

Ainda segundo líder cubana, Washington quer ter última palavra na solução das situações que se dão no mundo
Juan Pablo Duch
La Jornada
Moscou

Tradução:

Com o encontro cordial e distendido de seus presidentes – Vladimir Putin em qualidade de anfitrião e Miguel Díaz-Canel, de hóspede –, Rússia e Cuba se encontraram nesta terça-feira (22), na capital russa, ao fazer um repasse dos principais pontos do programa de cooperação conjunta até 2030, o excelente estado da relação bilateral que mantêm o país euroasiático e a ilha caribenha. 

Irmanadas Rússia e Cuba ao enfrentar um inimigo comum, os Estados Unidos, que pretendem asfixiar economicamente ambas mediante sanções ilegais, os mandatários coincidiram em tornar público seu interesse por impulsionar o diálogo político e estreitar a cooperação nas mais diversas áreas. 

Putin e Díaz-Canel também expressaram sua satisfação em corroborar que tanto Rússia como Cuba, sob qualquer circunstância, podem contar um com o outro. 

“A União Soviética e a Rússia sempre – e também agora – apoiaram o povo cubano em sua luta por sua independência, por sua soberania. Sempre nos opusemos a todo tipo de restrições, bloqueio, embargo e demais limitações. Sempre apoiamos Cuba no âmbito internacional. E vemos que Cuba ocupa a mesma posição em relação com nosso país, a Rússia”, afirmou Putin à imprensa no começo da conversa a portas fechadas que sustentou com seu homólogo cubano.

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Díaz-Canel apontou: “Para nós, esta visita a Moscou tem um profundo significado. Porque a fazemos em um momento em que tanto Rússia como Cuba estão submetidas a sanções injustas, arbitrárias, que prosseguem e têm a sua origem no mesmo inimigo: o império ianque, que vem manipulando também parte importante da humanidade”.

O mandatário cubano relatou que seu povo tem sofrido na pele, com mais de 60 anos de bloqueio, e remarcou que, por isso, defende a posição da Rússia na guerra com a Ucrânia, a qual “a nosso entender – disse – tem sua origem, lamentavelmente, nas manipulações dos EUA frente à comunidade internacional”. 

“O senhor (Putin) há tempo advertiu ao mundo que era inadmissível a expansão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para as fronteiras da Rússia, e eles (os EUA) tentam encontrar nesta guerra extraterritorial – como sempre o fazem, longe do seu território – a possibilidade de se apresentarem como ‘salvadores’ e terem a última palavra na solução de todas as situações que se dão no mundo”, acrescentou Díaz-Canel.

Para o líder cubano, os Estados Unidos são o culpado do que está se passando na Ucrânia: “Condenamos as sanções contra a Rússia e as causas do atual conflito, somos contra a enganarem as pessoas e culparem a Rússia (desta guerra), assim como rechaçamos o comportamento da União Europeia, que se submete por completo aos interesses de Washington”, asseverou.

Díaz-Canel concluiu: a Rússia sempre pôde contar com Cuba. Admiramos a história e a cultura da Rússia, sua liderança em muitos processos, e seguiremos contribuindo para que nossa relação continue crescendo e se fortaleça”.

Ainda segundo líder cubana, Washington quer ter última palavra na solução das situações que se dão no mundo

Kremlin | Reprodução/Twitter
Díaz-Canel: Guerra na Ucrânia, a nosso entender, tem sua origem, lamentavelmente, nas manipulações dos EUA

Antes da reunião, os presidentes russo e cubano assistiram à inauguração de um monumento em honra do líder histórico da revolução cubana, Fidel Castro, em uma praça que leva seu nome desde 2017, um ano depois de sua morte, no distrito Sokol, de Moscou, onde também há ruas dedicadas aos falecidos presidentes do Chile, Salvador Allende, e da Venezuela, Hugo Chávez.

Na cerimônia, Putin destacou que o estadista da ilha caribenha, “uma pessoa realmente legendária, um dos líderes mais brilhantes e carismáticos do século XX, dedicou todo a sua vida à luta abnegada pelo triunfo das ideias do bem, da paz e da justiça, pela liberdade dos povos oprimidos, pela vida digna para as pessoas comuns e a igualdade social”.

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Por sua vez, Díaz-Canel agradeceu a decisão de imortalizar Fidel Castro com esta estátua de três metros de altura que, em sua opinião, “é a mostra de como este grande ser humano uniu povos que, apesar da distância geográfica e cultural, são irmãos há mais de 60 anos”. 

Em seu último dia de estada em Moscou, o presidente da maior das Antilhas se encontrou com os líderes do Senado, Valentina Matviyenko, e da Duma, Viacheslav Volodin, e visitou o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill.

Juan Pablo Duch | Correspondente do La Jornada em Moscou.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Juan Pablo Duch Correspondente do La Jornada em Moscou.

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